A bolsa brasileira pegou carona na forte alta das cotações das commodities no mercado internacional para testar o patamar dos 86 mil pontos, que não é registrado desde o fechamento de 14 de março passado. Mas, ao final do pregão de ontem perdeu força e o Ibovespa encerrou a sessão de negócios em alta de 2,01%, aos 85.776 pontos.
De acordo com analistas, o incentivo maior para o bom desempenho do principal índice à vista na sessão de ontem foi o impulso dos investidores em meio ao vencimento de opções sobre o Ibovespa. O giro financeiro atingiu R$ 15,996 bilhões.
As blue chips, com maior peso na carteira teórica, mostraram forte valorização pela preferência de negociação no dia de commodities em alta. Os papéis da Petrobras ganharam 3,26% (ON) e 3,66% (PN) espelhando a força do preço dos contratos futuros de petróleo que subiram mais de 2%. Já Vale ON (3,37%) e o bloco de siderurgia subiram na esteira da alta de mais de 2% da cotação do minério de ferro no porto de Qingdao, na China. O setor financeiro seguiu o otimismo, recuperando-se das perdas recentes.
O dólar à vista fechou em queda de 0,87% ontem, cotado a R$ 3,3807, distanciando-se dos R$ 3,40. O petróleo WTI teve alta de 2,93%, após o governo norte-americano apontar redução em seus estoques além do esperado pelo mercado.
De acordo com um gestor de banco, o mercado identificou realização de lucros ontem, mas o comportamento do dólar em relação ao real foi semelhante ao que a moeda apresentou em relação a outras de países emergentes. Ele também destacou, porém, que esses pregões também não estavam com grande liquidez. O especialista ressaltou que os dados de fluxo financeiro, divulgados às 12h30, também deram uma sensação de "melhora de clima" para o câmbio. Segundo o Banco Central (BC) entre os dias 9 e 13 de abril, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,050 bilhões, sendo US$ 1,449 bilhão no fluxo comercial e US$ 1,601 bilhão no financeiro.
Na reta final do pregão, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, voltou a falar sobre o câmbio. Ele lembrou que o regime de câmbio flutuante não evita que o BC use instrumentos para conter a volatilidade excessiva. Reafirmou que o País tem US$ 380 bilhões em reservas, que funcionam como seguro para períodos de turbulência no mercado. E disse, ainda, que o sistema financeiro e o setor corporativo estão resilientes a flutuações do câmbio.