Um instrumento de planejamento de longo prazo que tem como objetivo responder à pergunta "quais são os investimentos em infraestrutura de transporte que o Brasil precisa para 2050". Assim, a subsecretária de Fomento e Planejamento no Ministério dos Transportes, Gabriela Monteiro Avelino, define o Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 que, conforme ela, será publicado em dezembro deste ano.
A iniciativa está sendo conduzida pelo governo federal por meio de quatro ministérios (Transportes, Portos e Aeroportos, Casa Civil e o de Planejamento e Orçamento). Gabriela detalha que o plano é composto por etapas que envolvem o entendimento da movimentação da produção brasileira, onde está a origem das cargas, novos focos de crescimento e diagnóstico (para entender as fragilidades do setor de transporte). Depois serão selecionadas contribuições da sociedade sobre o assunto e eleitas as prioritárias para desenhar soluções logísticas e atender a essas demandas.
Essas sugestões estão sendo colhidas em todas as regiões do País e nesta segunda-feira (9) foi a vez de Porto Alegre participar da ação. Foi promovido pelo Ministério dos Transportes, com apoio da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), no Hotel Deville, o 10º Encontro Regional do PNL 2050. O evento reuniu representantes dos setores de logística, indústria, agronegócio e comércio para debater os principais desafios da infraestrutura de transporte da Região Sul.
Gabriela ressalta que, pensando em planejamento a longo prazo, o governo pretende fazer mudanças nas tendências históricas que o Brasil tem adotado. "A dependência excessiva do modal rodoviário é uma realidade que precisamos transformar e que a gente espera que o PNL trace caminhos para fazer isso", assinala a integrante do Ministério dos Transportes.
Em sua apresentação, o diretor de infraestrutura da Fetransul, Paulo Ziegler, ressaltou que, no Estado, 88% das cargas são movimentadas por estradas. Ele também enfatiza que a evolução da frota rodoviária gaúcha deve ser na ordem de 15% até 2050, atingindo o patamar de 8,77 milhões de veículos.
Um dos motivos apontados para a dependência das rodovias é a deterioração do segmento ferroviário no Rio Grande do Sul. Ziegler informa que a concessão desse modal no Estado corresponde a 3.823 quilômetros. No entanto, o trecho operacional antes da enchente do ano passado era de apenas 1.680 quilômetros e, após a catástrofe climática, caiu para 921 quilômetros.
Um dos motivos apontados para a dependência das rodovias é a deterioração do segmento ferroviário no Rio Grande do Sul. Ziegler informa que a concessão desse modal no Estado corresponde a 3.823 quilômetros. No entanto, o trecho operacional antes da enchente do ano passado era de apenas 1.680 quilômetros e, após a catástrofe climática, caiu para 921 quilômetros.
O presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, acrescenta que o Rio Grande do Sul precisa repensar sua infraestrutura e atrair investimentos. "Somos um corredor de exportação para o Mercosul”, frisa o dirigente. Cardoso aponta como obras importantes, a longo prazo, as duplicações da BR-290 até Uruguaiana e da BR-116, de Lages a Vacaria. “Acho que também precisamos de um acesso da BR-101 à Serra, pela região Sul de Santa Catarina”, indica.
Sobre a diminuição dos impactos ambientais na logística, Cardoso destaca que o caminhão elétrico ainda apresenta um custo muito alto e tem problemas de autonomia. "Então a gente entende que o caminhão elétrico está muito distante como uma solução para a descarbonização", diz o presidente da Fetransul. Ele argumenta que há combustíveis alternativos mais viáveis, como o diesel verde, feito de matéria-prima renovável e com praticamente zero emissões de CO2. Outra ideia sustentada pelo dirigente é a estipulação de um plano de renovação de frota.
Por sua vez, o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Fábio Avancini Rodrigues, defende a redução de gastos com o transporte. “Não podemos ter o custo logístico em torno de 24% e nossos competidores internacionais de 16%”, adverte o dirigente. Ele salienta que o setor do agronegócio tem aumentado a produtividade e, por consequência, o volume de carga movimentado tem crescido com o passar dos anos.