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Publicada em 16 de Junho de 2025 às 18:37

Fabricante de rações pet da Serra Gaúcha investe em modernização

Fábrica de rações de Garibaldi, Nutrire lidera as exportações brasileiras

Fábrica de rações de Garibaldi, Nutrire lidera as exportações brasileiras

Augusto Tomasi / Divulgação Nutrire
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Inovação nos produtos e garantia de atendimento a uma demanda crescente futura são palavras de ordem na planta industrial da Nutrire, em Garibaldi, na Serra Gaúcha. Somando a produção dali e da segunda planta industrial da empresa, em Poços de Caldas, Minas Gerais, saem dali, mensalmente, 10 milhões de quilos de rações para cães e gatos.
Inovação nos produtos e garantia de atendimento a uma demanda crescente futura são palavras de ordem na planta industrial da Nutrire, em Garibaldi, na Serra Gaúcha. Somando a produção dali e da segunda planta industrial da empresa, em Poços de Caldas, Minas Gerais, saem dali, mensalmente, 10 milhões de quilos de rações para cães e gatos.
A meta, a partir do investimento que deve encerrar até o fim deste ano, é chegar a 16 milhões de quilos mensais em cinco anos, e atingir um faturamento de R$ 1 bilhão. São desembolsados, desde o ano passado, R$ 40 milhões – R$ 30 milhões em Garibaldi – na modernização das fábricas. Medida, segundo o diretor da empresa, Gerson Simonaggio, fundamental para seguir altamente competitivo no mercado pet.
A Nutrire, responsável pelas marcas Monello, Birbo e Select, já é uma das 10 maiores fabricantes de rações pet do País e a maior exportadora brasileira. Os produtos premium e super premium gaúchos chegam hoje a 52 países.
"Estamos falando de um mercado em plena transformação e crescimento acelerado. Se pararmos para pensar, no Brasil são 60 milhões de cães e 30 milhões de gatos, que hoje, efetivamente, fazem parte das famílias. Para que se tenha uma ideia, são 35 a 40 milhões de crianças", comenta Simonaggio.
Com essa transformação do mundo pet, com hábitos cada vez mais urbanos e próximos dos seus tutores, naturalmente a característica da alimentação também muda. Um trabalho, como define o diretor, de alta especificação nutricional. A moagem das rações é cada vez mais fina, mais seca e com o cozimento a vapor. "O pet vai consumir menos alimento e ganhar mais longevidade", define.

Inovação em processos e produtos

E é aí que entram as mudanças na fábrica. Os investimentos são destinados a uma nova caldeira, à nova estrutura de secagem, ao empacotamento mais automatizado, com o uso de robôs e também à automação da dosagem dos alimentos, que possibilitará, segundo Simonaggio, dobrar o atendimento à produção.
Assim como na indústria alimentícia humana, entre os pets, a indústria também avança em práticas mais sustentáveis. Na Nutrire, foi adotado o selo GreenLike, que é estampado nos seus produtos. Desde a implantação do programa, a empresa estima que contribuiu para que quase 895 mil quilos de plástico deixassem de circular, com a redução na emissão de gases poluentes equivalente à plantação de quase 130 mil mudas de árvores. A iniciativa também ajudou a preservar mais de 6,2 milhões de litros de água limpa.
Agora, na sua linha super premium, a Nutrire inova com uma embalagem mono-estruturada, que facilita o processo de reciclagem futura. A meta é levar essa técnica, que evita mais de uma camada plástica na embalagem, para as demais linhas. Com a nova tecnologia de dobra das inovações que devem operar a pleno até o final deste ano, a estimativa é reduzir em 50% o consumo de plástico-filme.
Com a nova caldeira, também há maior flexibilidade no uso de matérias-primas para geração de vapor, como resíduos coprocessados da indústria moveleira e cascas de eucalipto, possibilitando o uso mais otimizado do produto florestal.

Matéria-prima local, liderança no exterior

"O consumidor do mercado pet tem uma consciência maior sobre a responsabilidade ambiental. Exige matérias-primas menos agressivas ao meio ambiente. Poderíamos ter uma evolução maior ainda se a tributação também se adaptasse à realidade pet hoje no Brasil, mas infelizmente, mesmo com a reforma tributária, este ainda vem sendo um produto considerado supérfluo pelo governo. Hoje, 52% do nosso preço é tributo", critica o empresário.
A empresa conta hoje com mais de 420 empregados e todo o desenvolvimento dos produtos é feito na própria planta industrial, fundada em 2001 por Gérson Simonaggio, que lidera a empresa ao lado da irmã. A partir de 2016, a Nutrire também passou a produzir em Minas Gerais.
Toda a matéria-prima da Nutrire é nacional, sendo 90% do RS – desde farinhas de frango e bovinas até arroz, trigo, milho e soja, gaúchos. Na outra ponta, estima Gerson Simonaggio, 90% da produção da fábrica é para as suas próprias marcas, com um percentual menor de produção para outros fabricantes. Toda a exportação, que coloca a Nutrire na liderança do setor no Brasil, é feita com as marcas próprias.
"A nossa produção em Garibaldi hoje atende ao Sul do Brasil e às exportações. Em Poços de Caldas, o Sudeste, Norte e Nordeste. A localização aqui no Rio Grande do Sul é estratégica para nós, tanto pela alta disponibilidade de matéria-prima quanto pela facilidade de escoamento para o mercado externo", explica Simonaggio.
De acordo com o diretor, a maior fatia do mercado externo da Nutrire está na América do Sul, entre países como Colômbia, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

Ficha técnica

Investimento: R$ 30 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Nutrire
Cidade: Garibaldi
Área: Indústria

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