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Porto Alegre, quarta-feira, 09 de novembro de 2016. Atualizado �s 21h44.

Jornal do Com�rcio

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Not�cia da edi��o impressa de 10/11/2016. Alterada em 09/11 �s 18h41min

Ant�nio Zambujo apresenta em Porto Alegre show com temas de Chico Buarque

Portugu�s Ant�nio Zambujo apresenta na Capital disco com temas de Chico Buarque

Portugu�s Ant�nio Zambujo apresenta na Capital disco com temas de Chico Buarque


Tiago Ca��o/DIVULGA��O/JC
Caroline da Silva
Na cinebiografia Elis (de Hugo Prata, logo entra em cartaz nas salas de Porto Alegre), na cena em que a cantora é convocada a comparecer na delegacia para prestar esclarecimentos, o policial indaga se a intérprete enviou para a censura uma letra de Chico Buarque entre as canções que iria gravar no seu próximo disco. Após a confirmação de Elis Regina, o militar responde: "Olha o que a gente faz aqui com Chico Buarque!", riscando com caneta a folha datilografada com um grande X, para depois rasgá-la.
O talento e papel contestador do compositor brasileiro atravessou fronteiras e ganhou o mundo, ainda mais após o exílio do músico. A faceta descrita acima e outras da grande obra produzida por ele ao decorrer das décadas podem ser contempladas agora sob a apropriação de um cantor português. O mais recente trabalho de António Zambujo, o álbum Até pensei que fosse minha - com repertório todo de Chico Buarque - traz o alentejano de volta à capital dos gaúchos nesta noite. Daqui, ele nutre as melhores recordações: "Tenho sido muito bem recebido no Brasil, em todas apresentações que faço vejo que há um interesse pelo meu trabalho, o que muito me deixa feliz".
O espetáculo no palco do Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), a partir das 21h, está entre os mais de 100 concertos do músico agendados em vários países até o final de 2016. Os ingressos custam entre R$ 80,00 e R$ 150,00 - à venda pelo site www.ingressorapido.com.br, Call Center 4003-1212 (a partir das 9h) e bilheteria do local (a partir das 10h).
Lançado no Brasil pela dobradinha MPB Discos/Som Livre. Até pensei que fosse minha é o oitavo da discografia do português e conta com as participações do próprio Chico, Roberta Sá, Marcello Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim (Trio Madeira Brasil), além da sanfona de Marcelo Caldi. Em diversas vindas ao Brasil nos últimos anos, Zambujo já havia gravado em projetos de artistas como Roberta Sá e Rodrigo Maranhão, mas este é o seu primeiro álbum inteiramente luso-brasileiro, gravado lá e cá, com músicos dos dois países.
O brasileiro homenageado registrou um dueto em Joana Francesa, e com Roberta Sá em Sem fantasia. Carminho, amiga e cantora da mesma geração que renovou a canção portuguesa, divide os vocais em O meu amor. A capa do álbum ainda reproduz uma obra da artista plástica Adriana Varejão.
António Zambujo conta que foi através de João Gilberto que descobriu a música brasileira: "Chico apareceu na mesma altura. Fascino-me por tudo e por mais alguma coisa em sua obra musical e literária. Pelas letras, pelas músicas, e admiro uma coisa que não é tão evidente no Chico - ele é um cantor inacreditável e acho que as pessoas não têm essa noção". Segundo o alentejano, foram Chico e Tom Waits os primeiros artistas de quem procurou a discografia completa.
A cantora Roberta Sá ele já havia conhecido pessoalmente em Portugal, antes ainda de fazer o seu primeiro show no Rio de Janeiro. "Além de ser uma cantora maravilhosa, Roberta é uma das responsáveis por esta minha aproximação com o Brasil. Já havia gravado em projetos dela."
O espetáculo é basicamente para mostrar as canções do disco, conforme o intérprete, contando com a participação de músicos que tocaram no projeto, como Marcello Gonçalves (violonista do Trio Madeira Brasil e diretor musical do projeto), Anat Cohen, Ricardo Cruz e Bernardo Couto - os dois últimos portugueses de sua banda.
"Todas as canções de Chico contam histórias, mas escolhemos as músicas pelas músicas. Chico é o mais importante autor da história da música cantada na língua portuguesa e a vontade que dá é de cantar tudo, gravar tudo. Partimos de 100 canções e o critério foi primeiramente pessoal, claro, e também pensando nas músicas que poderiam ter a ver comigo e que eu poderia gostar de cantar", explica.
Para Zambujo, Até pensei que fosse minha é uma visão muito pessoal da obra de Chico Buarque: "De outra forma, não faria sentido gravar algo só para recantar. Tentamos personalizá-lo ao máximo. A meu ver, o disco é mais uma visão da obra de um dos maiores compositores da história da música".
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