Em 2025, pela primeira vez em sua história, o Brasil irá superar a marca de sete milhões de turistas internacionais em um ano. A previsão é que a marca seja batida entre setembro e outubro. Desde janeiro, já foram mais de 5,3 milhões de visitantes, e mesmo com o recorde, a meta da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) é chegar aos 8,1 milhões em 2027. E foi com este intuito que o órgão público apresentou o Plano Brasis para o Rio Grande do Sul nesta terça-feira (8), no Instituto Caldeira.
O projeto é uma parceria entre Embratur, Sebrae e governos estaduais. Ele consiste na promoção internacional do Brasil nos próximos dois anos e meio, através de estratégias de marketing e divulgação das atrações culturais aqui expostas. Com a atualização da estratégia, que estava defasada desde 2020, a novidade está justamente na participação de cada Estado.
Estiveram presentes no evento, pela Embratur, o diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade, Bruno Reis, e a gerente de Projetos Estruturantes, Ana Paula Jacques. Pelo governo estadual, esteve o secretário de Turismo, Ronaldo Santini, enquanto a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos, Fernanda Barth, representou Porto Alegre. A coordenadora nacional de Projetos do Sebrae, Ana Clevia, falou pelo Sebrae.
Santini explica a dinâmica da parceria entre as partes. ”A Embratur faz a divulgação e a promoção no mercado internacional. O Sebrae nos ajuda na qualificação do local e nós entramos com as ações de marketing e promoção do destino”.
Reis, responsável pela apresentação da iniciativa, explica que não foram ouvidos apenas os players tradicionais, como a indústria hoteleira ou de aviação. “Também falamos sobre café, cacau, moda e estilo de vida, que é um pouco desse Brasil que queremos levar mundo afora. Por isso ele chama plano Brasis, porque são vários países dentro do nosso”, conta.
De acordo com a Embratur, o Rio Grande do Sul recebeu 1,205 milhões de turistas internacionais entre janeiro e julho deste ano. O número representa cerca de 23% do montante nacional. Os mercados consolidados são os mesmos que para o Brasil como um todo: Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
O órgão também aponta Alemanha, Estados Unidos e Portugal como consumidores essenciais para o Estado e enfatiza Itália e Peru em crescimento. Estes dois últimos podem receber um aporte maior de verba para incentivo nos próximos anos, já que os sul-americanos estabelecidos na primeira prateleira já estão “conquistados”.
Quanto às cidades mais populares, Porto Alegre, Gramado e Canela e Cambará do Sul não surpreendem como consolidados. A secretária Fernanda Barth, inclusive, destaca que a Capital tem tudo para se tornar um polo náutico de turismo com gastronomia e eventos. Na sequência, Bento Gonçalves e Garibaldi, Caxias do Sul e Pelotas são considerados destinos secundários, enquanto São Miguel das Missões, Santana do Livramento, Torres, São José dos Ausentes e Nova Petrópolis surgem como emergentes.
Outro fator decisivo para os gaúchos é sediar eventos, congressos e feiras, que estimulam a chegada de estrangeiros a trabalho, além do lazer. Diante do potencial exposto, Santini frisa que foi identificado já no Plano Rio Grande que o “turismo é uma das grandes alavancas econômicas e um dos grandes potenciais de recuperação”. Segundo ele, “é surpreendente como tudo o que está sendo buscado lá fora, temos pronto aqui”.
O secretário conclui que o que falta é explorar de forma adequada no cenário internacional as riquezas como o bioma Pampa e as visitas à natureza, além da culinária regional. Algo que não está acontecendo. Segundo ele, é preciso unir as ações que cada setor tem feito individualmente para atingir as metas estabelecidas.