Após pedido de adiamento do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers Sindicato) em função do calor extremo, o ano letivo do ensino público estadual retorna nesta quinta-feira (13). A liminar que previa o adiamento até a próxima segunda (17) foi derrubada pelo Tribunal de Justiça gaúcho na última terça-feira (11). De acordo com a Secretaria de Educação do Estado (Seduc), retornam à sala de aula 700 mil estudantes em 2.320 escolas.
Nos últimos dias, o Estado passou pelo que pode ter sido a maior onda de calor do ano. Porto Alegre foi a capital mais quente de todo o País, atingindo 39,8ºC na estação convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), arrefecendo somente na quarta-feira, após chuvas.
As aulas começariam no dia 03 de fevereiro. A medida de suspensão foi tomada para preservar a saúde da comunidade escolar e ocorreu por meio da decisão da desembargadora Lúcia de Fátima Cerveira, da 3ª Câmara Cível do TJ-RS. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RS) recorreu contra a determinação e o desembargador Eduardo Delgado, da 3ª Câmara Cível, reconsiderou a liminar deferida em plantão.
O Cpers seguiu sem concordar com o retorno imediato do ano letivo. A presidente Rosane Zan destaca que a derrubada da liminar não pegou a categoria de surpresa, mas serviu para "abrir um debate na sociedade da importância de ter uma estrutura adequada nas escolas para receber os alunos e alunas, e principalmente os professores e funcionários de escola".
Segundo a dirigente, "os termômetros mostraram temperaturas altíssimas nos últimos dois dias". E informa que a entidade continuará "na defesa intransigente pela qualidade da educação pública como um todo".
Em recente entrevista ao Jornal do Comércio, antes do adiamento das aulas, a secretária de Educação, Raquel Teixeira, afirmou que o Estado nunca esteve tão capacitado para iniciar o ano letivo. "Temos uma estrutura sólida, apoio pedagógico e professores empenhados para alcançar um salto de qualidade e comemorar os avanços ao final do ano".
Já o governador do Estado, Eduardo Leite, sinalizou que o diálogo foi realizado "dando autonomia para que casos específicos de escolas que tenham especiais dificuldades pudessem fazer os ajustes necessários".