Um grupo de entidades protocolou uma ação civil pública no Foro Central de Porto Alegre nesta sexta-feira (07) contra o município. O documento alega que a prefeitura não agiu preventivamente na manutenção do sistema de proteção contra cheias da Capital, embora tenha sido alertado tanto sobre a sua necessidade quanto em relação à catástrofe climática iminente que se comprovou através da enchente histórica presenciada durante o último mês de maio.
“A ausência de planejamento causa enormes prejuízos humanos e patrimoniais, não sendo admissível qualquer improviso quando se está lidando com vidas. Os eventos climáticos de grande porte são rotineiros e, portanto, previsíveis, demandando que o poder público se organize, se prepare para, não tendo como evitar as tragédias, ao menos prestar a devida assistência às vítimas, de maneira eficiente e eficaz”, defendem as entidades no ofício.
As ações civis públicas podem ser protocoladas sempre que for observado algum dano a qualquer interesse difuso ou ao patrimônio público e social. Nesse sentido, as entidades signatárias do processo solicitam “providências no sentido de garantir a execução de medidas que visem atenuar os impactos decorrentes do negacionismo ambiental”, incluindo a aplicação de multas ao Executivo.
O documento acusa a Prefeitura de Porto Alegre de ter sido omissa e negligente em diversos aspectos. Um deles, teria ocorrido ao extinguir o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), o incorporando no Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae). Além disso, ao ignorar pedidos para contratação de servidores no Dmae, assim como requerimentos de manutenção das casas de bombas e nas comportas do Cais Mauá.
Entre os autores do processo estão o movimento Poativismo, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), a Federação Gaúcha das Associações de Moradores e Entidades Comunitárias (Fegamec), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.