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Ind�stria

- Publicada em 21h52min, 17/12/2020. Atualizada em 10h11min, 18/12/2020.

Ap�s um ano dif�cil para a ind�stria, otimismo retorna em 2021

Ser� um desafio log�stico imenso imunizar a popula��o mundial, acredita Petry

Ser� um desafio log�stico imenso imunizar a popula��o mundial, acredita Petry


LUIZA PRADO/JC
Jefferson Klein
Depois de amargar um ano de retração nas economias nacional e gaúcha - cálculos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) apontam uma queda de 6,8% no PIB do Rio Grande do Sul e de 4% no do Brasil para 2020) - o otimismo está presente nas projeções para 2021: crescimento de 4% para o Estado e de 3,2% para o País. Essa expectativa positiva poderá ser ainda mais acentuada se a vacinação da população mundial contra a Covid-19 for acelerada.
Depois de amargar um ano de retração nas economias nacional e gaúcha - cálculos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) apontam uma queda de 6,8% no PIB do Rio Grande do Sul e de 4% no do Brasil para 2020) - o otimismo está presente nas projeções para 2021: crescimento de 4% para o Estado e de 3,2% para o País. Essa expectativa positiva poderá ser ainda mais acentuada se a vacinação da população mundial contra a Covid-19 for acelerada.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, admite que, quando a pandemia do coronavírus surgiu, no começo deste ano, não se imaginava o tamanho da dificuldade que vinha pela frente. "Hoje, temos um problema que, ao meu ver, tem uma maior chance de ter tudo resolvido no final de 2021 ou em 2022", projeta o empresário. Petry justifica sua opinião ressaltando que a logística para vacinar 7,5 bilhões de pessoas no planeta não será algo fácil.
O dirigente acrescenta ainda que o setor industrial puxou a recuperação econômica do PIB a partir da segunda metade de 2020. Somente no terceiro trimestre, Petry informa que a indústria de transformação cresceu 23% e a indústria como um todo 14% no Brasil. "Isso mostra que a indústria de transformação é o segmento mais rápido em auxiliar o crescimento do nosso País, esperamos que isso faça o ano que vem ter uma recuperação efetiva", afirma.
O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos da regional Rio Grande do Sul (Abimaq-RS), Hernane Cauduro, recorda que o setor em que atua tinha uma expectativa de manter em 2020 uma lenta recuperação iniciada desde 2017. Porém, a pandemia frustrou essa perspectiva. O dirigente frisa que entre março e abril houve uma queda muito acentuada das operações. "Mas, se percebe que a partir de maio começou uma retomada de forma consistente", destaca.
Cauduro projeta que o setor de máquinas e equipamentos no Brasil, com esse novo fôlego, deve ter ainda um crescimento de 0,7% em 2020, em relação ao ano passado. Para 2021, a previsão é que o segmento aumente algo na casa de 5%, porque a percepção é que o mercado interno manterá a evolução e a exportação irá parar de cair. Porém, essa perspectiva positiva, enfatiza o vice-presidente da Abimaq-RS, depende de fatores como não ocorrer um enorme retrocesso com a pandemia de coronavírus e que seja levada adiante a reforma tributária no Brasil. No caso da Covid-19, o dirigente salienta que a tendência é que as vacinas logo sejam disponibilizadas e que já está havendo uma recuperação, mesmo antes da imunização.
Já o diretor da regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) no Rio Grande do Sul, Régis Haubert, admite que, em março e abril deste ano, o setor tomou um susto muito grande, devido aos reflexos da pandemia. "O mercado basicamente se fechou e as nossas empresas ficaram muito apreensivas", relembra. No entanto, após esse período, o dirigente argumenta que ramos como o alimentício e o de fármacos mantiveram suas demandas elevadas e muitas companhias passaram a apostar na automatização para manter o ritmo de produção.
"A partir de junho, o mercado surpreendeu bastante e as empresas estão com pedidos até o final do ano", frisa Haubert. Para o próximo ano, o integrante da Abinee se diz otimista e relata que a associação estima um crescimento de cerca de 6% da indústria elétrica e eletrônica. Especificamente para a área da automação industrial, com o advento da Indústria 4.0 (que prevê o conceito de maior automação no sistema produtivo), esse incremento deve ser ainda maior. Segundo o dirigente, a confirmação das projeções dependerá de tudo o que já se aprendeu com a pandemia e os critérios que serão adotados em relação a restrições da circulação das pessoas.

Um dos segmentos mais atingidos, cal�adistas tamb�m confiam em retomada no pr�ximo ano

Setor perdeu 44 mil vagas no primeiro semestre de 2020
Setor perdeu 44 mil vagas no primeiro semestre de 2020
LUIZA PRADO/JC

Se alguns segmentos da economia conseguiram passar pela crise econ�mica gerada pela pandemia sem maiores preju�zos, outros foram duramente afetados pela situa��o. O presidente executivo da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Cal�ados (Abical�ados), Haroldo Ferreira, comenta que o setor em 2020 deve verificar um retrocesso de aproximadamente 25% na produ��o brasileira de cal�ados. Neste ano, o desempenho dever� atingir em torno de 650 milh�es de pares, similar ao que era verificado h� cerca de 16 anos. Contudo, para 2021 a expectativa � de melhorar essa performance.

"Isso tudo aconteceu pelo fechamento do com�rcio (devido � pandemia do coronav�rus) e todo mundo em casa, sem consumir por n�o ter acesso �s lojas", destaca Ferreira. O dirigente comenta que houve muita movimenta��o atrav�s do com�rcio eletr�nico, contudo essa modalidade de compras n�o atende a toda popula��o. Ele acrescenta que as limita��es de muitas atividades de trabalho, lazer, esportes e at� mesmo a interrup��o das aulas nas escolas tamb�m fizeram com que as pessoas diminu�ssem a aquisi��o de cal�ados. Uma prova dos impactos no segmento pode ser percebida com a oscila��o dos postos de trabalho nessa �rea.

No primeiro semestre deste ano, o setor cal�adista registrou o fechamento de mais de 44 mil vagas no Pa�s. Entretanto, de acordo com Ferreira, o segmento tem experimentado um per�odo de recupera��o nos meses mais recentes. Segundo dados do Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE), elaborados pela Abical�ados, entre julho e outubro foram criadas em torno de 28 mil empregos. Mesmo com o resultado, no entanto, o setor seguia na ocasi�o com saldo negativo de mais de 16 mil postos e estava proporcionando 11,4% menos empregos do que no mesmo per�odo de 2019. No entanto, no come�o de dezembro, o setor registrava aproximadamente 252 mil postos de trabalho diretos no Brasil.

Para 2021, o presidente da Abical�ados adianta que a tend�ncia � positiva para a ind�stria cal�adista, por�m a grande inc�gnita � de como ser� a oscila��o da pandemia. "Mas, prevemos ter um crescimento no pr�ximo ano de cerca de 19%, em produ��o, sobre a base de 2020 que � ruim", frisa. Mesmo se esse incremento se confirmar, ser� ainda perto de 13% abaixo do que foi registrado em 2019.

Conforme Ferreira, o Rio Grande do Sul � respons�vel por em torno de 20% da produ��o nacional e cerca de 9% do consumo de cal�ados. Ele salienta que a expectativa � que a vacina seja disponibilizada o quanto antes, o que evitar� que o com�rcio feche novamente.

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