O dólar subiu ontem em relação ao real, pelo quarto pregão consecutivo - embora não tenha repetido o mesmo comportamento em relação a outras moedas emergentes. O real não está tendo folga, afirmam especialistas, por conta do estreitamento do diferencial entre os juros brasileiros na comparação com os americanos, que estimulam operações de hedge por aqui.
Nas últimas semanas, o mercado tem observado que está muito vantajoso para o estrangeiro comprar ativos no Brasil e fazer "hedge na moeda", por conta do patamar mais baixo dos juros no Brasil e mais alto das taxas americanas e da libor, que interferem no cupom cambial. Como exemplo, além de comprar uma ação ou outro ativo qualquer, esse investidor compra também dólares e garante um retorno ao redor dos 3,5% nessa operação - sem contar o que obtiver com a valorização das ações e os dividendos que poderá receber. De acordo com um gestor, essas operações estão criando uma demanda por hedge mais alta do que o normal e que, paradoxalmente, indica confiança no Brasil, uma vez que não há movimento de proteção baseada na venda de ativos, mas, sim, de compra de ativos buscando a proteção via câmbio.
Ontem, o dólar à vista fechou em alta de 0,61%, cotado a R$ 3,4706, e movimentou US$ 1,3 bilhão. No mês, a moeda acumula alta de 5%. O fechamento de ontem continua sendo ao maior valor desde 2 de dezembro de 2016.
O Ibovespa resistiu à influência negativa de Nova Iorque e terminou ontem perto da estabilidade, aos 85.469 pontos, com recuo de 0,16%. O pregão foi de volume próximo da média dos últimos dias (R$ 9,557 bilhões) e fluxo de estrangeiros perto do equilíbrio.
Vale ON terminou o dia com alta de 1,71% e respondeu pelo segundo maior volume de negócios na B3, atrás apenas de Petrobras PN. A Vale, que divulga resultado financeiro do primeiro trimestre hoje, foi beneficiada ainda por relatório do Credit Suisse, que elevou o preço-alvo para o papel. As units do Santander, que divulga balanço hoje, subiram 0,15%. Bradesco PN, com balanço marcado para amanhã, avançou 0,18%.