Com presença consolidada no Rio Grande do Sul desde 2001, a Sodexo inaugura em Porto Alegre sua nova sede regional: um espaço icônico, moderno e inclusivo, com mais de 1.200 m² distribuídos em dois andares que traduzem o futuro da companhia no Brasil. A sede representa um marco estratégico na jornada de transformação da empresa, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento econômico, social e humano na região Sul.
O projeto integra os conceitos "Modern Recipe", abordagem global que promove bem-estar, equilíbrio e experiências inovadoras no ambiente de trabalho, e "Sabor Brasil", criado localmente para valorizar a diversidade da cultura brasileira — e que, devido ao seu sucesso, passou a inspirar soluções em escritórios da Sodexo ao redor do mundo. O espaço também funciona como uma vitrine viva das soluções da empresa, com áreas colaborativas, zonas de foco, espaços inclusivos, além das microkitchens e micromercado, que oferecem praticidade e alimentação saudável no dia a dia dos colaboradores.
No Estado, a Sodexo emprega cerca de 3 mil pessoas e mantém forte atuação em serviços de alimentação e facilities management. Entre os destaques: 87% da força de trabalho é composta por mulheres, 36% por pessoas negras, 69% dos refugiados e imigrantes contratados são mulheres, e mais de 2 mil colaboradores têm mais de 50 anos. A empresa está presente em 190 unidades e serve, em média, 37 mil refeições por dia. Além disso, mantém parcerias com 348 fornecedores locais (sendo 257 PMEs), apoia práticas sustentáveis como o uso de ovos cage free e orgânicos, e atua com impacto social por meio de projetos como as cozinhas comunitárias com o Banco de Alimentos e a APAE de Porto Alegre.
Empresas & Negócios - Como foi o processo de reconstrução e inauguração da nova sede após as enchentes de 2024?
Ana Menegotto - Como em inúmeros outros locais, a estrutura do nosso escritório em Porto Alegre também foi totalmente inundada, resultando na perda total do espaço. Nossa prioridade, desde o primeiro momento, foi garantir o suporte necessário para nossos profissionais, oferecendo apoio psicológico, benefícios extras e um fundo de assistência para ajudá-los a reconstruir suas vidas. No total, temos três mil colaboradores residentes no Rio Grande do Sul - a maior parte do nosso time administrativo está aqui. Desses, tivemos 243 que foram impactados severamente. Só depois de garantir a segurança e suporte aos colaboradores e clientes é que começamos a pensar na retomada do escritório. Diante do que ocorreu, decidimos manter a operação 100% remota, garantindo a segurança e o bem-estar da equipe.
E&N - De que forma o novo espaço reflete a visão global e o propósito da Sodexo, adaptados à realidade brasileira?
Ana - Nosso propósito é levar qualidade de vida a todos os consumidores. Com a oportunidade de renovar o escritório, queremos refletir nossos serviços de alimentação e facilities, tanto para os colaboradores quanto para os clientes. São dois andares: um evidencia nossa dimensão global, e o outro foca na regionalidade. Investimos em design moderno, com espaços colaborativos e silenciosos, além de um modelo de trabalho flexível, reforçando nossa cultura de confiança e inclusão. O design é super moderno. Temos mesas com altura ajustável automaticamente, robôs de limpeza, robô garçom, automações — tudo pensado para oferecer o melhor aos nossos colaboradores e também mostrar isso aos clientes.
E&N - Quais iniciativas e estruturas foram criadas no novo espaço para acolher públicos diversos e garantir bem-estar aos colaboradores?
Ana - Contamos com uma estrutura flexível, sala de amamentação, sala para neurodivergentes, mobiliário adaptável, micromercado autônomo, espaços para meditação e oração — tudo pensado para promover inclusão. Os colaboradores têm dado retornos muito positivos sobre esse cuidado. A ideia é personalizar a experiência conforme o que faz sentido para cada um.
E&N - Como a nova sede se posiciona como um hub de inovação e vitrine das soluções e serviços da Sodexo?
Ana - A sede foi pensada para destacar nosso potencial de diferenciação, indo além do básico. Queremos que os clientes visitem, se inspirem e percebam como nossos serviços agregam valor, melhoram o ambiente de trabalho e contribuem para a retenção de talentos. Atendemos empresas, hospitais, escolas — nosso objetivo é fazer a diferença por meio de qualidade de vida e inovação.
E&N - A Sodexo tem planos para ampliar a presença e atuação no Rio Grande do Sul e na região Sul?
Ana - Com certeza. O Sul sempre foi estratégico para nós. Mesmo com as enchentes, nunca cogitamos sair — pelo contrário, enxergamos muito potencial aqui. Na semana passada, nossa diretoria esteve no interior do Estado visitando unidades com foco na expansão dos negócios.
E&N - Como a empresa avalia o impacto socioeconômico no estado, considerando o número de colaboradores, clientes e refeições servidas?
Ana - Avaliamos sob vários aspectos. Como empregador relevante, temos o compromisso com a manutenção de empregos, mesmo em momentos de crise — o que impacta diretamente o desenvolvimento socioeconômico. A taxa de desemprego no RS é maior que em outros estados, então nossa presença aqui é significativa. Crescemos junto com nossos clientes e oferecemos serviços que os ajudam a prosperar.
E&N - Como a Sodexo promove o fortalecimento da economia local e práticas sustentáveis por meio de sua política de fornecimento?
Ana - Priorizamos fornecedores locais e pequenos. Temos parcerias para capacitar pequenos empreendedores e produtores. Exigimos requisitos rigorosos de rastreabilidade e ESG. Atuamos no combate ao desperdício de alimentos e promovemos o uso integral dos ingredientes. Também trabalhamos junto aos clientes com ações educativas para redução de desperdício.
E&N - Como é o projeto de combate à fome?
Ana - Como empresa, temos um forte compromisso com as comunidades em que atuamos. O Stop Hunger é uma organização global, sem fins lucrativos, fundada e mantida pelo Grupo Sodexo. O objetivo é combater a fome, a insegurança alimentar e promover o empoderamento de mulheres e gerações mais novas. Em razão dos alagamentos, foram doadas 45 toneladas de alimentos ao Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, sendo que 31 toneladas foram viabilizadas por meio do recurso emergencial da causa global Stop Hunger.
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E&N - Por que a Sodexo decidiu manter e reforçar o modelo híbrido, indo na contramão da tendência de retorno integral ao presencial? Quais foram os aprendizados do período remoto emergencial e como isso influenciou o modelo atual?
Ana - Desde a pandemia, ajustamos nosso modelo com base na escuta ativa dos colaboradores. Já praticávamos o modelo 2x3 (dois dias no escritório, três em casa). Com as enchentes, voltamos ao remoto total e, mais uma vez, ouvimos os colaboradores. Atualizamos para um modelo ainda mais flexível: agora são entre 4 e 8 dias no escritório por mês, o restante é remoto. Tudo isso com base na confiança, na responsabilização e no protagonismo individual.
E&N - Quais áreas ou segmentos a Sodexo considera prioritários para manter o crescimento expressivo no Brasil?
Ana - Todos. Não existe um segmento específico. Atuamos em várias frentes: empresas, escolas, hospitais, plataformas offshore. Para cada uma delas, temos uma estratégia e enxergamos oportunidades de crescimento.
E&N - Como reforçar a diferenciação da Sodexo em relação à antiga divisão de benefícios (atualmente Pluxee) e esclarecer sua atuação em serviços corporativos?
Ana - A Sodexo Benefícios, agora chamada Pluxee, é uma outra empresa desde o spin-off há quase dois anos. A minha atuação é centrada na Sodexo, que hoje é uma empresa pure-play de serviços de Alimentação e Facilities. Oferecemos mais de 100 diferentes produtos e serviços, entre eles: restaurantes corporativos, serviços de facilities (limpeza, jardinagem, manutenção, higiene etc.), hotelaria, manutenção técnica, lanchonete, recepção, portaria, gerenciamento de projetos e conveniência. Contamos com aproximadamente 47 mil colaboradores no Brasil, operando em mais de 2,7 mil sites em todo o País - mais de 1,5 mil unidades de alimentação e 1,2 mil unidades de facilities.