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Publicada em 02 de Setembro de 2025 às 11:21

Vice-governador gaúcho cobra interlocução com o governo federal na Expointer

O vice-governador Gabriel Souza participou da entrega do prêmio O Futuro da Terra nesta segunda-feira

O vice-governador Gabriel Souza participou da entrega do prêmio O Futuro da Terra nesta segunda-feira

TÂNIA MEINERZ/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), cobrou uma participação efetiva do governo federal na Expointer 2025, iniciada no sábado passado e que prossegue até o domingo. Representando o Piratini no prêmio O Futuro da Terra, entregue pelo Jornal do Comércio e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs) nesta segunda-feira (1º), ele realizou críticas contundentes à ausência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no evento.
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), cobrou uma participação efetiva do governo federal na Expointer 2025, iniciada no sábado passado e que prossegue até o domingo. Representando o Piratini no prêmio O Futuro da Terra, entregue pelo Jornal do Comércio e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs) nesta segunda-feira (1º), ele realizou críticas contundentes à ausência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no evento.
“De fato, estamos na expectativa de que nesta semana alguém do governo federal apareça aqui na feira, alguém de alto escalão, provavelmente que seja um ministro de Estado e que venha, primeiramente, prestigiar o produtor gaúcho. Não tivemos a presença, infelizmente, na Expodireto deste ano, e nota-se a ausência, seguidamente, de representantes do governo federal no tocante ao setor primário nos maiores eventos do Estado, que é um dos maiores produtores de grãos do País”, desabafou Gabriel.
A Expodireto, realizada em Não-Me-Toque no mês de março, diferentemente da Expointer, nunca recebeu um presidente em atividade. Entretanto, teve a presença constante de ministros, incluindo Fávaro na edição de 2024. Neste ano, ele alegou um compromisso no interior de São Paulo que o impediria de participar da feira.
Já no caso da Expointer, ao longo dos primeiros dias do evento estiveram presentes representantes do governo federal, mas não do primeiro escalão. Entre eles, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Edegar Pretto, e o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos Jr.
Em ambos os casos, as ausências são acompanhadas da pressão do agronegócio pela renegociação global das dívidas, para pagamento em 20 anos, também conhecida como securitização. A pauta tem sido levantada especialmente no Rio Grande do Sul devido às sucessivas estiagens, enchentes e chuvas excessivas registradas nos últimos anos e que trouxeram impactos significativos nas lavouras.
Gabriel ainda considerou que é necessário que o próprio Estado invista em programas de melhoramento da agropecuária | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Gabriel ainda considerou que é necessário que o próprio Estado invista em programas de melhoramento da agropecuária EVANDRO OLIVEIRA/JC
O tema, aliás, foi abordado durante a premiação pelo presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, e reiterado pelo vice-governador. “As (outras) regiões brasileiras não vivem o que se vive aqui no tocante aos eventos climáticos. Se tivermos um ranking nacional dos estados que mais sofreram com eventos climáticos no século 21, infelizmente, o Rio Grande do Sul ocupa o desonroso primeiro lugar”, avaliou Gabriel.
De acordo com ele, a cobrança pela presença de Fávaro não se restringe às questões ligadas à securitização, mas também diz respeito ao simbolismo da pasta para o desenvolvimento do País. Entretanto, em entrevista à reportagem, ele afirmou que há expectativas de que o representante da Agricultura compareça nos próximos dias e que realize “anúncios importantes para resolver os problemas do setor, que são inúmeros”.
Gabriel ainda considerou que é necessário que o próprio Estado invista em programas de melhoramento da agropecuária. Incluindo estímulos à irrigação e à reservação d’água, temas que foram o mote da Assembleia Legislativa ao longo de 2024. Outra questão a ser solucionada é o aprimoramento do manejo do solo.

Investimento em pesquisa foi destacado por Souza

Se afastando das rusgas entre os entes federativos, o vice-governador também destacou os investimentos do governo estadual na Fapergs para incentivo à pesquisa. “Nós estamos investindo somente neste ano, um ano que ainda não acabou, mais de R$ 200 milhões em fomento à pesquisa”, relembrou. O mais recente dos aportes foi anunciado no final de agosto, quando a Fapergs anunciou o maior edital do Programa Pesquisador Gaúcho, com R$ 40 milhões e bolsas de pós-doutorado.
Não fosse a pesquisa, ciência e tecnologia no setor primário, certamente não teríamos os índices de produtividade que temos aqui, e somos muito gratos a tudo o que fizeram, e mais esperançosos ainda que façam ainda mais no tocante às pesquisas que envolvam a resiliência climática, mitigação das mudanças climáticas, que é algo que o Estado vai precisar nos próximos anos”, acrescentou Gabriel.
O prêmio O Futuro da Terra, que é entregue a pesquisadores que se destacam em suas áreas de atuação, também foi elogiado pelo representante do Piratini. “É importante para valorizar a ciência, valorizar a pesquisa, ainda mais o setor agropecuário que é tão fundamental para a economia gaúcha, eu como médico veterinário sei a importância desse setor acadêmico, e naturalmente o Jornal do Comércio muito bem prestigia e homenageia essas pessoas que tanto ajudam a desenvolver a agricultura gaúcha”, concluiu.

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