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Logística

- Publicada em 04 de Abril de 2023 às 18:17

Antaq prevê navegação pela hidrovia Brasil-Uruguai em 2024

Ligação acontecerá através das lagoas Mirim (foto) e dos Patos

Ligação acontecerá através das lagoas Mirim (foto) e dos Patos


OTÁVIO PEREIRA/DIVULGAÇÃO/JC
Cada vez mais o antigo projeto da hidrovia Brasil-Uruguai, também conhecida por hidrovia do Mercosul, fica mais próximo de se tornar uma realidade. Conforme o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, a perspectiva é que os serviços de dragagem iniciem neste ano e que em 2024 a ligação entre os dois países, através da conexão entre as lagoas Mirim e dos Patos, esteja operacional.O dirigente ressalta que o governo federal já assumiu o compromisso de realizar a dragagem da hidrovia, sendo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) o responsável por essa obra. Ele detalha que já foi obtida com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a licença prévia para a iniciativa e agora se aguarda o licenciamento de instalação para começar a dragagem. Além dessa ação essencial para o aproveitamento desse modal logístico, o governo federal estuda o melhor modelo para executar a gestão da hidrovia, manutenção e sinalização constante, para que a via possa ser navegável por muitos anos. Entre as ideias analisadas estão a concessão ou firmar uma Parceria Público-Privada (PPP) para administrar a hidrovia. Nery diz que já existem estudos feitos sobre a viabilidade do empreendimento e foi constituído um grupo para tratar do assunto composto por integrantes da Antaq, Dnit, Ministério dos Transportes, Marinha do Brasil e a empresa pública Infra S.A.
Cada vez mais o antigo projeto da hidrovia Brasil-Uruguai, também conhecida por hidrovia do Mercosul, fica mais próximo de se tornar uma realidade. Conforme o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, a perspectiva é que os serviços de dragagem iniciem neste ano e que em 2024 a ligação entre os dois países, através da conexão entre as lagoas Mirim e dos Patos, esteja operacional.
O dirigente ressalta que o governo federal já assumiu o compromisso de realizar a dragagem da hidrovia, sendo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) o responsável por essa obra. Ele detalha que já foi obtida com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a licença prévia para a iniciativa e agora se aguarda o licenciamento de instalação para começar a dragagem.
Além dessa ação essencial para o aproveitamento desse modal logístico, o governo federal estuda o melhor modelo para executar a gestão da hidrovia, manutenção e sinalização constante, para que a via possa ser navegável por muitos anos. Entre as ideias analisadas estão a concessão ou firmar uma Parceria Público-Privada (PPP) para administrar a hidrovia. Nery diz que já existem estudos feitos sobre a viabilidade do empreendimento e foi constituído um grupo para tratar do assunto composto por integrantes da Antaq, Dnit, Ministério dos Transportes, Marinha do Brasil e a empresa pública Infra S.A.
“Quando se fala em hidrovia, que é uma das prioridades da Antaq e a última fronteira de desenvolvimento da infraestrutura, a gente está falando de algo que é sinônimo de desenvolvimento sustentável”, frisa o dirigente. Nery foi um dos palestrantes nesta terça-feira (4) do 1º Fórum de Desenvolvimento da Economia Azul RS – O futuro está no mar, que se encerra nesta quarta-feira (5), no município de Rio Grande.
O diretor-presidente do APL Marítimo RS, Arthur Rocha Baptista, explica que a economia azul abrange a economia do mar, que diz respeito a atividades ligadas à água, como transporte aquaviário, pesca e operação portuária, porém também agrega fatores de sustentabilidade, inovação e inclusão. O embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles, complementa que o fórum rio-grandino chama a atenção para as riquezas que se encontram ao redor dos mares, rios e lagoas, seja para gerar energia elétrica, hidrogênio verde, turismo e outros potenciais.
“Essa é uma ideia de liderança”, aponta o diplomata. Sobre a hidrovia Brasil-Uruguai, o embaixador comenta que a proposta tem várias razões para ser concretizada. Ele lembra que os presidentes brasileiro e uruguaio, Luiz Inácio Lula da Silva e Luis Lacalle Pou, debateram esse tema em encontro realizado em Montevidéu, em janeiro. Valles reforça que foi assumido o compromisso, por parte do governo brasileiro, de começar a dragagem da hidrovia antes do final de ano em pontos como o canal São Gonçalo, que faz a ligação entre as lagoas Mirim e dos Patos.

diagramação/jc
 

Porto de Rio Grande será favorecido pela conexão hidroviária

De acordo com o gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS (empresa pública responsável por gerenciar o sistema hidroportuário gaúcho), Fernando Estima, a efetivação da hidrovia do Mercosul cria a expectativa da atração de novas cargas para o porto de Rio Grande. Entre os itens que podem chegar ao complexo a partir do país vizinho estão madeira, arroz e soja. Já no sentido inverso uma das mercadorias que deve ser muito trabalhada são os fertilizantes.
Estima recorda que o governo do Rio Grande do Sul também pretende dragar a hidrovia interna do Estado, envolvendo locais como a Lagoa dos Patos, Guaíba e Delta do Jacuí. Atualmente, o gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS informa que estão sendo feitas as batimetrias (medições) em 15 canais da hidrovia gaúcha, que devem ser concluídas em meados de maio. Terminadas essas ações e com as liberações ambientais, inicia-se o processo de dragagem. “Vamos dragar antes da chegada da próxima temporada de verão”, afirma Estima. Ele lembra que o governo do Estado havia prometido, no final do ano passado, aportar um valor na ordem de R$ 60 milhões para efetuar esse serviço.
Segundo Estima, o modal hidroviário gaúcho movimenta em torno de 9 milhões de toneladas ao ano em cargas e a expectativa é que com a dragagem se estimule mais o uso desse meio de transporte. O gerente da Portos RS argumenta que com o investimento será possível aumentar a competitividade da economia estadual, melhorando as condições de importação e exportação de produtos.