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Publicada em 19 de Agosto de 2024 às 18:03

Município de Caxias do Sul aposta em arborização para capturar gases

Caxias do Sul responde pelos maiores índices de emissões, mas tem a maior capacidade de captura dos gases

Caxias do Sul responde pelos maiores índices de emissões, mas tem a maior capacidade de captura dos gases

TÂNIA MEINERZ/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Conforme levantamento do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases (SEEG), em 2022 – ano mais recente do levantamento –, o recorte do Estado retratado nesta edição do Mapa responde por 16,5% do PIB gaúcho e tem uma das mais baixas contribuições para as emissões de gases do efeito estufa do Rio Grande do Sul. Os 78 municípios da Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias e Vales do Caí e Paranhana emitem 7,85% dos gases de efeito estufa produzidos no Rio Grande do Sul – algo em torno de 8,4 milhões de toneladas (Mt). Por outro lado, a região captura ou neutraliza 12,5% do que emite – 1,07 Mt. Abaixo da média de 14,1% do Estado. Regionalmente, porém, a Região das Hortênsias avança mais rápido, e chega a neutralizar 15,5% do que emite.
Caxias do Sul, que tem a maior concentração populacional e econômica da região, também responde pelos maiores índices de emissões. No entanto, também está na cidade a maior capacidade de captura dos gases entre os municípios retratados neste Mapa. Há seis anos, Caxias do Sul foi uma das primeiras cidades do país a estabelecer o seu Plano Diretor de Arborização Urbana, que é considerado ferramenta essencial para aumentar a resiliência das cidades frente aos eventos climáticos adversos. As árvores urbanas não apenas são itens estratégicos na neutralização de emissões das cidades, como também representam redutores dos impactos de cheias ou deslizamentos.
Mais recentemente, no ano passado, Caxias também inovou com a concessão do serviço de iluminação pública, a partir de uma PPP, tendo como principal objetivo modernizar o parque de iluminação da cidade, com a substituição de aproximadamente 49 mil pontos de luz por tecnologia LED. A estimativa de redução no consumo de energia chega a 54% e a redução de aproximadamente 1,1 mil toneladas (kt) de emissões de gases do efeito estufa por ano.
A maior fonte contribuidora de emissões na cidade está no setor dos transportes, o que é compreensível pela alta densidade populacional e demanda da produção econômica local.
"Pelo menos desde 2011, quando Siena, na Itália, aferiu suas emissões, localidades urbanas neutras em emissões, e isso não significa que a região parou de emitir gases de efeito estufa. É uma questão de equilíbrio. Nós vamos emitir, e isso é inevitável na ação humana e no desenvolvimento, a questão é como absorver esses gases emitidos ou desenvolver atividades que reduzam essas emissões. E há caminhos mais racionais, com cidades mais verdes, transportes menos poluentes e usos de energias mais limpas, e com tratamento de resíduos mais eficientes e menos poluentes", aponta Ana Cristina Fachinelli.

Dados de emissões de gases nas regiões e municípios

_ As regiões Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias, Vales do Paranhana e do Caí emitiram, em 2022, 8,4 Mt de gases do efeito estufa, que representam 7,85% das emissões do Rio Grande do Sul.
_ Caxias do Sul tem o maior PIB da região e o segundo maior do Rio Grande do Sul, e o maior Valor Adicionado Bruto (VAB) Industrial do Estado.
_ O setor de transportes lidera o índice de emissões de gases do efeito estufa na cidade, que também é a que mais captura ou neutraliza as suas emissões na região.
_ Entre as regiões deste Mapa, a das Hortênsias é a que, proporcionalmente, mais neutraliza ou captura suas emissões.
Municípios que mais emitem
_ Caxias do Sul 1,1 Mt
_ Vacaria 548,8 Kt
_ Bom Jesus 517,2 Kt
_ São Francisco de Paula 426,8 Kt
_ Montenegro 306,4 Kt

Municípios que mais capturam
_ Caxias do Sul 100 Kt
_ São Francisco de Paula 73,3 Kt
_ Vacaria 59,3 Kt
_ Bom Jesus 44 Kt
_ Cambará do Sul 38,6 Kt
Fonte: SEEG 2022

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