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Bruna Suptitz

Bruna Suptitz

Publicada em 06 de Setembro de 2024 às 18:35

Porto Alegre foi inspiração para Medellín, diz antropólogo Santiago Uribe

Colombiano Santiago Uribe Rocha está na capital gaúcha para coordenar trabalho internacional sobre resiliência

Colombiano Santiago Uribe Rocha está na capital gaúcha para coordenar trabalho internacional sobre resiliência

Mariana Korbes/Instituto Ling/Divulgação JC
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Reconhecida pela transformação social que a tirou da lista das cidades mais violentas do mundo, Medellín, na Colômbia, teve inspiração brasileira para se tornar exemplo de planejamento urbano e inovação. E uma das referências foi Porto Alegre. A informação é do antropólogo colombiano Santiago Uribe Rocha, que está na capital gaúcha para coordenar o grupo de trabalho internacional da iniciativa Porto Alegre Resiliente.
Reconhecida pela transformação social que a tirou da lista das cidades mais violentas do mundo, Medellín, na Colômbia, teve inspiração brasileira para se tornar exemplo de planejamento urbano e inovação. E uma das referências foi Porto Alegre. A informação é do antropólogo colombiano Santiago Uribe Rocha, que está na capital gaúcha para coordenar o grupo de trabalho internacional da iniciativa Porto Alegre Resiliente.
Uribe palestrou na noite de terça-feira, 3, no Instituto Ling. Segundo ele, “todos nós que estudávamos Ciências Sociais sonhávamos um dia vir a Porto Alegre para conhecer a cidade que ‘inventou’ o Orçamento Participativo e o Fórum Mundial Social”. De acordo com o especialista, a experiência de participação popular passou a ser replicada em Medellín em diversas políticas públicas, o que gerou engajamento dos cidadãos e trouxe, entre outros avanços, a redução da criminalidade.
Do Brasil, o especialista colombiano ainda cita o Rio de Janeiro, onde a inspiração foi do urbanismo nas favelas, e a capital do Paraná, Curitiba, que foi referência para o sistema de transporte coletivo na cidade colombiana.
Sobre a reconstrução pela qual as cidades gaúchas precisarão passar, projetou, usando o exemplo da capital gaúcha, que “estamos tratando de desenhar uma transformação cultural, que gera ressonância cultural, e a má notícia é que é uma tarefa de tartaruga: transformar Porto Alegre vai tomar 30, 50 anos”.
Ainda na comparação com o caso de Medellín, cuja mobilização social teve início na virada das décadas de 1980 e 1990, o antropólogo sustentou que “uma transformação social não é só o princípio; é o princípio e o final permanentemente revisados”.
A palestra marcou a abertura da segunda edição do projeto "Arquitetura: modos de pensar", realizado pelo Instituto Ling em parceria com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Rio Grande do Sul (Asbea-RS). 
Além da aula inaugural com Uribe, a programação prevê dois cursos de curta duração, que terão matrículas abertas em breve no site do Instituto Ling. O primeiro será "Arquitetura e Mudanças Climáticas: caminhos para um futuro sustentável", dividido em quatro encontros, nos dias 25 de setembro e 2, 9 e 16 de outubro, sempre nas quartas-feiras. Depois, nos dias 22 e 29 de outubro, terças-feiras, o tema será "Mulheres na Arquitetura". O projeto tem patrocínio de Arte Rochas.

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