O crescimento exponencial do turismo é um fenômeno mundial e deve seguir assim até a próxima década. O número de viajantes pelo globo dobrará entre 2010 e 2030, conforme explica o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Embratur, Vinicius Lummertz. O quantitativo também será 10 vezes maior que em 1970. Ele enfatiza, portanto, a necessidade do Rio Grande do Sul acompanhar o cenário.
O fundador da CVC, Guilherme Paulus, projeta uma evolução do Estado a partir do próximo ano e salienta que, após a catástrofe das enchentes, “já estamos prontos para receber as pessoas”. Ele entende que há um potencial além da região da Serra, carro-chefe do turismo, e exalta o Litoral Norte, com ênfase em Cidreira e os Lençóis Cidreirenses.
Outro ponto de destaque são os eventos nas cidades do Interior, que atraem o público local e estrangeiro. “São várias festividades que estão acontecendo. Temos o Festival de Cinema agora em Gramado, que também vai ser muito receptivo. Já teve a Festa da Colônia. Agora em setembro a Semana Farroupilha”, cita. Ainda assim, o mais exaltado pelo empreendedor é o Natal Luz, que também ocorre em Gramado.
Ademais, Paulus fala sobre dois atrativos do Estado. Primeiro, exalta a gastronomia gaúcha e sua capacidade de materializar as tradições do povo. Depois, introduz o “turismo de silêncio”. Tendência global, ele explica que as pessoas buscam cada vez mais se conectar com a natureza e desfrutar de momentos relaxantes, e aponta como um mercado a ser explorado pelo setor.
No entanto, há muito a melhorar, principalmente na questão da locomoção. É preciso dar atenção à modernização e ampliação dos principais aeroportos de cada região. O maior destaque de Paulus vai para o Aeroporto de Torres.
Há, também, o projeto de entregar um trem que conecte Porto Alegre e Gramado, para facilitar a chegada ao principal ponto turístico do RS. O projeto é desenvolvido pelo setor privado e tem previsão de conclusão em 2031 — autoria da SulTrens e investimento previsto em R$ 3 bilhões.
Lummertz, inclusive, traça o paralelo dessas dificuldades com a ascensão recente do mercado. "É um monstro. Enquanto isso, temos dificuldades para fazer 40km para encurtar o caminho entre Porto Alegre e a Serra Gaúcha."
Ainda sobre a iniciativa privada, o secretário estadual de Turismo, Ronaldo Santini, destaca que esta é a principal responsável pelo desenvolvimento turístico e que o poder público atua como um facilitador. Uma das ações, inclusive, é o lançamento do Plano Brasis pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e Sebrae, em parceria com os governos estaduais, para atualizar as estratégias de promoção do turismo internacional.
O tema foi assunto de mais um debate promovido pela Fecomércio-RS, nesta quinta-feira (31), entitulado “Turismo: radicalizando mudanças”.