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Energia

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2023 às 17:19

Refinaria de Rio Grande planeja transformação em biorrefinaria

Iniciativa prevê uso de matéria-prima renovável, como óleo vegetal

Iniciativa prevê uso de matéria-prima renovável, como óleo vegetal


Refinaria de Petróleo Riograndense/Divulgação Refinaria de Petróleo Riograndense/JC
Jefferson Klein
Acompanhando as ideias de descarbonização da matriz energética planetária, a Refinaria de Petróleo Riograndense (antiga refinaria Ipiranga) avalia a possibilidade de passar a atuar como uma biorrefinaria. Com o projeto seguindo adiante, o complexo no município de Rio Grande começará a operar com matérias-primas como óleos vegetal e reciclado.
Acompanhando as ideias de descarbonização da matriz energética planetária, a Refinaria de Petróleo Riograndense (antiga refinaria Ipiranga) avalia a possibilidade de passar a atuar como uma biorrefinaria. Com o projeto seguindo adiante, o complexo no município de Rio Grande começará a operar com matérias-primas como óleos vegetal e reciclado.
Estima-se que a adaptação da unidade deva absorver um investimento superior a R$ 2,5 bilhões e terá o foco na produção de diesel e combustível para aviação. Na semana passada, representantes da Refinaria de Petróleo Riograndense e do Grupo Ultra (um dos acionistas da empresa, juntamente com Braskem e Petrobras) tiveram uma reunião com o governador Eduardo Leite, no Palácio Piratini, para tratar do assunto.
Em nota, a Refinaria de Petróleo Riograndense informa que “tem estudado temas de transição energética e discutido projetos de futuro voltados para renováveis”. Dentro desse contexto, o encontro com o governador “buscou apresentar os desafios e alternativas de futuro da empresa, bem como solicitar que sejam abertas discussões sobre o tema com o Estado, buscando criar ambiente favorável para a viabilização de investimentos”. O comunicado acrescenta que “o Rio Grande do Sul tem avançado nas discussões sobre projetos de energia limpa como, por exemplo, o hidrogênio verde. Este tema possui conexão direta com projetos de combustíveis renováveis, uma vez que o hidrogênio é insumo essencial para esses processos”.
Em janeiro, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, Leite já havia assinalado que sua gestão terá uma atenção especial para questões dessa natureza. “É muito importante que o Estado esteja presente nas discussões sobre energias limpas e renováveis, e sobre a agenda verde como um todo”, afirmou na ocasião.
Por sua vez, o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, que participou da reunião com o governador na semana passada, reforça que a transformação em biorrefinaria daria uma nova perspectiva para o complexo na Metade Sul gaúcha. “Estamos falando em mais cem anos para frente, porque é uma transição energética”, argumenta Branco. Ele ressalta que o empreendimento proposto está em linha com a necessidade de encontrar mecanismos para auxiliar no combate das mudanças climáticas.
O objetivo é identificar produtos de maior valor agregado para aumentar as perspectivas do complexo e diminuir os reflexos dos valores do dólar e do barril de petróleo em suas atividades. “Essa possibilidade da transformação pode fazer com que Rio Grande, que teve a primeira refinaria de petróleo do Brasil, tenha a primeira biorrefinaria também”, destaca o prefeito.
Em 2022, a planta completou 85 anos de operação na cidade. Branco ressalta que, historicamente, o fato do mercado brasileiro de refino de petróleo ter ficado concentrado nas mãos da Petrobras, fez com que a refinaria de Rio Grande pertencente à iniciativa privada, ficasse pequena. No entanto, ele frisa que a companhia tem uma enorme importância social e econômica para a região. O dirigente lembra que aproximadamente 25% do orçamento da prefeitura é baseado no retorno do ICMS gerado pela empresa.
Atualmente, a capacidade de processamento da unidade é de 17 mil barris de petróleo ao dia, o equivalente a cerca de 2,7 mil metros cúbicos diários, distribuídos principalmente em combustíveis marítimos, gasolina, óleo diesel, asfalto, GLP (gás de cozinha) e solventes. Uma característica da companhia é a flexibilidade de produção de seus derivados, uma peculiaridade de refinarias de pequeno porte, que visa desenvolver produtos de acordo com as necessidades de cada cliente.
Entre esses itens estão solventes especiais para indústrias químicas, e gasolinas de alto padrão, produzidas com formulações especiais para atendimento das diversas exigências e necessidades das montadoras de veículos. A matéria-prima da estrutura, o petróleo cru, é recebida através de navios no píer petroleiro localizado próximo à empresa sendo conduzida para a refinaria por um oleoduto de aproximadamente quatro quilômetros e armazenada em seis tanques, com capacidade total de 100 mil metros cúbicos.
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