Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 21 de Julho de 2025 às 00:50

Programa Ser+ fortalece atuação de Unidades de Triagem (UTs)

Iniciativa também busca promover melhores condições de trabalho

Iniciativa também busca promover melhores condições de trabalho

/José Pedro Jobim/Braskem/JC
Compartilhe:
Miguel Campana
Miguel Campana Repórter
As cooperativas da cadeia de reciclagem no Rio Grande do Sul contam, desde 2009, com o apoio do programa Ser+, encabeçado pela empresa Braskem. Por meio de investimento financeiro ou de assessoria técnica, a iniciativa busca fortalecer a atuação das unidades de triagem (UTs) e promover melhores condições de trabalho para os cooperados.
As cooperativas da cadeia de reciclagem no Rio Grande do Sul contam, desde 2009, com o apoio do programa Ser+, encabeçado pela empresa Braskem. Por meio de investimento financeiro ou de assessoria técnica, a iniciativa busca fortalecer a atuação das unidades de triagem (UTs) e promover melhores condições de trabalho para os cooperados.
O programa foi originalmente criado pela representação da Braskem no Estado, que identificou certas demandas socioeconômicas das comunidades localizadas no entorno das cooperativas. "As lideranças da regional no RS fizeram uma leitura conforme as necessidades do contexto em que estava inserida. Naquele momento, outras regionais não apresentavam essas demandas", explica o analista de relações institucionais da Braskem, Jeferson Conceição. Com o sucesso no Rio Grande do Sul, a iniciativa foi posteriormente replicada em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Bahia.
Cada uma das cooperativas participantes do Ser+ é acompanhada por um profissional técnico contratado pela Braskem. O consultor faz um diagnóstico anual com base no desempenho de determinada cooperativa em relação à produção, à gestão de pessoas, à gestão administrativa e à regularização jurídica. Quanto menor a pontuação de uma unidade de triagem em cada um desses critérios, maior é a necessidade de suporte, seja financeiro ou de capacitação. As cooperativas podem pontuar de 0 a 10.
"O sistema de pontuação define o que é melhor para cada unidade de triagem. Se uma cooperativa obtiver oito pontos no critério de produção, por exemplo, a Braskem poderá promover a doação de algum equipamento, o que consequentemente aumentará a nota na avaliação do ano seguinte", explica Conceição. Segundo ele, em uma mesma cooperativa, o diagnóstico do que fazer e do quanto investir pode variar de um ano para o outro.
Conforme o seu estágio de desenvolvimento, as unidades de triagem participantes do programa Ser são divididas em três etapas. De acordo com Conceição, enquanto a primeira etapa é de consultoria básica, na segunda é feita uma análise do que pode ser potencializado no trabalho da cooperativa. 
Quando as unidades de triagem estão na terceira etapa, o trabalho realizado pela consultoria é de capacitação. "Neste estágio, o consultor procura implementar uma ferramenta de gestão dentro da cooperativa que a permita andar com as próprias pernas, sem depender do programa", completa. Além das palestras e workshops sobre gestão, a Braskem oferece cursos sobre o pacote Office e também especificamente sobre o Excel.
O formato de realização dos cursos varia de acordo com a realidade de cada cooperativa. Assim, as capacitações podem ocorrer de forma presencial dentro ou fora da unidade de triagem, ou ainda no modelo online. Atualmente, um dos cursos de Excel da Braskem está sendo promovido no formato presencial, mas fora da cooperativa. A empresa fechou uma parceria com uma escola, que está oferecendo sua estrutura e equipamentos para os cooperados utilizarem. Custos com transporte, alimentação e a própria mensalidade do curso são subsidiados pela Braskem.
De acordo com Conceição, o conhecimento adquirido por meio das atividades de capacitação pode ser aplicado para além do trabalho da unidade de triagem. "A realização dos cursos também tem a ver com a carreira dos cooperados. Eles podem utilizar as informações absorvidas em outros empregos, caso saiam das cooperativas", explica.

Cooperativa já recebeu lotes de equipamentos de proteção individual (EPIs)

A Coopertuca, localizada no Morro da Tuca, em Porto Alegre, é uma das unidades de triagem contempladas pelo programa Ser . Periodicamente, a cooperativa recebe a visita de um consultor vinculado à Braskem, que procura entender como está o funcionamento da unidade. Segundo a tesoureira da Coopertuca, Angela Lemes, com o apoio do programa, a cooperativa já conseguiu fazer várias melhorias na sua estrutura física.
"Recentemente, a Braskem nos cedeu uma escada de madeira para que pudéssemos construir uma saída de emergência. A cooperativa também tinha uma esteira que precisava ser consertada, e passamos seis meses sem conseguir recursos, até que a Braskem nos ajudou", conta Angela. A Coopertuca também já recebeu alguns lotes de equipamentos de proteção individual (EPIs).
De acordo com Angela, os cooperados da unidade já fizeram cursos de cuidados pessoais e de administração. "Nas formações, nós aprendemos sobre a importância do cuidado com os materiais e da higienização das mãos, além de outras coisas que podemos levar para a vida, como o controle da sua renda própria", comenta.
O trabalho da Coopertuca é dividido entre homens e mulheres. No processo de separação inicial, cada uma das trabalhadoras é responsável por retirar cinco tipos de produtos do lixo movimentado por uma esteira. Isopor, papelão e vidro, por exemplo, já são descartados nesta etapa. Depois, em uma etapa realizada por homens, os resíduos passam por uma nova triagem, onde são avaliados quanto à possibilidade de aproveitamento no mercado. Os rejeitos são colocados em bags e posteriormente em containers, que são esvaziados pela prefeitura diariamente.
Enquanto isso, o material que será reaproveitado é encaminhado para a etapa de prensagem. A prensa enfardadeira é capaz de comprimir um volume de peças de um determinado material em um fardo que seja mais facilmente manipulado e carregado.
A Coopertuca trabalha com quatro prensas, sendo três delas específicas para cada um dos materiais - papel, plástico e latinha - e uma outra, chamada de "volante", que é acionada quando uma das principais estraga.
No início de todo mês, a cooperativa organiza uma agenda com os dias em que as empresas compradoras irão buscar os materiais. As coletas de papel, por exemplo, ocorrem uma vez por semana, às terças-feiras.

Notícias relacionadas