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Porto Alegre, segunda-feira, 05 de dezembro de 2016. Atualizado �s 20h37.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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MERCADO livreiro

Not�cia da edi��o impressa de 05/12/2016. Alterada em 05/12 �s 21h41min

Ap�s 8 anos de atividade, livraria Sapere Aude! fecha as portas em Porto Alegre

Sapere Aude! fechou as portas no bairro Cidade Baixa

Sapere Aude! fechou as portas no bairro Cidade Baixa


PEDRO BRAGA/JC
Ricardo Gruner
Após oito anos de atividade, a Sapere Aude! Livros, uma das livrarias de calçada que resistiam em Porto Alegre, está com as portas fechadas. Desde a semana passada, o empreendimento funciona apenas online ou aceita encomendas por telefone - uma forma de atendimento que os idealizadores do projeto já realizam desde o começo da iniciativa e que não tem previsão de encerramento. A razão para a alteração está na situação econômica do País, a qual já vinha repercutindo nas vendas da loja física há dois anos. "Foi uma decisão estratégica", resume Carlos Cartell, um dos proprietários.
De acordo com o livreiro, a queda nos resultados foi bem maior na loja do que no online - que segue bem. A decisão de interromper o negócio já vinha sendo pensada desde o começo do ano. "Quando a crise vai agravando, a primeira coisa que as pessoas cortam é a cultura", lamenta ele, que começou a Sapere Aude com uma ideia de aposentadoria, ao lado da esposa e de uma das filhas.
Atualmente o acervo conta com cerca de 30 mil livros cadastrados - no total, o número fica entre 90 mil e 95 mil, já que muitos exemplares ainda não foram computados no sistema. O material continua sendo comercializado normalmente através do site da livraria, por telefone ou em plataformas como Livronauta, Mercado Livre e Estante Virtual. "Temos um diferencial que é atender encomendas e procura de livros fora de catálogo, auxiliar o pessoal da área acadêmica na busca de uma bibliografia um pouco mais complicada", explica Cartell, apontando: "Fazemos esse tipo de trabalho com gente que não vem na livraria há muito tempo e que não vê necessidade disso". Entre novos e usados, o foco do acervo é dedicado a humanidades e literatura.
Se o movimento não era o suficiente para viabilizar a loja na rua Lopo Gonçalves, Porto Alegre também perde um espaço para atividades culturais. O local recebeu 43 edições ininterruptas do Clube de Leitores, projeto com curadoria do escritor editor e professor Robertson Frizero que tem o objetivo de reunir amantes da literatura para conversar sobre um livro específico. Já as datas reservadas para oficinas literárias até o fim do ano serão cumpridas. Até lá, os proprietários vão se dedicar ao inventário.
Cartell não vê forte relação das mudanças na Sapere Aude! Livros com a disseminação das grandes livrarias de shoppings - até por trabalhar com livros usados, modelo em que não atuam redes como Saraiva e Cultura. "E não tem como fazer comparação. As livrarias de bairro vivem em outra esfera", afirma ele, ressaltando a concorrência de mercado como um fator determinante para estabelecer o valor de uma publicação que já passou por outras mãos antes. "Livros espíritas, pela quantidade, costumam ser baratos. Mas um Graciliano Ramos, Vidas secas, primeira edição, é bem caro pela raridade de se conseguir".
Para o futuro, os proprietários continuarão alimentando o acervo. O que vai mudar em termos pessoais é o afastamento da relação com o público no balcão. "Já estamos nos acostumando com essa ideia desde o início de 2015. Sentimos a virada do ano.", encerra Cartell.

�ltimos meses

Localizada na Vasco da Gama, a Palavraria é outra livraria de bairro que Porto Alegre deve perder em breve. Os três sócios do empreendimento estão colocando o espaço à venda, após 13 anos de atividades. "O projeto chegou ao fim, por questões econômicas e físicas", afirma Carlos Luiz da Silva, um dos responsáveis pela loja, referindo-se também ao fato de trabalhar de segundas a sábados no local.
Conforme ele, o ano de 2016 foi categórico para a decisão. Nos últimos meses, a Palavraria enfrenta a diminuição de vendas e de movimento - números em relação a 2015, quando já houve um decréscimo nos resultados. A sociedade formada também por Carla Osório e Luiz Heron da Silva colocou um prazo até janeiro ou fevereiro de 2017 para resolver a situação - se um possível comprador decidir manter o espaço, melhor. Até lá, o funcionamento segue normalmente.
Além da comercialização de livros, a Palavraria tem recebido oficinas literárias, sessões de autógrafo e debates culturais ao longo de sua trajetória. Caso feche, representará uma grande perda para a cultura da cidade. 
 
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