Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 28 de Agosto de 2024 às 14:51

Expointer tem cachaças estreantes e grappa centenária

O movimento é grande nos estandes, como no da Cachaçaria Harmonie Schnaps, de Harmonia

O movimento é grande nos estandes, como no da Cachaçaria Harmonie Schnaps, de Harmonia

ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
Compartilhe:
Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
Os estandes de produtores de destilados no Pavilhão da Agricultura Familiar estão entre os que mais atraem visitantes para a degustação de produtos nesta edição da Expointer. É comum ver filas de interessados em provar as cachaças, licores e grappa, entre outras bebidas, e os sabores diferenciados são o atrativo para conquistar novos paladares e ampliar a oferta a quem já está habituado a consumir os produtos.
Os estandes de produtores de destilados no Pavilhão da Agricultura Familiar estão entre os que mais atraem visitantes para a degustação de produtos nesta edição da Expointer. É comum ver filas de interessados em provar as cachaças, licores e grappa, entre outras bebidas, e os sabores diferenciados são o atrativo para conquistar novos paladares e ampliar a oferta a quem já está habituado a consumir os produtos.

Entre os 18 empreendimentos produtores de cachaça que marcam presença no evento neste ano, estão empresas centenárias e estreantes na feira. A Cachaçaria Velho Alambique deu continuidade a mais de 100 anos na fabricação de bebidas na cidade de Santa Tereza, na serra gaúcha, e desde 2001 vem investindo em barricas novas, entre elas de amburana, que é uma árvore da família das cerejeiras. “A amburana dá um aroma e paladar muito gostoso para quem não é apreciador de cachaça, atraindo novos degustadores. Para quem gosta de uísque, temos o melhor destilado nacional, que é uma cachaça envelhecida em carvalho”, salienta Ivandro Remus, proprietário da empresa familiar.
 
 
Remus, da Velho Alambique, diz que é preciso reconhecer os esforços para a realização do evento  | ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
Remus, da Velho Alambique, diz que é preciso reconhecer os esforços para a realização do evento ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC

A Velho Alambique produz artesanalmente 12 variedades de cachaça e mais 4 tipos de licores especiais a partir de plantação própria de cana-de-açúcar, com preços que variam de R$ 50,00 a R$ 850,00. Entre as bebidas da marca, há várias premiadas. Um dos destaques é a cachaça premium Cenário, envelhecida cinco anos em barris com blend de três madeiras - carvalho, grápia e angico - envasadas em belas garrafas e caixas especiais. Para os apreciadores de licor, há opções com sabor chocolate, cappucino, figo e limão siciliano.
 
A cachaçaria participa há 20 anos da Expointer, e Remus diz que a movimentação no Pavilhão nesta edição está muito boa. “O povo gaúcho e os outros visitantes estão com espírito de adquirir produtos gaúchos. Aqui tinha 1,5m de água. Temos que agradecer o esforço gigante do governo do Estado e das pessoas para trazer esses mais de 400 expositores para a feira”, elogia o produtor.
 
Outra marca que não tem do que se queixar em relação a esta edição da feira é a Cachaçaria Harmonie Schnaps, de Harmonia, no Vale do Caí. O estande estava bem movimentado na tarde de terça-feira (27), quando a reportagem do Jornal do Comércio passou pelo local. Douglas Hilgert, mestre alambiqueiro do empreendimento, explicava aos visitantes as opções de cachaças e os 19 sabores de licores, entre eles o de erva mate, que faz uma homenagem ao tradicionalismo gaúcho.
 
Segundo Hilgert, a Harmonie Schnaps é a única cachaçaria no Brasil a envelhecer as bebidas em barris de madeira de acácia francesa e a única a ter um blend envelhecido em 11 tipos diferentes de barris - até então, eram usados apenas nove tipos. Fundada em 2004, a Harmonie Schnaps participa desde 2006 da Expointer. “A expectativa para esse ano era um pouco incerta devido à enchente, mas desde o início da feira a movimentação é positiva e está superando o ano passado”, avalia Hilgert.
 
Estreante na Expointer, a Cachaçaria Possamai, de Imigrante, do Vale do Taquari, surgiu do sonho do jovem Alex Possamai em produzir cervejas. Como na propriedade da família já havia um pequeno canavial e uma pequena fabricação de cachaça, Alex convenceu o pai a ampliar a área de plantio de cana-de-açúcar e deu início a uma produção da bebida em uma escala. A família investiu em maquinário e Alex fez cursos para se aprimorar no assunto. 
 
"Participar da Expointer é uma vitrine", diz Alex, proprietário da Cachaçaria Possamai | ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
"Participar da Expointer é uma vitrine", diz Alex, proprietário da Cachaçaria Possamai ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
 
“A nossa cachaçaria é uma agroindústria familiar, meus pais e irmãos ajudam e temos o máximo de cuidado em cada processo. Sabemos da importância de entregar uma cachaça de qualidade e como a bebida era vista há muitos anos como um produto de baixa qualidade e agora estamos conseguindo mudar isso. As pessoas estão enxergando a cachaça como uma bebida para ser degustada e apreciada em bons momentos”, destaca.
 
Os preços variam de R$ 50,00 a cerca de R$ 100,00, dependendo do tipo de mercadoria. Além das cachaças, é possível adquirir licores e outros produtos ligados ao mundo das bebidas, como copos e taças com a logomarca Possamai.
 
Alex conta que já frequentava a Expointer, mas sempre como visitante, seja na infância ou depois com a Emater de Imigrante. “Tenho sempre lembranças muito boas da Expointer e estar expondo neste ano como agroindústria no Pavilhão tem um significado muito grande. A Expointer é uma vitrine muito grande”, afirma. Ele complementa que o movimento vem aumentando desde o início da feira e que a expectativa é muito grande para os próximos dias, esperando mais público ainda até o fim da semana, quando ocorre o encerramento do evento.
 
Diversificando um pouco, mas ainda no universo dos destilados, a Destilaria Cantelli é opção para quem aprecia a tradicional grappa, de origem italiana. Fundada em 1898 por Joaquim Cantelli, que veio de Vicenza, na Itália, para Bento Gonçalves, a pequena empresa é conduzida agora pelo neto, Sérgio Cantelli.
 
Sérgio Cantelli dá continuidade à destilaria fundada há mais de 100 anos pelo avô  | ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
Sérgio Cantelli dá continuidade à destilaria fundada há mais de 100 anos pelo avô ALINA SOUZA/ESPECIAL/JC
 
“A grappa tem um público mais definido, de pessoas de mais idade que tem a tradição de consumir a bebida”, explica Sérgio. Além da grappa, a Destilaria Cantelli fabrica licores e está começando a produzir brand, mas a bebida não é disponibilizada ainda para venda porque precisa de tempo para envelhecer.
Sérgio diz que a venda de grappa não é tão volumosa quanto a de cachaça, mas quem passa pelo estande para para tomar uma provinha e ouvir as explicações sobre a bebida. A Cantelli participa pelo segundo ano da feira, e o proprietário avalia como positiva a presença na Expointer.

Notícias relacionadas