Dia 31 de julho, comemora-se o Dia da Cerveja, embora com várias dissidências. Hoje o mercado está saturado até de rótulos estrangeiros que eram extremamente caros até meados dos anos 1990. Brahma e Antártica disputavam o mercado, mas aqui existiam as marcas Polar (Estrela), Polka (Feliz), Serramalte (Getúlio Vargas), Pérola (Caxias do Sul) e em menor escala a Gazapina (Livramento). Chope era Brahma.
Nos kerbs, dia do padroeiro da cidade nas colônias alemãs, as famílias recebiam a visita de parentes de todas as regiões. O barril era colocado em um buraco feito no solo cercado de gelo e serragem, que servia de isolante térmico. Isso no domingo, quando também iniciavam os três dias de baile. Nunca aos sábados, porque o temido padre vigário achava que se fosse neste dia, os paroquianos encheriam a cara e faltariam à missa dominical.
Alemães traziam o gasto com dinheiro na chincha, menos nos kerbs. O diabo tomava conta. Dificilmente havia chope nos salões de baile, só cervejas. Para mostrar que podiam abrir a guaiaca até a costura, deixavam as garrafas vazias nas mesas. Äs vezes, o pau rolava e fechava o tempo.
Para dançar, era preciso pagar uma espécie de pedágio, uma fitinha colocada na lapela pelo fiscal da casa. As bandinhas tocavam a mesma música (marca) duas vezes repetidas. Eram chamadas de jazz banda musikanden. A pronúncia era chaz panda. Tudo a ver com a formação das grandes orquestras de jazz daqueles tempos, com percussão, metais, sopro e contrabaixo. Mais para o final do baile, bebia-se café forte, pão ou cuca com linguiça fervida.
Eram dias em que os colonos se esbaldavam. Muitos vinham das picadas, às vezes quilômetros longe do salão em caminhos difíceis. As mulheres levavam sapatos de baile na mão e calçavam tamancos para não estragá-los, que eram deixados debaixo da mesa até a dura volta. Casamentos começavam no baile, embora a aproximação visual fosse feita nas missas ou cultos luteranos de domingo.
Também teve o caso do impacto do primeiro dançarino de rock em baile de kerb, mas essa já é outra história...
Na Lomba do Pinheiro proliferam condomínios, que vão se instalando até o bairro Agronomia. Entrementes, a avenida João de Oliveira Remião está saturada. Na junção com a Bento Gonçalves, já ocorrem congestionamentos em todos os horários.
Faleceu, nesta quinta-feira, na idade de 90 anos, o ex-prefeito de Porto Alegre Guilherme Socias Villela. Deixou várias marcas na cidade, na administração pública e no trato pessoal. A cidade deve a ele o Parque Marinha do Brasil, viadutos, corredores de ônibus, e a 1ª e 2ª perimetrais. Nascido em Uruguaiana, Villela falava alemão fluentemente. Para mim, é uma amizade de 55 anos que se vai. Matéria nesta edição.
Todo dia 31 é de festa para o comércio. É dia de virada do cartão de crédito, saiu ou vai sair o salário e outros pagamentos, o dia foi bonito, o frio deu uma trégua. Tudo nos trinques para o consumidor sair da hibernação de dentro da toca da grana curta.
O presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, disse que vai trabalhar para abrir novos mercados aos produtos gaúchos, especialmente após o anúncio do tarifaço de 50% dos Estados Unidos, que afetará empresas do Rio Grande do Sul. Importante não colocar todos os ovos no mesmo cesto.