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Petróleo

- Publicada em 26 de Maio de 2023 às 19:52

Petrobras avalia investimento de US$ 250 milhões na Refap

Presidente da estatal, Jean Paul Prates, e outros executivos da empresa estiveram nesta sexta-feira (26) no Estado

Presidente da estatal, Jean Paul Prates, e outros executivos da empresa estiveram nesta sexta-feira (26) no Estado


ANA TERRA FIRMINO/JC
Além de garantir que a refinaria Alberto Pasqualini (Refap) não será mais vendida, durante a passagem do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pelo Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (26) o dirigente revelou a análise de um investimento de cerca de US$ 250 milhões no complexo de Canoas. O aporte não implicará aumento de capacidade, mas será focado no aprimoramento da qualidade dos produtos ofertados pela unidade.
Além de garantir que a refinaria Alberto Pasqualini (Refap) não será mais vendida, durante a passagem do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pelo Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (26) o dirigente revelou a análise de um investimento de cerca de US$ 250 milhões no complexo de Canoas. O aporte não implicará aumento de capacidade, mas será focado no aprimoramento da qualidade dos produtos ofertados pela unidade.
O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, informa que uma das propostas é passar toda a produção de diesel da Refap para o chamado diesel S-10, um combustível menos poluente que o S-500, que futuramente deve sair do mercado. Atualmente, cerca da metade da capacidade de processamento de petróleo da refinaria gaúcha, que é de 33 mil metros cúbicos ao dia, é destinada à produção de diesel. Desse total, 30% é S-500 e 70% é S-10. Com o aperfeiçoamento, a totalidade da produção será do combustível de menor reflexo ambiental.
De acordo com França, essa iniciativa está programada para ocorrer nos próximos cinco anos, podendo ser antecipada, conforme as condições, para 2026. Antes disso, a Refap também deverá ser adaptada para fabricar o diesel R5. Esse processo prevê que o diesel mineral saia da refinaria com 5% da sua composição constituída por óleo vegetal, de matéria-prima renovável. A planta já deve operar com esse produto a partir de março de 2024.
"Isso é disruptivo porque ela (Refap) passa a entrar no seleto grupo das biorrefinarias", enfatiza Prates. O presidente da Petrobras, que esteve na Refap nesta sexta-feira e depois concedeu coletiva à imprensa na Fiergs, em Porto Alegre, assinala que a refinaria gaúcha foi a primeira que ele visitou como presidente da companhia. Além de agenda técnica com as equipes da unidade, o dirigente inaugurou uma das maiores obras da área de refino da companhia. Trata-se do sistema de tratamento para os gases de combustão da planta de craqueamento catalítico da refinaria, que é feito por equipamento chamado precipitador eletrostático, que captura material particulado presente no gás pela aplicação de um forte campo elétrico. Posteriormente, o material captado é coletado e transportado. O equipamento exigiu investimentos de R$ 88 milhões.
Prates, que tem proximidade com o Rio Grande do Sul, pois possui ligações familiares originárias de Cruz Alta, deixou ainda para anunciar novidades em Rio Grande, na segunda-feira (29), quando visitará a Refinaria de Petróleo Riograndense (antiga refinaria Ipiranga), em que a Petrobras é sócia da Braskem e do Grupo Ultra. O executivo não quis adiantar detalhes, entretanto a perspectiva é que seja feita a divulgação do plano da unidade na Metade Sul passar a atuar como uma biorrefinaria.
Em sua passagem no Estado, Prates também mencionou a questão da indústria naval. Segundo ele, a Petrobras pode ser um importante indutor desse segmento, contudo não é sozinha que a empresa recuperará todo esse setor. Nesse sentido, o presidente da Transpetro (subsidiária da estatal), Sérgio Bacci, acrescenta que o grupo não pode ser o único demandante. Ele cita que a Marinha do Brasil e armadores nacionais podem apresentar demandas para essa cadeia.
Bacci defende que a indústria naval precisa de uma política de Estado, com planejamento e demanda de longo prazo. Outra iniciativa que pode auxiliar nesse tema, mencionada por Prates, é a perspectiva da apresentação de um plano de descomissionamento (desmonte) de plataformas de petróleo da Petrobras. "A gente está falando de reciclagem de materiais, desmontar estruturas metálicas e reutilizá-las em outras indústrias", diz o presidente da estatal. Ele frisa que apenas isso não vai resgatar a indústria naval, contudo vai gerar empregos e demandas.

Parlamentares lançam frente em defesa da indústria naval brasileira e comissão especial pela retomada do polo de Rio Grande

Na próxima segunda-feira (29), na cidade do Rio Grande, serão lançados dois movimentos políticos para reforçar a importância da retomada da indústria naval no Brasil. Com a presença do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, serão lançadas a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, presidida pelo deputado estadual Miguel Rossetto (PT), além da Comissão Especial pela Retomada do Polo Naval da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Rovam Castro (PT). O deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) fará o anúncio do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval na Câmara Federal na segunda quinzena de junho.
As frentes parlamentares terão o papel de propor e apoiar iniciativas públicas e privadas que contribuam para o desenvolvimento e expansão do setor, fortalecendo o conteúdo local, a produção de ciência e tecnologia e demais ações que recoloquem o país nos trilhos das grandes nações que controlam a logística do seu comércio nacional e internacional.
Para Lindenmeyer, “é urgente ampliarmos os investimentos públicos e privados nesse setor econômico que possui o potencial de gerar centenas de milhares de novos empregos, diretos e indiretos, principalmente em outras atividades industriais”. O deputado acredita que o fortalecimento da indústria naval brasileira deve estar no centro de uma política de reindustrialização do País.
Já Rossetto defende que “é preciso recuperar o polo naval como base para a reindustrialização do Rio Grande do Sul. As instalações estão prontas, temos trabalhadores qualificados e a demanda existe a partir da Petrobras. Precisamos de políticas públicas e, com o governo Lula, há uma oportunidade reaberta. O Rio Grande do Sul deve aproveitar e entrar de forma decidida para gerar os empregos de qualidade que precisamos”.
Já o presidente da Comissão Especial, vereador Rovam, lembra que na época do Polo Naval, em Rio Grande e São José do Norte, “tínhamos um Estado em desenvolvimento, com novas empresas, trabalho e renda. Isso tudo foi descartado pelo governo anterior, e agora temos a oportunidade de retomar essas iniciativas para alavancar novamente a nossa economia e o bem-estar do nosso povo”.