Inovação nos produtos e garantia de atendimento a uma demanda crescente futura são palavras de ordem na planta industrial da Nutrire, em Garibaldi, na Serra Gaúcha. Somando a produção dali e da segunda planta industrial da empresa, em Poços de Caldas, Minas Gerais, saem dali, mensalmente, 10 milhões de quilos de rações para cães e gatos.
A meta, a partir do investimento que deve encerrar até o fim deste ano, é chegar a 16 milhões de quilos mensais em cinco anos, e atingir um faturamento de R$ 1 bilhão. São desembolsados, desde o ano passado, R$ 40 milhões – R$ 30 milhões em Garibaldi – na modernização das fábricas. Medida, segundo o diretor da empresa, Gerson Simonaggio, fundamental para seguir altamente competitivo no mercado pet.
A Nutrire, responsável pelas marcas Monello, Birbo e Select, já é uma das 10 maiores fabricantes de rações pet do País e a maior exportadora brasileira. Os produtos premium e super premium gaúchos chegam hoje a 52 países.
"Estamos falando de um mercado em plena transformação e crescimento acelerado. Se pararmos para pensar, no Brasil são 60 milhões de cães e 30 milhões de gatos, que hoje, efetivamente, fazem parte das famílias. Para que se tenha uma ideia, são 35 a 40 milhões de crianças", comenta Simonaggio.
Com essa transformação do mundo pet, com hábitos cada vez mais urbanos e próximos dos seus tutores, naturalmente a característica da alimentação também muda. Um trabalho, como define o diretor, de alta especificação nutricional. A moagem das rações é cada vez mais fina, mais seca e com o cozimento a vapor. "O pet vai consumir menos alimento e ganhar mais longevidade", define.
Inovação em processos e produtos
E é aí que entram as mudanças na fábrica. Os investimentos são destinados a uma nova caldeira, à nova estrutura de secagem, ao empacotamento mais automatizado, com o uso de robôs e também à automação da dosagem dos alimentos, que possibilitará, segundo Simonaggio, dobrar o atendimento à produção.
Assim como na indústria alimentícia humana, entre os pets, a indústria também avança em práticas mais sustentáveis. Na Nutrire, foi adotado o selo GreenLike, que é estampado nos seus produtos. Desde a implantação do programa, a empresa estima que contribuiu para que quase 895 mil quilos de plástico deixassem de circular, com a redução na emissão de gases poluentes equivalente à plantação de quase 130 mil mudas de árvores. A iniciativa também ajudou a preservar mais de 6,2 milhões de litros de água limpa.
Agora, na sua linha super premium, a Nutrire inova com uma embalagem mono-estruturada, que facilita o processo de reciclagem futura. A meta é levar essa técnica, que evita mais de uma camada plástica na embalagem, para as demais linhas. Com a nova tecnologia de dobra das inovações que devem operar a pleno até o final deste ano, a estimativa é reduzir em 50% o consumo de plástico-filme.
Com a nova caldeira, também há maior flexibilidade no uso de matérias-primas para geração de vapor, como resíduos coprocessados da indústria moveleira e cascas de eucalipto, possibilitando o uso mais otimizado do produto florestal.
Matéria-prima local, liderança no exterior
"O consumidor do mercado pet tem uma consciência maior sobre a responsabilidade ambiental. Exige matérias-primas menos agressivas ao meio ambiente. Poderíamos ter uma evolução maior ainda se a tributação também se adaptasse à realidade pet hoje no Brasil, mas infelizmente, mesmo com a reforma tributária, este ainda vem sendo um produto considerado supérfluo pelo governo. Hoje, 52% do nosso preço é tributo", critica o empresário.
A empresa conta hoje com mais de 420 empregados e todo o desenvolvimento dos produtos é feito na própria planta industrial, fundada em 2001 por Gérson Simonaggio, que lidera a empresa ao lado da irmã. A partir de 2016, a Nutrire também passou a produzir em Minas Gerais.
Toda a matéria-prima da Nutrire é nacional, sendo 90% do RS – desde farinhas de frango e bovinas até arroz, trigo, milho e soja, gaúchos. Na outra ponta, estima Gerson Simonaggio, 90% da produção da fábrica é para as suas próprias marcas, com um percentual menor de produção para outros fabricantes. Toda a exportação, que coloca a Nutrire na liderança do setor no Brasil, é feita com as marcas próprias.
"A nossa produção em Garibaldi hoje atende ao Sul do Brasil e às exportações. Em Poços de Caldas, o Sudeste, Norte e Nordeste. A localização aqui no Rio Grande do Sul é estratégica para nós, tanto pela alta disponibilidade de matéria-prima quanto pela facilidade de escoamento para o mercado externo", explica Simonaggio.
De acordo com o diretor, a maior fatia do mercado externo da Nutrire está na América do Sul, entre países como Colômbia, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Ficha técnica
Investimento: R$ 30 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Nutrire
Cidade: Garibaldi
Área: Indústria