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Publicada em 09 de Outubro de 2025 às 17:49

'Ainda estamos estimando as perdas', afirma moradora de prédio atingido por ônibus no Centro Histórico

A funcionária pública Laura Klein e o designer Luiz dos Reis tentam retomar as suas rotinas após o acidente

A funcionária pública Laura Klein e o designer Luiz dos Reis tentam retomar as suas rotinas após o acidente

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Jamil Aiquel
Jamil Aiquel
Cinco dias após o acidente que mudou suas vidas, a funcionária pública Laura Klein e o designer Luiz dos Reis tentam retomar as suas rotinas, além de buscar respostas para superar o prejuízo material e emocional. Na tarde da última sexta-feira (3), um ônibus de turismo com adolescentes pegou fogo na rua Espírito Santo, no Centro Histórico da Capital, atingindo o prédio onde o casal mora.
Cinco dias após o acidente que mudou suas vidas, a funcionária pública Laura Klein e o designer Luiz dos Reis tentam retomar as suas rotinas, além de buscar respostas para superar o prejuízo material e emocional. Na tarde da última sexta-feira (3), um ônibus de turismo com adolescentes pegou fogo na rua Espírito Santo, no Centro Histórico da Capital, atingindo o prédio onde o casal mora.
“Parece que faz muito tempo, mas são só cinco dias. A quantidade de coisas que a gente já lidou de sexta, no momento que a gente saiu correndo, até agora é enorme. E sem pregar o olho. Não estamos dormindo tranquilamente”, lamenta Luiz.
Laura relembra que eles estavam em casa quando tudo aconteceu. O casal começou a ouvir gritos, até que percebeu o que realmente estava acontecendo. “Estava no quarto, trabalhando. Começamos a ouvir estouros e muitos gritos e vimos que um ônibus tinha batido na nossa janela. Aí eu vi as chamas subindo”
apartamento atingido pelo incêndio na Rua Espírito Santo em decorrência do acidente com o ônibus | EVANDRO OLIVEIRA/JC
apartamento atingido pelo incêndio na Rua Espírito Santo em decorrência do acidente com o ônibus EVANDRO OLIVEIRA/JC
Eles tentaram entrar em contato com o corpo de bombeiros, que, no primeiro momento, não atendeu. Depois, ligaram para a Polícia, que respondeu passou a responsabilidade aos bombeiros. 
“Quando olhamos para o restante da casa, tudo estava ficando preto. Nesse momento decidimos correr”, relembra Laura. 
Assim que chegaram, os bombeiros entraram em ação e o fogo foi controlado, porém o prejuízo é incalculável. O Jornal do Comércio esteve no apartamento na tarde desta quinta-feira (9). Ao entrar no apartamento, o cenário é de caos, e um forte cheiro de queimado ainda paira no ar. O fogo atingiu diretamente a janela do quarto direcionada para a rua Espírito Santo, mas os impactos do acidente são vistos em todos os outros cômodos.
“Todo nosso quarto foi queimado. Perdemos todos os móveis e objetos pessoais que ficavam no cômodo. No restante da casa, muitas coisas derreteram, como eletrodomésticos e plantas. Quadros estouraram as molduras e tem muita fuligem por toda a parte, não sabemos o que conseguiremos resgatar. Ainda estamos estimando as perdas”, pondera Laura.
Por ora, Laura e Luiz tentam retomar suas vidas, mesmo sem previsão para voltar ao apartamento. Além do trauma, há o estresse administrativo de buscar reembolsos. O casal já pagou o aluguel do mês de outubro, mas precisará entrar com uma ação para ser reembolsado do valor, utilizando o seguro aluguel e as evidências do acidente. 
Outro ponto destacado foi a falta de apoio do município. Segundo eles, a prefeitura não entrou em contato e, no momento, eles aguardam a ação dos seguros.
“Estamos em um momento de vistoria e perícia. Tem vários seguros envolvidos, mas nenhum órgão público entrou em contato conosco”, disse a funcionária pública. 
Além da dor de ver sua casa queimada e perder seus objetos pessoais, Laura e Luiz suspeitam de terem sido furtados. Ao entrar no apartamento na manhã seguinte, o casal deu falta de alguns itens de valor, como joias e eletrônicos, coisas que não poderiam ter derretido sem deixar rastros. 
Segundo relatos dos vizinhos e do zelador do prédio, a equipe de limpeza do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) adentrou o apartamento do casal na manhã de sábado (4), sem a presença deles, nem autorização. De acordo com eles, o DMLU alegou urgência, pois era preciso liberar alguns entulhos que poderiam cair para a rua. 
 "vimos que um ônibus tinha batido na nossa janela. Aí eu vi as chamas subindo”, relembra Laura Klein | EVANDRO OLIVEIRA/JC
"vimos que um ônibus tinha batido na nossa janela. Aí eu vi as chamas subindo”, relembra Laura Klein EVANDRO OLIVEIRA/JC
O que diz o DMLU
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), informa que após o incidente envolvendo um ônibus no Centro Histórico, no dia 3 de outubro, as equipes de limpeza foram mobilizadas já na madrugada para a remoção dos resíduos e a liberação da área. "Também foi disponibilizada uma caixa coletora, instalada na rua Espírito Santo, em frente ao número 219, para o descarte dos materiais gerados nos apartamentos afetados".
"Sobre a denúncia apontada pela reportagem, envolvendo garis que trabalharam na operação, o DMLU esclarece que não foi notificado sobre a ocorrência até o momento. Em apoio aos moradores atingidos, seis garis entraram em um dos prédios na manhã de sábado (4), acompanhados pelo síndico e com suas atividades supervisionadas. Há penalidades previstas nos contratos para irregularidades quanto à execução correta dos serviços e casos pontuais serão analisados com rigor".

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