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Publicada em 08 de Outubro de 2024 às 17:45

TRE divulga dados de acessibilidade nas eleições na próxima segunda-feira

Mais de 1,4 milhão de eleitores se declararam com alguma deficiência neste ano

Mais de 1,4 milhão de eleitores se declararam com alguma deficiência neste ano

JO?O MATTOS/JC/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Neste ano, o número de eleitores que se declararam com alguma deficiência é o maior da história das eleições no Brasil, chegando a 1.451.846 milhão, de um total de 155.912.680 eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número representa um aumento de 25%, na comparação com 2020. Na próxima segunda-feira (14), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulga os dados referentes ao Rio Grande do Sul. Antes da divulgação dos números, a reportagem buscou pessoas com algum tipo de deficiência visual ou motora para compreender como se deu o acesso às urnas em Porto Alegre, capital com o maior número de abstenções (31,51%), durante o primeiro turno das eleições, realizado no último domingo (6). As respostas apresentam êxito no voto e dificuldades para chegar até as urnas. “Voto em uma escola perto de casa, então não tive problemas de locomoção, pois, fui caminhando. As mesárias foram atenciosas, cheguei na urna e elas colocaram um fone de ouvido para que eu conseguisse realizar o voto”, conta o vice-presidente Gilberto Kemer, da Associação de Pessoas Cegas e com Baixa Visão do Rio Grande do Sul (Acergs), que tem perda total da visão.
Neste ano, o número de eleitores que se declararam com alguma deficiência é o maior da história das eleições no Brasil, chegando a 1.451.846 milhão, de um total de 155.912.680 eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número representa um aumento de 25%, na comparação com 2020. Na próxima segunda-feira (14), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulga os dados referentes ao Rio Grande do Sul.

Antes da divulgação dos números, a reportagem buscou pessoas com algum tipo de deficiência visual ou motora para compreender como se deu o acesso às urnas em Porto Alegre, capital com o maior número de abstenções (31,51%), durante o primeiro turno das eleições, realizado no último domingo (6). As respostas apresentam êxito no voto e dificuldades para chegar até as urnas.

“Voto em uma escola perto de casa, então não tive problemas de locomoção, pois, fui caminhando. As mesárias foram atenciosas, cheguei na urna e elas colocaram um fone de ouvido para que eu conseguisse realizar o voto”, conta o vice-presidente Gilberto Kemer, da Associação de Pessoas Cegas e com Baixa Visão do Rio Grande do Sul (Acergs), que tem perda total da visão.
Em 2022, Kemer realizou a biometria e informou sua condição à Justiça Eleitoral. De acordo com ele, o voto foi realizado com êxito também por outros integrantes da associação. Todas as urnas eletrônicas são preparadas para atender pessoas com deficiência visual, conforme o TSE.

Além do sistema braile e da identificação da tecla número cinco nos teclados, os tribunais eleitorais disponibilizam fones de ouvido nas seções com acessibilidade e naquelas onde houver solicitação específica. Dessa forma, o eleitor cego ou com deficiência visual recebe sinais sonoros com indicação do número escolhido e retorno do nome do candidato em voz sintetizada.
Já o voto da fundadora do Movimento Feminista Inclusivass, Carol Santos, carrega anos de luta. Para chegar até a urna com a cadeira de rodas, Carol, que é moradora do bairro Chapéu do Sol, no extremo-sul de Porto Alegre, buscou, durante anos, a instalação de uma faixa para chegar até a parada de ônibus.

“A votação em si foi tranquila, porque me colocaram no térreo, mas durante anos lutei para ter acessibilidade onde moro. Tem uma faixa que me leva até a parada principal de ônibus, mas a escola apresenta apenas o mínimo de acessibilidade. Não tem, por exemplo, piso tátil para pessoas cegas”, lamenta.

Segundo Carol, a instalação de uma rampa na escola Escola Municipal de Ensino Fundamental Chapéu do Sol ocorreu depois de um acidente. “Só instalaram a rampa depois que eu caí e quebrei o fêmur”. Procurada pela reportagem, a escola não retornou até o fechamento do material.

Segundo o TSE, o eleitor pode contar com a ajuda de uma pessoa de uma pessoa considerada de confiança. Caso seja autorizada pelo presidente da mesa receptora de votos, a pessoa poderá acompanhá-lo, ingressando na cabine de votação e até mesmo digitar os números na urna. A condição é que a presença do acompanhante seja imprescindível para que a votação ocorra e que o escolhido não esteja a serviço da Justiça Eleitoral, de partido político ou de coligação.

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