Igor Natusch
Foram abertos nesta terça-feira (24), na Secretaria Municipal da Fazenda, os envelopes com as propostas para a concessão de uso parcial do Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre. A empresa 6 Pro Eventos Empresariais, ligada à Opinião Produtora, apresentou o valor mais alto de outorga, de R$ 6,18 milhões, e deverá assumir a administração do auditório e do Teatro de Câmara Túlio Piva, pelo período de dez anos. A autora da segunda melhor proposta foi a Urbanes Empreendimentos, com o valor de R$ 5,12 milhões.
A futura concessionária poderá explorar comercialmente os espaços, sendo vedada a realização de eventos político-partidários, sindicais e religiosos. Para isso, a 6 Pro deve assumir investimentos de R$ 6,7 milhões em obras nas duas estruturas, sendo R$ 4,4 milhões para reformas no Túlio Piva. Do valor da outorga, 20% devem ser pagos até o quinto dia após a assinatura do contrato, com o restante dividido pelo prazo de 120 meses. Pelo edital, a prefeitura retém a prerrogativa de agendar espetáculos nos dois espaços, em um número pré-estabelecido de datas no ano.
O secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, disse estar satisfeito com o resultado do certame. Em sua visão, o ágio de quase 50% entre o valor mínimo (de R$ 4,17 milhões) e a melhor proposta recebida é uma demonstração de confiança dos empresários na capacidade de fazer parcerias sólidas e mutuamente vantajosas com a prefeitura.
"O potencial de lucro é importante, nenhuma empresa vai querer fazer trabalho voluntário (para a prefeitura). Mas conseguimos fazer um 'filé com osso', oferecendo uma parceria interessante para o investidor e, ao mesmo tempo, inserindo algo que talvez não seja tão rentável, mas que resulte em benefícios importantes para a população", diz Ribeiro.
Agora, a segunda colocada tem cinco dias para contestar o resultado. Em teoria, a homologação do contrato pode acontecer ainda em outubro - mas, como a apresentação de recursos é uma estratégia frequente da perdedora em editais do tipo, é mais provável que a assinatura fique para a segunda metade de novembro.
O Araújo Vianna vem sendo administrado pela Secretaria Municipal da Cultura desde junho deste ano, após o encerramento do contrato anterior com a Opus Produções. A empresa, que administrou o auditório por mais de uma década, tentou participar da atual disputa, mas foi eliminada pela prefeitura, com a alegação de não ter atendido requisitos financeiros e contábeis previstos no edital.