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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 05 de Setembro de 2024 às 18:41

Não existe vida fácil para peão de estância

Douglas Fischer/Divulgação/JC
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Fernando Albrecht
Lá vai a gauchada de "a cavalo", como se diz no Alegrete, para mais uma campereada ou uma merecida folga para alguma bailanta em CTG ou nos bolichos da Fronteira Oeste. Não existe vida fácil para peão de estância, tudo é no braço, faça chuva ou faça sol. O ser urbano tem uma imagem romântica da profissão, não tem a mínima ideia da trabalheira que dá a lida no campo.
Lá vai a gauchada de "a cavalo", como se diz no Alegrete, para mais uma campereada ou uma merecida folga para alguma bailanta em CTG ou nos bolichos da Fronteira Oeste. Não existe vida fácil para peão de estância, tudo é no braço, faça chuva ou faça sol. O ser urbano tem uma imagem romântica da profissão, não tem a mínima ideia da trabalheira que dá a lida no campo.
 

A Noite dos Pálidos

Final de 1966. Antes de entrar para valer no jornalismo, eu fui assistente da gerência da casa matriz de um grande banco gaúcho, o Província. O prédio existe até hoje, na esquina das ruas Uruguai com a Sete de Setembro, hoje Santander. Foi o primeiro do Estado a contar com escadas rolantes. Mármore de Carrara em boa parte dos andares, cobrindo chão, paredes e banheiros. Digno do Velho Jequitibá, como era conhecido. Foi comprado pelo Montepio da Família Militar, virou Sulbrasileiro e o resto vocês conhecem, foi tudo para o saco.
Foi por esta época que abriu o que seria a primeira uisqueria de Porto Alegre, o George 's, no início da Cristóvão Colombo, perto da Barros Cassal. Eu nem me atrevia a entrar, porque sabíamos todos que o valor das bebidas era altíssimo, e naquele tempo até o uísque nacional era caro, e o importado caríssimo, na altura da estação espacial, umas 20 vezes no mínimo o preço de hoje.
Certa noite de 1966, um dos gerentes do Província, Darcy Pinho Bandeira, convidou-me para ir ao George's, juntamente com um grande fazendeiro do Alegrete, o major Pedro Olímpio Pires, e outro estancieiro do Quaraí, cujo nome me escapa. O nome vem do tupi-guarani e significa Rio das Garças ou Rio do Sol. Achei que com tanta gente abonada na mesa eu finalmente beberia o néctar sem me preocupar com a dolorosa. Sentamos e, em seguida, o major pediu o melhor uísque da casa. Do melhor, repetiu. O que equivale ao mais caro.
O garçom depositou respeitosamente na mesa uma garrafa dentro de um veludo preto, onde estava escrito Royal Salute. Fiquei sabendo depois, era o Chivas Regal envelhecido por dezenas de anos, envolto em veludo azul. Ninguém perguntou o preço e então fomos todos para Pasárgada. Mortais comuns só bebiam uísque nacional no Carnaval rachado por três ou quatro pelados como a gente.
Porém - e sempre tem um - não bebi lá muito sossegado. Imaginei que aquilo custava os tubos e, pensei, e se ao final o major vier com a terrível frase "racha por quatro"? Hora de ir embora, uma garrafa depois, veio a dolorosa, um coice. O major falou em rachar por quatro, mas só essa hipótese me deixou pálido. Felizmente, o major resolveu pagar tudo.
Foi o suspiro de alívio mais longo da história.

Na veia

O cirurgião cardiovascular Rodrigo Saadi, da quarta geração de família de médicos, apresenta nesta segunda-feira, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), estudo científico inédito em tese de doutorado. Seus bisavô e avô, Tauphick e Jair Saadi, deixaram importantes legados para a especialidade cardiovascular. O pai, Eduardo Saadi, é reconhecido internacionalmente no segmento.

De 15 em 15 anos...

...o Brasil esquece os últimos 15 anos. A possibilidade de existir petróleo na Bacia de Pelotas, na altura da foz da lagoa, é assunto debatido desde 1958. Nos anos 1970, o pesquisador e professor José Anélio Saraiva trocou mensagens comigo afirmando que tinha certeza da existência do ouro negro. A página já publicou que no governo Yeda Crusius, a paulista Paulipetro fez sondagens e concluiu que poderia haver só gás, petróleo não. Cabe lembrar que a tecnologia daquela década era incipiente.

Cheiro de acordo

Nos últimos dias o preço do barril de petróleo vem caindo e, na quinta-feira. ficou abaixo dos US$ 70. Parte pode ser creditada à queda mundial na demanda, mas dá para apostar algumas fichas que pode ser que haja possibilidade de um cessar-fogo entre Israel e Hamas.

Falha nossa

De alguns dias para cá vem acontecendo coisas estranhas quando se paga conta por cartão de débito, especialmente em supermercados. Para valores baixos a aproximação funciona, mas quando se trata de um valor maior e se insere o cartão aparece "operação não autorizada". O banco diz que não há nada de errado na conta, então a falha só pode ser na maquininha. Também o wifi está com sinal irregular.

Perguntinha

Em quantos países do mundo obras de recuperação de um metrô de superfície levaria um ano e meio para ser recuperado? Neste tempo a maioria construiria centenas de quilômetros dele.

Arte na fachada

Pegorer Estúdio/Divulgação/JC
A Guarida traz para o novo espaço na matriz da empresa, que foi recentemente revitalizado, uma obra de arte que reforça a tradição gaúcha e o propósito da empresa, "Pra Você Viver Melhor". Localizada na avenida Protásio Alves, 1309, em Porto Alegre, a obra foi criada pelo artista Jackson Brum.
 

O domínio nordestino

Desde sempre a bancada nordestina tem vários nomes ocupando a presidência e posições chave na mesa diretora. Só dá Nordeste. O presidente da Câmara, Arthur Lira, é do PP de Alagoas. Um dos candidatos agora é Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba. Gaúcho não entra.

Almoçar nunca foi tão caro

O aumento continuado da comida fora de casa, entendida como bufês e restaurantes, tem sido uma pedra no sapato dos consumidores. Este é o real da inflação, o custo de vida. Não adiante os outros dizerem que a inflação está baixa quando a bóia só faz subir.
 

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