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Publicada em 29 de Agosto de 2024 às 15:28

Candidaturas de Porto Alegre buscam linha ‘propositiva’ no rádio e na TV

Horário eleitoral gratuito estreia nesta sexta-feira (30) na televisão e no rádio

Horário eleitoral gratuito estreia nesta sexta-feira (30) na televisão e no rádio

Lindomar Cruz/Agência Senado/JC
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
O horário eleitoral gratuito estreia nesta sexta-feira (30) na televisão e no rádio, com uma diferença em relação a eleições passadas. Se partidos com pouca ou nenhuma representação parlamentar tinham direito a apenas poucos segundos de exposição, obrigando-os a “fazer ginástica” para apresentar suas propostas, agora simplesmente eles estão fora desses espaços, tendo que otimizar outras estratégias.
O horário eleitoral gratuito estreia nesta sexta-feira (30) na televisão e no rádio, com uma diferença em relação a eleições passadas. Se partidos com pouca ou nenhuma representação parlamentar tinham direito a apenas poucos segundos de exposição, obrigando-os a “fazer ginástica” para apresentar suas propostas, agora simplesmente eles estão fora desses espaços, tendo que otimizar outras estratégias.
Na prática, portanto, somente três dos oito candidatos à prefeitura de Porto Alegre, do MDB, PT e PDT, produziram programas para o eleitorado. A reportagem do Jornal do Comércio conversou com os marqueteiros das quatro principais candidaturas para saber o que está previsto para os primeiros programas dos concorrentes.
O maior tempo está reservado ao prefeito Sebastião Melo (MDB), candidato à reeleição, graças à coligação composta por outros sete partidos. Embora admita que estejam em uma “campanha difícil”, devido principalmente à destruição causada na Capital pela enchente de maio, o coordenador-geral de comunicação Luiz Otávio Prates, crê que os 5 minutos e 36 segundos disponíveis, mais as 1.500 inserções programadas para todo o período eleitoral ajudem a imprimir uma “linha propositiva”. “Temos um curta-metragem por dia, em que a gente vai ter a capacidade de tratar inúmeros temas”, pontua. “Nossa ideia é também resgatar as entregas realizadas nos últimos três anos e meio, as transformações e reafirmar a parceria com o PL, junto com a Betina” (Worm, vice na chapa de Melo).
Para isso, afirma Prates, a equipe vai testar formatos e o feedback do eleitorado. A equipe de comunicação também apostou em “uma marca colorida e ‘pra cima’”. “É a reafirmação de um governo que deu certo, entregou muito para Porto Alegre e tem a capacidade de continuar entregando”, crê o jornalista.
A deputada federal Maria do Rosário (PT) tem o segundo maior tempo: 2 minutos e 19 segundos, além de 686 inserções. Segundo o marqueteiro paulista Halley Arrais, da agência Urissanê, contratada para elaborar a estratégia da candidatura petista, houve uma mudança de rumo nas estratégias para os programas e inclusive na identidade visual, provocada pela tragédia que se abateu sobre o Estado pela enchente de maio.
“Nossa estratégia trabalhava a ideia de ‘a cidade só é boa se for boa para todo mundo’, baseada nos problemas que a cidade já vivia. Mas, com a enchente, as pessoas quiseram saber qual era o plano da prefeitura. Isso se sintetiza em uma frase da Maria: ‘e se chove amanhã’?”, explica o publicitário. “Os programas, então, apresentam soluções ao que já havia de problemas mas também à demanda da população por um plano de curto, médio e longo prazo para a cidade”. Segundo Arrais, essa ampliação temática também se reflete na própria identidade visual da campanha, que trabalha logos e materiais com mosaico de diversas cores.
O terceiro maior tempo no rádio e na TV está reservado a Juliana Brizola (PDT), com 2 minutos e 3 segundos, além de 604 inserções. Ela contratou o marqueteiro carioca Paulo Loiola para sua campanha. Segundo o profissional, a ideia, também baseada em uma linha propositiva, é “mostrar quem ela é, o que ela pensa, as soluções dela para os problemas da cidade, que são muitos. Tudo isso é fruto do diálogo que temos tido com as pessoas”, detalha Loiola.
Para a marca da candidata, o responsável pelo marketing revela que foram feitas análises do arquétipo da candidata e dos seus pontos fortes. “A Juliana é uma mulher muito forte e corajosa”, elogia. A campanha também está monitorando menções à pedetista nas redes e na imprensa, para medir o retorno das ações realizadas.

Por não ter direito a tempo de TV e rádio, a aposta da candidatura de Felipe Camozzato (Novo) se concentra nas redes sociais, nos materiais físicos e no tradicional corpo-a-corpo, diretamente com seu eleitorado.
Segundo o publicitário Gabriel Corrêa, “a ideia dos materiais de campanha é colocar Camozzato como um cara ‘gente como a gente’, com formação ótima, que fala muito bem, mas que também tem um histórico de caminhadas e proximidade da popular, e o melhor entendimento do que ocorreu com o sistema de cheias em Porto Alegre”. Para isso, detalha Corrêa, foi lançado o slogan “o Novo pelo povo”, evocando “a união das pessoas e dos voluntários durante a enchente e aproximando o partido de uma imagem mais popular”, explica. Com 3 minutos e 47 segundos, o jingle de Camozzato trabalha a ideia de que um novo nome na disputa pode trazer as mudanças de que a cidade precisa para se aprimorar.
Embora Corrêa admita que não participar do horário eleitoral “nos tira um pouco do debate”, isso é compensado com muita ação de rua e “a força que o Novo tem nas redes sociais”.
Para candidatos a prefeituras, as emissoras de rádio devem veicular as propagandas de segunda a sábado, das 7h às 7h10min e das 12h às 12h10min. Já as de televisão devem incluir as inserções das 13h às 13h10min e das 20h30min às 20h40min, também de segunda a sábado.

Quanto aos vereadores, a Justiça Eleitoral define que o tempo do horário eleitoral gratuito é dividido na proporção de 60% para candidatos a prefeitos e 40% para os políticos que concorrerão às câmaras municipais.

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