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Publicada em 09 de Junho de 2025 às 17:31

Plano Nacional de Logística 2050 será publicado em dezembro

Encontro em Porto Alegre debateu futuro do segmento de transportes

Encontro em Porto Alegre debateu futuro do segmento de transportes

Jefferson Klein/Especial/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Um instrumento de planejamento de longo prazo que tem como objetivo responder à pergunta "quais são os investimentos em infraestrutura de transporte que o Brasil precisa para 2050". Assim, a subsecretária de Fomento e Planejamento no Ministério dos Transportes, Gabriela Monteiro Avelino, define o Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 que, conforme ela, será publicado em dezembro deste ano.
Um instrumento de planejamento de longo prazo que tem como objetivo responder à pergunta "quais são os investimentos em infraestrutura de transporte que o Brasil precisa para 2050". Assim, a subsecretária de Fomento e Planejamento no Ministério dos Transportes, Gabriela Monteiro Avelino, define o Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 que, conforme ela, será publicado em dezembro deste ano.
A iniciativa está sendo conduzida pelo governo federal por meio de quatro ministérios (Transportes, Portos e Aeroportos, Casa Civil e o de Planejamento e Orçamento). Gabriela detalha que o plano é composto por etapas que envolvem o entendimento da movimentação da produção brasileira, onde está a origem das cargas, novos focos de crescimento e diagnóstico (para entender as fragilidades do setor de transporte). Depois serão selecionadas contribuições da sociedade sobre o assunto e eleitas as prioritárias para desenhar soluções logísticas e atender a essas demandas.
Essas sugestões estão sendo colhidas em todas as regiões do País e nesta segunda-feira (9) foi a vez de Porto Alegre participar da ação. Foi promovido pelo Ministério dos Transportes, com apoio da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), no Hotel Deville, o 10º Encontro Regional do PNL 2050. O evento reuniu representantes dos setores de logística, indústria, agronegócio e comércio para debater os principais desafios da infraestrutura de transporte da Região Sul.
Gabriela ressalta que, pensando em planejamento a longo prazo, o governo pretende fazer mudanças nas tendências históricas que o Brasil tem adotado. "A dependência excessiva do modal rodoviário é uma realidade que precisamos transformar e que a gente espera que o PNL trace caminhos para fazer isso", assinala a integrante do Ministério dos Transportes.
Em sua apresentação, o diretor de infraestrutura da Fetransul, Paulo Ziegler, ressaltou que, no Estado, 88% das cargas são movimentadas por estradas. Ele também enfatiza que a evolução da frota rodoviária gaúcha deve ser na ordem de 15% até 2050, atingindo o patamar de 8,77 milhões de veículos.
Um dos motivos apontados para a dependência das rodovias é a deterioração do segmento ferroviário no Rio Grande do Sul. Ziegler informa que a concessão desse modal no Estado corresponde a 3.823 quilômetros. No entanto, o trecho operacional antes da enchente do ano passado era de apenas 1.680 quilômetros e, após a catástrofe climática, caiu para 921 quilômetros.
O presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, acrescenta que o Rio Grande do Sul precisa repensar sua infraestrutura e atrair investimentos. "Somos um corredor de exportação para o Mercosul”, frisa o dirigente. Cardoso aponta como obras importantes, a longo prazo, as duplicações da BR-290 até Uruguaiana e da BR-116, de Lages a Vacaria. “Acho que também precisamos de um acesso da BR-101 à Serra, pela região Sul de Santa Catarina”, indica.
Sobre a diminuição dos impactos ambientais na logística, Cardoso destaca que o caminhão elétrico ainda apresenta um custo muito alto e tem problemas de autonomia. "Então a gente entende que o caminhão elétrico está muito distante como uma solução para a descarbonização", diz o presidente da Fetransul. Ele argumenta que há combustíveis alternativos mais viáveis, como o diesel verde, feito de matéria-prima renovável e com praticamente zero emissões de CO2. Outra ideia sustentada pelo dirigente é a estipulação de um plano de renovação de frota.
Por sua vez, o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Fábio Avancini Rodrigues, defende a redução de gastos com o transporte. “Não podemos ter o custo logístico em torno de 24% e nossos competidores internacionais de 16%”, adverte o dirigente. Ele salienta que o setor do agronegócio tem aumentado a produtividade e, por consequência, o volume de carga movimentado tem crescido com o passar dos anos.

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