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Publicada em 04 de Julho de 2025 às 17:58

Grupo de Trabalho concluirá análise da malha ferroviária Sul em julho

Estado está sem ligação pelo modal com outras regiões do País

Estado está sem ligação pelo modal com outras regiões do País

TÂNIA MEINERZ/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
A finalização da ação do Grupo de Trabalho instituído para discutir melhorias e planejar obras de infraestrutura na malha ferroviária do Sul do Brasil está marcada para ocorrer em 14 de julho. Inicialmente, o término da iniciativa estava previsto para acontecer em meados de junho, porém o Ministério dos Transportes, através da Portaria Nº 451, decidiu prorrogar o prazo.
A finalização da ação do Grupo de Trabalho instituído para discutir melhorias e planejar obras de infraestrutura na malha ferroviária do Sul do Brasil está marcada para ocorrer em 14 de julho. Inicialmente, o término da iniciativa estava previsto para acontecer em meados de junho, porém o Ministério dos Transportes, através da Portaria Nº 451, decidiu prorrogar o prazo.
O grupo, composto por representantes do Ministério dos Transportes, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Infra S.A., empresa pública de infraestrutura, foi instituído em novembro no ano passado para discutir melhorias e planejar obras de infraestrutura nas ferrovias gaúcha, catarinense e paranaense. O objetivo é apresentar uma proposta consensual para racionalizar e otimizar a malha ferroviária concedida à empresa Rumo, cujo contrato vigente se estende até 2027.
Particularmente no Rio Grande do Sul, a situação da infraestrutura férrea é mais grave, pois, desde as enchentes do ano passado, o Estado ficou sem conexão com as outras regiões brasileiras através desse modal. Esse cenário tem causado vários impactos em empresas locais, como a Braskem, em Triunfo, e a Be8, em Passo Fundo.
A primeira companhia movimentava pela ferrovia o etanol oriundo do Sudeste brasileiro para fabricar seu plástico verde. Sem essa possibilidade, passou a fazer a operação por caminhões, implicando cerca de mil viagens mensais por rodovias. Já a segunda empresa aproveitava a ferrovia para transportar biodiesel para outros estados. A atual impossibilidade de adotar essa medida representa um custo logístico extra para a Be8 de aproximadamente R$ 7 milhões por ano.
“É um desastre estratégico o Rio Grande do Sul estar isolado das outras regiões do Brasil a partir da ferrovia”, enfatiza o deputado estadual, Miguel Rossetto (PT). Em abril, o parlamentar já havia promovido uma audiência pública na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa para debater o assunto.
Para Rossetto, o resultado da concessão ferroviária na Região Sul foi um desastre. Por isso, o deputado defende que sejam pensados novos investimentos na estrutura.
Ele não considera uma hipótese provável a renovação do contrato de gestão da malha gaúcha com a atual concessionária. “As informações que nós temos é que é absolutamente inviável (uma renovação com a empresa Rumo)”, afirma o deputado. Ele salienta que a companhia não cumpriu suas obrigações, causando um abandono da malha férrea gaúcha.
Durante a apresentação do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 ocorrida no mês passado, em Porto Alegre, o diretor de Infraestrutura da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), Paulo Ziegler, ressaltou que a concessão do modal ferroviário no Estado corresponde a 3.823 quilômetros. Porém, ele acrescentou que o trecho operacional antes da enchente do ano passado era de apenas 1.680 quilômetros e, após a catástrofe climática, caiu para 921 quilômetros.

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