Facebook
Google
Twitter
Ter um negócio próprio é o sonho de muitas pessoas, e a ideia de possuir uma franquia geralmente vem à mente como uma opção atraente. Esse pensamento é justificável devido aos benefícios que uma empresa nesse modelo pode oferecer. No entanto, será que realmente vale a pena?
Os números mostram que sim. De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franquias (ABF), a taxa de mortalidade das franquias é de apenas 5% nos primeiros 24 meses de operação. Isso significa que, de cada cem franquias abertas, apenas cinco fecham antes de completar dois anos de vida.
Esse número se torna ainda mais significativo quando comparado aos negócios independentes que não adotam o modelo de franchising. De acordo com um estudo do Sebrae de 2020, a taxa de mortalidade de pequenas empresas durante o mesmo período é de 17%. Em outras palavras, a chance de fechamento de uma franquia é mais de três vezes menor do que a de qualquer outro tipo de negócio.
Franquia ou franchising empresarial é o sistema pelo qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi exclusiva de produtos ou serviços. Ao adquirir uma franquia, você está adquirindo um modelo de negócio que já se mostrou bem-sucedido na maioria dos casos. Além disso, você recebe um modelo de negócio bem estruturado e documentado, incluindo a Circular de Oferta de Franquia (COF), que contém informações detalhadas sobre o negócio.
Existem muitos fatores que beneficiam as franquias, no entanto, no contexto brasileiro, há um detalhe tributário que facilita e impulsiona esse modelo de negócio: o Simples Nacional.
Esse regime tributário, que tem como essência a simplificação e a menor tributação para micro e pequenos empresários, acaba incentivando o crescimento limitado. Explicando melhor, o Simples Nacional é benéfico para empresas com faturamento anual entre R$ 3,6 milhões e R$ 4,8 milhões. No entanto, ao ultrapassar esse limite, a carga tributária de uma pequena empresa se iguala à de uma grande companhia.
Embora o Simples Nacional proteja os pequenos negócios, ele também restringe seu crescimento, pois não oferece um regime tributário transitório. Ao competir em igualdade com grandes empresas, que têm acesso a escalas, planejamentos tributários regionais, crédito e disponibilidade de caixa, a pequena empresa que permanece no Simples Nacional obtém uma vantagem competitiva.
Quando analisamos a carga tributária de uma empresa com lojas ou estabelecimentos próprios tributando suas receitas e lucros no regime do Lucro Real ou Presumido e comparamos com várias empresas no Simples Nacional, podemos observar que a carga tributária deste último regime é duas ou três vezes menor do que os demais. Isso proporciona uma maior capacidade de competir de igual para igual com as grandes empresas.
No entanto, mesmo ao optar por uma franquia, é necessário ter cuidado na escolha. É comum ver pessoas enfrentando dificuldades em suas franquias devido a escolhas inadequadas. Por vezes, as pessoas não possuem afinidade com o negócio escolhido, ou não têm conhecimento em gestão empresarial. Existem diversos fatores a serem considerados e é fundamental tomar uma decisão cuidadosa e consciente, avaliando os prós e contras antes de embarcar nesse modelo de empreendimento.
É importante destacar que cada franquia é única e possui suas próprias particularidades. É fundamental pesquisar e analisar o histórico da franqueadora, seu desempenho financeiro, a satisfação dos franqueados atuais, os custos envolvidos, as cláusulas contratuais e outros aspectos relevantes. É recomendável contar com o auxílio de profissionais especializados, como advogados e contadores, para uma análise completa e precisa.
Diretor-executivo da Confirp Contabilidade e presidente da Associação Grupo Alliance