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Publicada em 10 de Dezembro de 2024 às 17:07

Secretária estadual avalia que políticas ambientais avançaram no RS

Secretária Marjorie Kauffmann cita medidas de desburocratização após mudanças na lei

Secretária Marjorie Kauffmann cita medidas de desburocratização após mudanças na lei

FERNANDA FELTES/JC
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Caren Mello
Caren Mello
A gestão do meio ambiente no Rio Grande do Sul vem trabalhando a conservação com inovação, sem deixar a proteção e a fiscalização enfraquecidas. Essa é a avaliação da secretária estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann.
A gestão do meio ambiente no Rio Grande do Sul vem trabalhando a conservação com inovação, sem deixar a proteção e a fiscalização enfraquecidas. Essa é a avaliação da secretária estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann.
Nesse cenário, o Código Estadual do Meio Ambiente é uma importante ferramenta. A legislação passou por mudanças, aprovadas pela Assembleia Legislativa, após ampla discussão. Com isso, o Código teve uma série de alterações, além de adaptações, como ortografias. Também houve desburocratização, como o fim da necessidade de relatórios impressos.
Aquelas práticas não se aplicavam mais à realidade das instituições, conforme a secretária. "Precisávamos de um Código atualizado e que pudesse ser aplicado, diminuindo as inseguranças jurídicas", observou, ao lembrar que uma adaptação fundamental foi a equiparação com as leis federais trazidas, por exemplo, pelo Código Florestal.
Outra alteração diz respeito à determinação no antigo Código de que todas as licenças, a partir de estudos de impacto ambiental, precisavam ser protocoladas com cinco cópias impressas (muitas com mais de 1 mil folhas) e distribuídas para todas as partes e municípios, o que hoje pode ser feito online. "Também incluímos a figura do bom empreendedor, que é uma valorização daqueles que não tenham infringido nenhum requisito ambiental. Eles devem ter prioridade nos processos."
No início do mês, o governo estadual foi cobrado pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) sobre o estudo encaminhado em relação a alterações na legislação. "Discutimos internamente e daremos uma devolutiva, com as justificativas para todas as alterações. Estamos alinhando agenda com o governador e com os técnicos, já que se trata de um tema muito técnico."
De acordo com a secretária, alguns avanços na lei trarão benefícios ao Estado. Exemplo é a inscrição do Bioma Pampa, até então não previsto em nenhuma outra legislação. "Isso significa habilitar o Bioma para poder participar do recebimento de fundos específicos de conservação ou ainda concorrer com projetos federais e internacionais", citou.
A secretária também comenta a decisão, nesta semana, pelo Supremo Tribunal Federal, sobre os processos de autolicenciamento. Por 7 votos a 2 – ainda faltam dois ministros se manifestarem, a corte formou maioria para restringir a lei incluída no Código Ambiental do RS. O relator argumentou que as licenças Única e Ambiental por Compromisso sejam aplicadas em atividades e empreendimentos de pequeno potencial poluidor. A Licença Ambiental por Compromisso (LAC) permite que algumas atividades econômicas com alto e médio potenciais poluidores sejam autorizadas imediatamente.
A LAC passa pela Fepam mas a avaliação precisa de todos os parâmetros e a vistoria ocorre durante a vigência da licença. A primeira proposição de adoção da LAC teria sido da própria Fepam, baseada na experiência de muitos anos com atividades de baixo risco. O Código, no entanto, também traz excludentes, como casos de necessidade de supressão de vegetação e atividade praticadas em áreas de preservação permanente, sugestões trazidas pelo Ministério Público Estadual.
"O que o STF discute não é o licenciamento como um todo, mas o feito por compromisso e que, de acordo com a nossa tabela de potencial poluidor, estão classificadas como de médio e alto e impacto. Essas atividades foram escolhidas pelo risco, não pelo impacto", ressaltou, lembrando que a única atividade de alto impacto que estava prevista na LAC do Estado era a silvicultura, atividade que de acordo com o governo federal não exige mais licenciamento. "Isso comprova que o nosso pensamento ambiental tem um direcionamento para o ganho do meio ambiente, para o ganho da conservação e para redução da burocracia."
A medida não deverá impactar o novo zoneamento ambiental para a silvicultura, que permitiu a ampliação de um 1 milhão de hectares de área permitida para o plantio, como destacou recentemente o governador Eduardo Leite, durante evento na fábrica da CMPC. Essa ampliação de capacidade será possibilitada a partir da avaliação hídrica e biológica das áreas dentro do Estado. "Fora o ganho econômico, vamos avaliar os impactos ambientais da atividade", garantiu.
Marjorie também lembrou que a silvicultura é a atividade que tem maior capacidade de capturar CO2 do meio ambiente, tema que foi levantado durante a COP 29 em Baku, no Azerbaijão. A secretária citou o plano ABC do Estado - Agricultura de Baixo Carbono, sendo que a silvicultura junto com outras práticas agrícolas, é a única maneira que se constituir e um estado carbono neutro ou carbono negativo.

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