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Minuto Varejo

- Publicada em 12 de Outubro de 2023 às 18:50

Inadimplência de empresas e consumidores sobe no RS

Expectativa é que nova etapa de programa de acerto de dívidas impacte taxas

Expectativa é que nova etapa de programa de acerto de dívidas impacte taxas


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Durou pouco tempo o alívio registrado nas taxas de inadimplência de consumidores e empresas no Rio Grande do Sul. Os dados de setembro, apurados pela CDL Porto Alegre com base no SCPC Boa Vista, mostram que o nível de atrasos bateu recorde na série, apurada desde junho de 2022, entre pessoas jurídicas e retomou a alta entre pessoas físicas.
Durou pouco tempo o alívio registrado nas taxas de inadimplência de consumidores e empresas no Rio Grande do Sul. Os dados de setembro, apurados pela CDL Porto Alegre com base no SCPC Boa Vista, mostram que o nível de atrasos bateu recorde na série, apurada desde junho de 2022, entre pessoas jurídicas e retomou a alta entre pessoas físicas.
A piora no Indicador de Inadimplência é associada ao fim da primeira etapa do programa Desenrola, para acerto de débitos, e incerteza no ambiente, ainda com juros altos e restrição no acesso a financiamentos, sinaliza a assessoria econômica da entidade. O índice de atrasos para empresas teve salto de 13,9% para 14,3% na cena estadual. Em Porto Alegre, a elevação foi no mesmo ritmo, de 0,3 ponto percentual, assando de 15,2%, em agosto, para 15,5% no mês passado. 
A estimativa, com base no Mapa das Empresas, gerido pelo governo federal, é que existam 205.249 CNPJ’s negativados no Rio Grande do Sul e 36.101 na Capital. As restrições abrangem crédito, cheque, protesto ou ações judiciais. De julho para agosto, o nível de débitos havia se estabilizado em 13,9% no Estado e 15,2% em Porto Alegre, após seis meses de altas consecutivas. Frente a junho de 2022, a taxa para a abrangência estadual avançou um ponto percentual e 0,8 ponto eprcentual na Capital.
O economista-chefe da CDL-POA, Oscar Frank, avalia, em nota, que a elevação na inadimplência deve afetar "investimentos produtivos e o ímpeto por contratações de mão de obra no futuro". O motivo? "Esse ambiente ainda incerto para as empresas aumenta a seletividade do crédito", associa Frank.  
Na seara dos consumidores finais, o indicador ficou em 30,7% no Rio Grande do Sul e 33,7% em Porto Alegre. Os atrasos recuperaram o fôlego, depois de dois meses de queda e o recorde assinalado em junho, quando os débitos atingiram 30,9% das pessoas acima de 18 anos residentes no Estado, segundo a CDL-POA. Em relação a fevereiro de 2022, quando a série teve início, a alta é de dois pontos. Na Capital, o indicador também alçou o maior nível em junho, batendo em 34%. Setembro deste ano em relação ao começo da série são 2,5 pontos acima.  
Os percentuais de devedores se traduzem em 2,606 milhões de gaúchos com débitos e restrições em bancos e no Judiciário e 350,4 mil porto-alegrenses. O acompanhamento mostra que o cenário de devedores ganhou mais 14,4 mil consumidores no Estado e 1,5 mil na Capital. O economista-chefe opinou que o comportamento dos débitos reflete "uma acomodação natural dos impactos da etapa inicial do Desenrola Brasil", que repactuou R$ 132,2 bilhões.
A maior cifra foi renegociada até o fim de agosto. A primeira etapa do programa limpou ainda o nome de quem devia até R$ 100,00. Houve desaceleração das renegociações, observou Frank. Em fim de setembro, teve início a segunda etapa, ampliando o alcance além de instituições financeiras. Também vai abranger quem ganha até dois salários-mínimos mensais, que representam 56,1% dos negativados do SCPC, ou está inscrito no CadÚnico. Inflação mais contida e manutenção do recuo do juro básico podem gerar ambiente positivo para queda da fatia de devedores no futuro, sinaliza a CDL-POA.