O socialista Pedro Sanchez tomou posse no sábado como primeiro-ministro da Espanha, um dia após a destituição de Mariano Rajoy, em meio a um escândalo de corrupção envolvendo o líder do Partido Popular.
O conservador esteve presente na cerimônia realizada no palácio real de Zarzuela e apertou a mão de Sanchez, após o novo líder fazer o juramento perante o rei Felipe VI. Ambos posaram para fotos com o monarca e representantes da Câmara dos Deputados e do Senado.
Rajoy foi deposto após Sanchez, secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), apresentar uma moção de censura contra seu governo. O Parlamento votou a favor da medida (180 a 169) para substituir o líder conservador por Sanchez. Apenas um parlamentar se absteve.
Em seu discurso, o socialista jurou combater a corrupção e ajudar os espanhóis afetados por anos de cortes nos gastos públicos sob o governo Rajoy. O novo líder também prometeu convocar eleições em breve, mas não estabeleceu uma data. Ele possui minoria no Congresso e precisará do apoio do Podemos, partido da extrema esquerda, e de um grupo heterogêneo de partidos regionais e separatistas catalães para conseguir realizar qualquer coisa em seu governo.
O premiê prometeu também abrir negociações com lideranças do Nordeste da Catalunha, região que está prestes a recuperar seu amplo grau de autonomia em relação a Madri após Quim Torra assumir a presidência do governo regional, também no sábado. A formação de um governo catalão deve automaticamente pôr um fim ao controle extraordinário da região anunciado pelo governo central espanhol após uma declaração fracassada de independência pela Catalunha, em outubro.
Com 46 anos, Sanchez é o sétimo primeiro-ministro da Espanha desde o retorno da democracia, após a morte do ditador Francisco Franco, em 1975. A Espanha é a quarta economia da zona do euro e um influente membro da União Europeia. Sanchez e seu partido são fortes defensores do bloco e da zona do euro.