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Publicada em 08 de Dezembro de 2023 às 17:17

Pesquisa revela que metade dos gaúchos tem contas em atraso

Motivos da inadimplência foram aumento de preços, perda de emprego e/ou renda e consumo excessivo

Motivos da inadimplência foram aumento de preços, perda de emprego e/ou renda e consumo excessivo

LUCIANA RADICIONE/ESPECIAL/JC
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Metade dos gaúchos não conseguiu arcar com os vencimentos dentro do prazo e está com as contas em atraso. O dado faz parte da pesquisa econômica realizada pelos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul, que ouviu 700 pessoas, de todas as macrorregiões do Estado, ao longo do mês de novembro. As informações foram divulgadas pela instituição.
Metade dos gaúchos não conseguiu arcar com os vencimentos dentro do prazo e está com as contas em atraso. O dado faz parte da pesquisa econômica realizada pelos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul, que ouviu 700 pessoas, de todas as macrorregiões do Estado, ao longo do mês de novembro. As informações foram divulgadas pela instituição.
Dos pesquisados, 35% acumularam dívidas pela primeira vez. E o cartão de crédito lidera o ranking da inadimplência. Segundo o levantamento, 47% dos gaúchos têm pelo menos dois cartões de crédito, e 21% têm três ou mais.  Dos usuários, 63% revelaram que pretendem parcelar as compras no próximo mês.
Evitar ter muitos cartões de crédito e compras parceladas, além de definir um limite pessoal de gastos, são as principais dicas para evitar dívidas”, aponta Romário Mezzari, presidente do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil – seção RS (IEPTB/RS), que representa os 300 Cartórios de
Protesto do Estado.
Entre as dívidas em atraso, metade tem valor entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. E os principais motivos apontados para a inadimplência foram o aumento no preço dos produtos (33%), perda de emprego e/ou renda (23%) e consumo excessivo (19%). Já entre os que não têm dívidas, o corte de gastos foi o principal fator (45%) para evitar o comprometimento do orçamento.

Sobre os meios de pagamento, o Pix é apontado como o principal, utilizado por 4 em cada 10 gaúchos. O cartão de crédito representa a preferência de quase um terço dos entrevistados, seguido por dinheiro em espécie (24%) e cartão de débito (11%). 
O estudo também apontou que 7 em cada 10 gaúchos não têm reserva de emergência e 77% não
mantêm nenhum tipo de investimento. Dentre os que investem, 44% deixam o dinheiro na poupança. Além disso,  6 em cada 10 disseram ter cortado gastos em 2023. Para isso, foi necessário mudar alguns hábitos como, por exemplo, diminuir programas de lazer (idas a restaurantes, bares e cinemas), reduzir a compra de itens supérfluos no supermercado e fazer menos pedidos de delivery.

O preço dos alimentos (63%) foi o que mais impactou o orçamento dos gaúchos neste ano – um aumento de 10% em comparação com 2022. Quase um terço destacou ainda ter medo de perder o emprego ou ficar sem renda e 24% de não ter poder aquisitivo para comprar itens essenciais.


Em relação ao final do ano,  4 em cada 10 gaúchos disseram que vão utilizar o 13º salário para pagar dívidas, um crescimento de 12% em comparação com o mesmo período do ano passado. Outros 21% pretendem guardar para emergências.
Sobre o futuro, 53% dos respondentes da pesquisa demonstraram otimismos e acreditam que a economia
brasileira vai melhorar em 2024, em comparação com 2023. Dentre os desejos para o próximo ano estão: receber aumento de salário ou ser promovido (29%), ampliar o negócio (13%) e conseguir um emprego (12%). O levantamento foi realizada entre os dias 6 e 22 de novembro.

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