Porto Alegre, sáb, 12/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 29 de Agosto de 2024 às 12:14

Alimentos para dietas especiais são tendência nas agroindústrias

Luci já vendeu mais de 140 quilos de sorbet, um sorvete sem leite

Luci já vendeu mais de 140 quilos de sorbet, um sorvete sem leite

ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
Compartilhe:
JC
JC
Ana Esteves, especial para o JC

Uma tendência tomou conta do pavilhão da Agricultura Familiar (PAF), na 47ª Expointer: os produtos especiais sem glúten, sem lactose e sem açúcar. São várias opções para atender tanto os consumidores com algum tipo de intolerância, alergia, diabetes, ou mesmo para quem busca alternativas mais saudáveis para se alimentar. Há anos que o fotógrafo Fernando Dias frequenta o espaço e diz que é recente e farta a oferta de alimentos diferenciados. “Eu compro pela preocupação com a saúde, redução de consumo de açúcar e para um familiar que tem diabetes”, diz.


Uma das bancas mais movimentadas é a do sorbet (sorvete sem leite), um produto sem glúten, sem lactose, orgânico e vegano criado por Luci Almeida, da agroindústria familiar Chácara Vila Nova, do bairro Vila Nova, zona Sul de Porto Alegre. “O sorbet é à base de água, frutas e uma liga de aipim. Neste ano, as novidades são o sorvete de sagu e de erva mate. Nos primeiros dois dias vendemos 147 quilos, 500 pessoas passando pela banca”, conta a portoalegrense. Entre os sabores, Luci produz butiá, uva niágara e morango que é cultivado na propriedade. “Apesar de toda a dificuldade provocada pela enchente e outras adversidades climáticas, conseguimos manter a nossa produção de morango totalmente orgânico”, afirma.


Outra novidade é a ambrosia sem lactose, desenvolvida pela produtora Rosa Hartmann, da agroindústria Morangos da Rosa, do município de Cristal, na zona Sul do Estado. O doce é feito com leite comum, a partir da receita tradicional, com o diferencial da adição da enzima lactase que tem a função de quebrar a lactose. A ambrosia pode ser consumida por quem tem algum tipo de intolerância ao açúcar do leite. “A ideia é oferecer um produto diferente, para driblar a concorrência e contemplar as pessoas que querem consumir o doce, mas têm restrição”, afirma. Rosa garante que o gosto é o mesmo da ambrosia produzida com leite normal. A produtora, que também comercializa geleias sem açúcar, conta que está preparando uma novidade: o doce de leite sem lactose desenvolvido nos mesmos moldes da ambrosia. “Temos uma nutricionista que orienta essas receitas especiais e faz toda a análise dos parâmetros dos nossos produtos”.
 
A  ambrosia sem lactose foi desenvolvida pela agroindústria Morangos da Rosa, de Cristal | ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
A ambrosia sem lactose foi desenvolvida pela agroindústria Morangos da Rosa, de Cristal ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC

Ainda na linha dos doces, as geleias sem açúcar são destaque em vários estandes no pavilhão. Basta uma caminhada rápida para perceber a diversidade desses produtos, muitos deles desenvolvidos a partir da demanda dos clientes que circulam pelo espaço. “Faz quatro anos que produzimos geleias adoçadas e foi aqui na Expointer que os clientes sugeriram que a gente produzisse uma versão livre de açúcar. Apostamos na ideia e hoje a procura é grande”, afirma a proprietária da agroindústria Cantelli de Cesaro, de Farroupilha, Fabiana Teresa Cantelli de Cesaro. No estande da produtora na Expointer é possível encontrar geleias de figo, abacaxi, goiaba e morango adoçados apenas com suco de maçã, sem conservantes, corantes ou adoçantes artificiais. “São alternativas mais saudáveis se comparados aos doces convencionais, além disso têm o sabor da fruta mais acentuado e ficam mais saborosos”. Fabiana diz que a maioria das frutas usadas na produção das geleias é plantada na propriedade dela.
 
Fabiana diz que a procura por geleias sem açúcar é grande | ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
Fabiana diz que a procura por geleias sem açúcar é grande ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC

A agroindústria familiar Brott Haus, do município de Dona Francisca, região central do Rio Grande do Sul, veio para a Expointer com uma linha de biscoitos, tipo Waffle, sem glúten fabricados à base de polvilho azedo e polvilho doce. “Notamos o aumento da demanda por produtos sem glúten e sem lactose e começamos a testar receitas com batata doce e mandioca produzidos na propriedade", explica a expositora da Brott Haus, Terezinha Tizatto. A proprietária da agroindústria, Lisiane Hineraski, diz que a receita é do tempo da avó dela, uma visionária ao trabalhar com farinha de polvilho, ingrediente tão demandado nos dias de hoje. A ideia de desenvolver um produto diferenciado surgiu através do contato com clientes que vinham em busca de produtos sem farinha de trigo. “Somos um dos poucos espaços na feira que oferecem esse diferencial”, diz Lisiane. Além dos waffles, a agroindústria produz chips de banana, aipim e batata doce que são uma alternativa de aperitivo mais saudável, tanto para crianças como adultos. São mais saudáveis do que a batata, além de contribuírem para aumentar a saciedade, ajudando colaborando no processo de emagrecimento, ajuda no controle do colesterol, prevenindo futuras doenças cardiovasculares.
 
A Brott Haus tem uma linha de biscoitos, tipo Waffle, sem glúten fabricados à base de polvilho azedo e polvilho doce | ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
A Brott Haus tem uma linha de biscoitos, tipo Waffle, sem glúten fabricados à base de polvilho azedo e polvilho doce ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC

Notícias relacionadas

Avalie esta notícia

Comentários

0 comentários