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Publicada em 09 de Agosto de 2024 às 18:17

Pão dos Pobres agiliza processo de reconstrução para atender a pleno

A fachada da Fundação Pão dos Pobres foi restaurada antes da enchente

A fachada da Fundação Pão dos Pobres foi restaurada antes da enchente

José Carlos Andrade / Pão dos Pobres/ JC
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Miguel Campana
A Fundação Pão dos Pobres, que atende mais de 1.800 crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, continua trabalhando na recuperação de sua estrutura após a enchente deste ano. Como uma parte da restauração já foi feita, foi possível viabilizar o retorno dos mais de 160 jovens que moram na instituição. Apesar disso, ainda são necessárias reformas pontuais na estrutura dos prédios.
A Fundação Pão dos Pobres, que atende mais de 1.800 crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, continua trabalhando na recuperação de sua estrutura após a enchente deste ano. Como uma parte da restauração já foi feita, foi possível viabilizar o retorno dos mais de 160 jovens que moram na instituição. Apesar disso, ainda são necessárias reformas pontuais na estrutura dos prédios.
O terreno do Pão ficou inundado por cerca de 15 dias. Quando a água finalmente baixou, a equipe da instituição identificou a necessidade de substituir os sistemas elétrico e hidráulico, muito danificados durante a enchente. Outro problema encontrado estava nas divisórias entre as salas dos prédios, que incharam e caíram devido à quantidade de água.
O Pão dos Pobres ainda não conseguiu reconstruir os laboratórios de mecânica automotiva, eletromecânica de elevadores, gastronomia e manutenção de computadores. Segundo Rocha, o valor estimado para a realização de todas as reformas é de R$4 milhões. Para conseguir os recursos necessários, a Fundação está promovendo uma campanha de arrecadação via Pix.
Além da angariação de fundos, o Pão conta com alguns parceiros para reconstruir os espaços, como a Associação dos Amigos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (AHMI). A entidade hospitalar entregou a reforma completa da cozinha do Pão dos Pobres, que serve 42 mil refeições por mês. Com ajuda de uma equipe voluntária de arquitetos e historiadores, a Fundação também tenta recuperar arquivos e fotos históricas da instituição.
No dia 6 de maio, o prédio principal do Pão dos Pobres precisou ser evacuado, após aviso da Defesa Civil de que o terreno da instituição seria invadido pela água que transbordava o Guaíba. As atividades desenvolvidas na Fundação já haviam sido suspendidas uma semana antes, em virtude das dificuldades de deslocamento dos participantes.
O Pão recebeu auxílio de várias entidades para acolher as pessoas que residem na instituição. Em um primeiro momento, as crianças e adolescentes receberam abrigo no ginásio do Colégio La Salle Santo Antônio. "As famílias dos alunos da escola contribuíram com mantimentos, pacotes de fralda e cobertores, além de terem criado atividades lúdicas para entreter os acolhidos", explica o gestor do Pão dos Pobres, João Rocha.
Após o retorno das aulas no La Salle Santo Antônio, as crianças e adolescentes foram acolhidos pela Fundação Fraternidade, na zona sul de Porto Alegre. O espaço cedido pela instituição religiosa abrigou as seis unidades de Acolhimento Institucional do Pão dos Pobres. Quatro dessas unidades estão localizadas no terreno principal da Fundação, na Rua da República.
No início de junho, uma parcela das atividades teóricas desenvolvidas pelo Pão dos Pobres passaram a ser realizadas em espaços cedidos pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP).
Como não foi possível adaptar todas as atividades para o formato virtual durante o período mais crítico da enchente, o Pão fez um trabalho de acompanhamento e de fornecimento de cestas básicas, material de higiene, roupas e cobertores para as famílias das crianças vinculadas à instituição.
João Rocha valoriza a disponibilidade e a presteza das empresas parceiras e do povo gaúcho. "Várias pessoas têm nos procurado para oferecer materiais e auxílio em recursos financeiros. Nós tivemos uma procura muito boa e isso nos alegra, porque é uma forma de reconhecimento pelo trabalho que o Pão dos Pobres realiza há 129 anos", comenta.
 

Instituição celebra 129 anos de história

O momento atual de reconstrução do Pão dos Pobres coincide com o aniversário da instituição, no dia 15 de agosto. De acordo com o gestor do Pão, João Rocha, a comemoração deste ano será singela.
No início do dia, haverá a entrega de um bolo simbólico para as pessoas internas da instituição. Depois, na parte da tarde, em evento aberto ao público em geral, a Banda do Exército e a Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul, esta última formada por jovens atendidos pelo Pão, irão se apresentar.
"Também será feita a reinauguração de uma parte da fachada externa da instituição, que simboliza o processo de reconstrução pelo qual estamos passando", explica Rocha. Além disso, aprendizes dos cursos profissionalizantes estão produzindo um curta-metragem que resgate a história da instituição.
Ainda em celebração do 129º aniversário, a Fundação irá promover a terceira edição do Passeio Ciclístico do Pão dos Pobres, com data marcada para o dia 25 de agosto, domingo. Às 9h, os participantes irão deixar o bairro Cavalhada, na zona sul de Porto Alegre, em direção à quadra do Pão dos Pobres, na Cidade Baixa.
Parte do trajeto abrangerá o trecho da Orla do Guaíba, o que, para João Rocha, deve reaproximar o povo gaúcho e o Guaíba. A participação no passeio ciclístico é gratuita e não requer inscrição prévia.
 

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