Com mais aplausos que vaias no auditório Araújo Vianna com muitas pessoas, mas não completamente lotado, o prefeito Sebastião Melo (MDB) deu início à audiência pública do Plano Diretor de Porto Alegre na manhã deste sábado, 9 de agosto. “A vaia é o aplauso dos que não concordam. Vaia só existe na democracia, e ditadura nunca mais, nem do Judiciário!”, declarou Melo logo no início da sua fala, que durou quase 10 minutos.
A disputa judicial que um dia antes ameaçou a realização do evento não desmobilizou o público, tanto os favoráveis à proposta da prefeitura quanto aqueles contrários, munidos de faixas questionando pontos específicos da proposta e até todo o processo. A contrariedade mais evidente é às alturas proposta para novos prédios, especialmente em bairros residenciais de alto padrão. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e um grupo em defesa da Floresta da Lomba, na Lomba do Pinheiro, também participam com cartazes e panfletos.
Além do prefeito Melo, discursaram na abertura o secretário de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, a presidente da Câmara Municipal, vereadora Nádia Gerhard (PL), e a juíza Patrícia Antunes Laydner representando o Tribunal de Justiça. Bremm e Nádia enfatizaram em vários momentos de suas falas que a Câmara é o “fórum legítimo” de debate sobre o planejamento urbano, em contraponto à judicialização da matéria.
O atual Plano Diretor de Porto Alegre é de 1999, revisado em 2010. O processo atual, em andamento desde 2019, vinha sendo tratado como revisão, mas foi apresentado em julho como um “Novo Plano Diretor”.