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Publicada em 11 de Setembro de 2024 às 18:02

As queimadas e a responsabilidade de todos os brasileiros

Editorial

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Cada vez mais, episódios de condições climáticas extremas deixam evidente que é preciso atenção ao macro e não apenas ao ambiente em que se vive. Se no primeiro semestre, a região Sul do País enfrentou as piores enchentes dos últimos 60 anos, agora, Norte, Centro-Oeste e Sudeste passam pela seca mais grave da histórica recente.
Cada vez mais, episódios de condições climáticas extremas deixam evidente que é preciso atenção ao macro e não apenas ao ambiente em que se vive. Se no primeiro semestre, a região Sul do País enfrentou as piores enchentes dos últimos 60 anos, agora, Norte, Centro-Oeste e Sudeste passam pela seca mais grave da histórica recente.
O desmatamento e as queimadas, aliados às mudanças climáticas, estão entre as causas da alteração do regime hidrológico dos rios da Amazônia, levando à ocorrência de cheias e secas mais severas com menor intervalo de tempo.
Um dos pontos que mais preocupa é que o País vive uma antecipação do período considerado crítico, ou seja, os focos de incêndio já somam o dobro de todos os registrados em 2023. A situação é atribuída a fatores que vão desde fenômenos como o segundo ano de El Niño, seguido de La Niña, passando pelo aquecimento global e pela ação humana.
No mesmo sentido, demanda atenção pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que mostra que o número de dias consecutivos secos aumentou no Brasil nas últimas décadas. Entre 1961 e 1990, eram, em média, de 80 a 85 dias. Na década mais recente, subiu para cerca de 100 dias.
O fato é que as queimadas que atingem o Pantanal, a Amazônia, o Cerrado - três importantes biomas brasileiros - e nações vizinhas, têm seus reflexos sentidos em todo o País.
No Rio Grande do Sul, desde o fim de semana, o sol nasce e se põe laranja e os raios não conseguem atravessar a densa fumaça que paira sobre o território. Porto Alegre e Região Metropolitana, por exemplo, enfrentam os piores dias de poluição atmosférica em 13 anos. Na época, as cinzas da erupção do vulcão chileno Puyehue-Cordón Caulle, foram o motivo. O levantamento da MetSul Meteorologia indica que a qualidade do ar tem variado entre ruim e muito ruim, com a medição de partículas inaláveis ficando dentro da faixa considerada insalubre.
A recomendação, que em Porto Alegre já vem sendo seguida por muitos moradores, é o uso de máscaras. Da mesma forma, é indicado a diminuição do tempo em ambientes abertos e a hidratação constante.
Com o cenário se agravando mais e mais, é improrrogável que o governo federal encontre formas mais eficazes de combate às queimadas. Igualmente, é mais do que necessário acelerar medidas para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para adaptação à mudança do clima. Obviamente, a tragédia em curso também demandará a restauração de ecossistemas degradados.

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