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Publicada em 30 de Outubro de 2023 às 20:22

Um Inter que não cansa de frustrar sua torcida

Derrota em casa para o Coritiba se soma à série de fracassos colorados na temporada

Derrota em casa para o Coritiba se soma à série de fracassos colorados na temporada

RICARDO DUARTE/INTER/JC
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Juliano Tatsch
Cada vez que o Inter perde uma partida, um meme já consagrado aqui no Rio Grande do Sul volta a circular nos grupos de mensagens e redes sociais. Nele, em um vídeo, o narrador Haroldo de Souza diz o seguinte: “mas que coisa, o que sofre essa torcida do Internacional”. Pois bem, neste final de semana, a torcida colorada voltou a sofrer. Antes do jogo contra um Coritiba virtualmente rebaixado, a expectativa era por mais uma vitória – a terceira seguida – para que o time deixasse para trás de uma vez por todas o fantasma do Z-4 e se fixasse na primeira parte da tabela de classificação. No entanto, o time de Eduardo Coudet conseguiu a façanha de sofrer quatro gols do Coxa no Beira-Rio e perder a partida.
Cada vez que o Inter perde uma partida, um meme já consagrado aqui no Rio Grande do Sul volta a circular nos grupos de mensagens e redes sociais. Nele, em um vídeo, o narrador Haroldo de Souza diz o seguinte: “mas que coisa, o que sofre essa torcida do Internacional”. Pois bem, neste final de semana, a torcida colorada voltou a sofrer. Antes do jogo contra um Coritiba virtualmente rebaixado, a expectativa era por mais uma vitória – a terceira seguida – para que o time deixasse para trás de uma vez por todas o fantasma do Z-4 e se fixasse na primeira parte da tabela de classificação. No entanto, o time de Eduardo Coudet conseguiu a façanha de sofrer quatro gols do Coxa no Beira-Rio e perder a partida.
O técnico argentino, diga-se de passagem, tem a sua parcela de responsabilidade na derrota. Ao perder Vitão – expulso – ainda no começo do jogo, tentou rearranjar o setor defensivo sem colocar em campo outro zagueiro. O resultado não poderia ser outro: gol do time visitante. Só depois disso, Coudet fez a modificação óbvia.
A sina colorada neste ano tem sido essa: frustrações em cima de frustrações. A maior delas, sem dúvida, foi a derrota para o Fluminense e a consequente eliminação na Libertadores da América. Mas tiveram outras. O Inter de 2023 não conseguiu chegar na decisão do Campeonato Gaúcho e viu seu grande rival ser hexacampeão estadual. Na Copa do Brasil, uma eliminação que beirou o fiasco para o América-MG no Beira-Rio.
No Brasileirão, a campanha colorada é muito ruim, com apenas 10 vitórias em 30 jogos. Na prática, o ano Colorado está encerrado e, pelos lados da avenida Padre Cacique, só se pensa, se cochicha, se projetam as eleições para a presidência do clube.
Os dois candidatos ao comando colorado – Roberto Melo pela oposição e Alessandro Barcelos, que busca a reeleição – já sinalizaram que pretendem manter Coudet na casamata do time na próxima temporada. Cabe à direção, portanto, reforçar o elenco, suprir as brechas no grupo e, mais do que isso, entender o que se passa no vestiário, nos corredores e, principalmente, no espírito colorado.
O Inter vem demonstrando fraquezas nos momentos mais decisivos. Eliminações para adversários muito mais fracos, derrotas nos instantes finais dos jogos, incapacidade de se impor em situações de alta pressão. O problema colorado, talvez, necessite de atenção técnico-tática em conjunto com um forte trabalho psicológico. O Inter precisa parar de fraquejar nos momentos decisivos. Para isso, necessita de lideranças dentro de campo, fora dele e de uma capacidade de concentração e foco que vem faltando nos últimos anos.
A derrota para o Coritiba não chega a ser uma tragédia futebolística. Mas é sintomática. Um time que entrou em campo de peito estufado após golear impiedosamente o Santos por 7 a 1 e vencer o Vasco fora de casa na rodada anterior, sucumbiu ao limitado time paranaense em casa, com 35 mil torcedores apoiando.
Para deixar a sequência de resultados ruins no passado, o clube precisa olhar para si, para os seus erros e deixar de terceirizar os fracassos. Nesta segunda-feira, o Colorado divulgou uma longa nota oficial reclamando da arbitragem no jogo contra o Coxa. Ainda que a atuação do árbitro não tenha sido boa, reclamar depois de sofrer quatro gols do vice-lanterna do campeonato no Beira-Rio não pega bem. 
É preciso virar a chave e esse ponto tem de ser tratado pelos candidatos à presidência do clube. O próximo ano não pode ser uma continuidade da temporada atual e das anteriores. O Colorado tem de voltar ao caminho das conquistas. No ano que vem, se nenhuma taça relevante for levantada, completarão 13 anos sem um grande título. Tempo demais para um gigante como o Inter.

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