Porto Alegre, quinta-feira, 19 de dezembro de 2019.

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Perspectivas 2020

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Opini�o

Not�cia da edi��o impressa de 19/12/2019. Alterada em 19/12 �s 03h00min

Acelerar o crescimento j� ser� um avan�o em 2020

Guilherme Kolling
Nos últimos três anos, o Brasil chegou a dezembro com boas expectativas para o período seguinte. Fim da instabilidade política, encaminhamento de reformas e novos governos embalavam as esperanças do mercado, que falava em alta do PIB de 3% no ano subsequente.
Nos últimos três anos, o Brasil chegou a dezembro com boas expectativas para o período seguinte. Fim da instabilidade política, encaminhamento de reformas e novos governos embalavam as esperanças do mercado, que falava em alta do PIB de 3% no ano subsequente.
As razões para crer em uma melhora eram boas e, de fato, poderiam ter sido concretizadas. Entretanto, o que o País viveu foram três anos de baixo crescimento, cerca de 1% ao ano em 2017, 2018 e 2019 (nesse último caso, expectativa). É uma retomada lenta, insuficiente para reduzir, com a rapidez desejada, os altos índices de desemprego.
Evidentemente, houve avanços nesse período, especialmente se lembrarmos que, em 2015 e 2016, o País teve quedas de 3,5% e 3,3% na atividade econômica. Mas o retrospecto negativo era mais um fator a influenciar na aposta de alta, considerando a base de comparação baixa do período anterior.
Fatores externos ou imprevisíveis afetaram a economia: a gravação no caso JBS em 2017, a greve dos caminhoneiros em 2018 e, neste ano, a polarização política mesmo após a eleição e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Para 2020, mais uma vez, o cenário é de otimismo, embora a aposta do mercado seja contida - a mais recente projeção do Boletim Focus, do Banco Central, aponta alta no PIB de 2,2%. Mas a aprovação da reforma da Previdência, a inflação baixa e sob controle, a taxa básica de juros no menor patamar da história - a Selic está 4,5% ao ano -, a pontuação da bolsa de valores batendo recordes e a estabilidade política dão ao empresariado um nível maior de confiança.
No Rio Grande do Sul, as federações empresariais apresentaram projeções otimistas. A Federasul fala em crescimento de 2,7% para o País. E a Fiergs divulgou pesquisa apontando que 78,2% das indústrias gaúchas planejam investir no próximo ano.
Entre os consumidores, o otimismo não tem os mesmos níveis, especialmente pela taxa de desemprego, o que causa desconfiança. Mas um fator importante, que poderá reverter esse quadro em 2020, é a retomada da indústria da construção civil, grande geradora de postos de trabalho.
Após uma sequência de 20 trimestres consecutivos de baixa, o setor da construção civil teve a primeira alta em seu PIB neste ano. O reaquecimento do mercado imobiliário pode, sem dúvidas, ajudar a melhorar os números do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul e no Brasil.
No Estado, outras variáveis importantes são os grandes investimentos em gestação, especialmente no setor de infraestrutura, com concessões e parcerias público-privadas.
O Rio Grande do Sul termina 2019 com uma carteira de cerca de R$ 65 bilhões em investimentos a serem inaugurados, em andamento ou já anunciados, dado levantado pelo Anuário de Investimentos do Rio Grande do Sul, do JC.
É claro que a imprevisibilidade está sempre presente. Mas, se não tivermos nenhum contratempo maior em 2020, pode-se dizer que teremos um ano positivo se o crescimento da economia alcançar 2%. Não é um número que entusiasme, mas, no contexto atual, significa duplicar a alta do PIB do País, que cresce 1% ao ano.
Nas próximas páginas, representantes do poder público, dirigentes de entidades de classe, especialistas e empresários analisam o atual cenário e manifestam suas expectativas. Espera-se que o clima de otimismo seja refletido na prática no próximo ano.
Feliz 2020!
Editor-chefe do Jornal do Comércio
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