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Patrícia Comunello

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Publicada em 16 de Setembro de 2025 às 17:42

Novo presidente diz que Agas terá "mais transpiração" e será "agregadora"

"Capacidade da Expoagas está no limite há muitos anos", diz Peruzzo Junior, que quer área maior

"Capacidade da Expoagas está no limite há muitos anos", diz Peruzzo Junior, que quer área maior

TÂNIA MEINERZ/JC
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Depois de uma disputa acalorada, com empate e decisão por consenso costurada pela ala mais veterana da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o presidente já na função, Lindonor Peruzzo Junior, deu o tom nesta terça-feira (16) de como deve ser a entidade nos próximos três anos: "muita transpiração" e promessa de "seremos mais agregadores".
Depois de uma disputa acalorada, com empate e decisão por consenso costurada pela ala mais veterana da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o presidente já na função, Lindonor Peruzzo Junior, deu o tom nesta terça-feira (16) de como deve ser a entidade nos próximos três anos: "muita transpiração" e promessa de "seremos mais agregadores".
"Queremos que todos participem. É uma forma de sermos mais amigáveis", avisou Peruzzo Junior, vice-presidente da sétima maior rede gaúcha, o Peruzzo, com sede em Bagé e que faturou R$ 1,2 bilhão em 2024. O novo presidente já comanda a principal associação do setor, que teve receita de quase R$ 70 bilhões no ano passado, ou 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados da entidade. São 7,2 mil lojas e cerca de 170 mil empregos diretos.
O dirigente mostrou preocupação, em meio à sua primeira coletiva de imprensa, em Porto Alegre, com a rotatividade de "50% da mão de obra" no setor, entre admissões e demissões, patamar que tem influência, segundo ele, do perfil das novas gerações. "É altíssimo (índice). O supermercado, muitas vezes, é o primeiro emprego. É muito difícil treinar essas pessoas. Precisa investir mais", associa Peruzzo Junior.
Sobre a redução da jornada como meio para reter trabalhadores, proposta que já tramita no Congresso Nacional e é foco de movimentos sindicais, o dirigente citou que "é um debate mais amplo" - a alteração da regra geral, que hoje é 44 horas semanais. Convenções coletivas preveem folgas a cada 11 dias, o que gerou reação de categorias. "A gente defende o diálogo com esse entrante para ver como ele se sente mais acolhido no negócio", completa.       
Agas propôs à Fiergs a construção de novo pavilhão para ampliar expositores da Expoagas | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Agas propôs à Fiergs a construção de novo pavilhão para ampliar expositores da Expoagas EVANDRO OLIVEIRA/JC
Foco em eventos que gerem receita está no plano da nova direção. Este ano terá ainda a 62ª Convenção Regional de Supermercados, em Tramandaí, e o Carrinho Agas. Mas conseguir aumentar o tamanho da maior feira do setor no Estado e uma das maiores no Brasil, a 43ª Expoagas, é prioridade, deixou claro o presidente. Já ocorrem conversas com a Federação das Indústrias do RS (Fiergs), cujo centro de exposições é palco da feira, na Zona Norte de Porto Alegre.
A proposta, destacou Peruzzo Junior, é que a entidade industrial construa um novo pavilhão atrás do atual. Com isso, a Agas projeta ter 50% mais de área física na edição de 2026, podendo ter mais expositores.
"A capacidade da Expoagas já está no limite há muitos anos. Podemos antecipar recursos da locação para a obra", sugere ele. "Se não sair a construção, temos um plano B, que é instalar uma lona grande para poder ampliar em 20%. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) fez isso na Apas Show, e funcionou."
Um assunto que também vai estar no radar da entidade é discutir com autoridades municipais da área sanitária o padrão de penalizações aplicadas a empresas flagradas com produtos impróprios para consumo. "É justo que um supermercado com mercadorias impróprias no valor de R$ 780,00 tenha multa de R$ 100 mil", questionou Peruzzo Junior: "É justo ou não é justo?".
"Tem coisas que estão demais e mexem com o equilíbrio do setor", reagiu presidente, sobre multas sanitárias | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"Tem coisas que estão demais e mexem com o equilíbrio do setor", reagiu presidente, sobre multas sanitárias PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"Tem coisas que estão demais e isso mexe com o equilíbrio do setor. Vamos buscar uma regra geral, pois cada cidade tem um valor", projetou o dirigente. Segundo ele, a quantidade de itens vendidos (mais de 2 mil) e alta rotatividade (mão de obra) dificultam a manutenção de controles em muitos casos. "Queremos que não fique tão penoso, pois limita investimentos." 
No tema tributário, Peruzzo Junior disse que vai trabalhar com mais informações e orientação aos empreendedores do setor, além de buscar interlocução com o governo estadual. Um dos problemas está ligado ao impacto da retirada de produtos da Substituição Tributária (ST), que beneficiava empresas que adotam um percentual fixo de margem (chamado de markup). "Ouvi de muitos supermercadistas que o 'negócio ficou ruim', que não tinham margem e não conseguem investir", descreve Peruzzo Junior.
De outro lado, os mesmos segmentos que se sentiram prejudicados na alteração da ST, não teriam se beneficiado de uma redução de alíquota na indústria. "As empresas não souberam como fazer o lançamento", ilustra o dirigente, que acenou com uma posição mais aguerrida nesse tema durante a campanha de sucessão

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