Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 23 de Junho de 2025 às 15:57

CEO da Tellescom Semicondutores explica por que escolheu RS para instalar nova fábrica

CEO da Tellescom Semicondutores, Ronaldo Aloise Júnior destaca universidades gaúchas e "capacidade cerebral" no RS

CEO da Tellescom Semicondutores, Ronaldo Aloise Júnior destaca universidades gaúchas e "capacidade cerebral" no RS

Flávia Mantovani/Especial/JC
Compartilhe:
Flávia Mantovani
* De São Paulo, especial para o JC
* De São Paulo, especial para o JC
Com um investimento inicial de US$ 170 milhões, a Tellescom Semicondutores vai implementar sua terceira fábrica no País. A nova unidade da empresa brasileira, que tem 18 anos de atuação, ficará na cidade de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul — as outras duas estão em Manaus.
Para o CEO da companhia, Ronaldo Aloise Júnior, a assinatura do protocolo de intenções com o governo gaúcho nesta segunda-feira, 23 de junho, é um avanço importante rumo à concretização do projeto. "Começamos a chegar mais perto da fase de investimento e planejamento da implantação", afirmou ao Jornal do Comércio, em São Paulo.

Jornal do Comércio – Por que escolheram o Rio Grande do Sul para instalar a nova fábrica?
Ronaldo Aloise Júnior – A gente fez uma análise com alguns critérios e ranqueou diversos estados do Brasil. No caso de semicondutores, o que é mais importante é capacidade cerebral, é conhecimento, é prática. O Rio Grande do Sul, desde os anos 1970, 1980, é muito destacado na área de microeletrônicos. As três principais universidades da região de Porto Alegre e Vale do Sinos têm programas muito profundos de treinamento e pós-graduação na área de semicondutores. Do ponto de vista de segurança, logística, localização, disponibilidade de mão de obra já envolvida em semicondutores, tudo isso já apontava para o Rio Grande do Sul, empatado com São Paulo, na escolha. E a dedicação do governo do RS em atrair o interesse para lá foi decisiva. Eles ofereceram várias possibilidades de suporte que aceleraram nosso projeto.
JC – Que incentivos foram oferecidos?
Aloise – Infraestrutura, terreno, suporte na educação de engenheiros, isenção fiscal… O setor de semicondutores é estratégico para qualquer estado. Então, é preciso ter um programa de Estado para semicondutores — e, dentre os estados brasileiros, só o Rio Grande do Sul tem um.
JC – O que será produzido nessa nova fábrica?
Aloise – Vamos fabricar componentes eletrônicos. Vamos importar os "wafers", que são as lâminas de silício onde os circuitos estão impressos, e vamos individualizá-los, transformá-los nos seus diversos componentes. Tu podes fabricar processadores, microcontroladores. Vamos focar muito nos mercados de automotivo e de telecomunicações, que demandam muito chip, demandam muito componente. A indústria brasileira já é muito bem atendida. O Brasil tem cinco empresas que encapsulam componentes, mas todas atuam muito na área de memórias de computador, telefone etc. Então, a gente vai ir para um outro segmento.
JC – Haverá um parceiro internacional envolvido?
Aloise – Sim. Normalmente, as indústrias de semicondutores, quando começam aqui no Brasil, sempre trabalham com o suporte técnico de um parceiro tecnológico internacional consolidado, que torna a implementação do negócio muito mais rápida. Hoje, nós temos negociações principalmente com a Malásia e com Taiwan.
JC – Por que escolheram Cachoeirinha?
Aloise – É uma localidade que tem uma economia industrial importante. Nós vamos ficar em um terreno excelente, do lado do distrito industrial. E tem várias cidades no entorno que são excelentes: Canoas, Gravataí, Campo Bom etc.
JC – Quando começam a operar?
Aloise – A composição das primeiras equipes já deve ocorrer nesse segundo semestre e, ao longo do ano que vem, a gente já começa a operar. A construção deve levar uns dois anos e pouco ainda, mas vamos operar de outra maneira que ainda está sendo decidida.

Notícias relacionadas