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Saúde

- Publicada em 09 de Novembro de 2016 às 22:31

Primeiro dia de greve em hospitais teve pouco impacto nos atendimentos

Hospital de Clínicas teve piquete, mas não remarcou consultas

Hospital de Clínicas teve piquete, mas não remarcou consultas


FREDY VIEIRA/JC
Apesar da unificação da mobilização, o primeiro dos dois dias de greve nos hospitais foi de baixa adesão dos trabalhadores. Nos principais estabelecimentos de Porto Alegre, como os hospitais Mãe de Deus, Moinhos de Vento, Clínicas e São Lucas, os atendimentos ocorreram normalmente. A exceção foi o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que desmarcou todas as consultas agendadas tanto para ontem, quanto para hoje.
Apesar da unificação da mobilização, o primeiro dos dois dias de greve nos hospitais foi de baixa adesão dos trabalhadores. Nos principais estabelecimentos de Porto Alegre, como os hospitais Mãe de Deus, Moinhos de Vento, Clínicas e São Lucas, os atendimentos ocorreram normalmente. A exceção foi o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que desmarcou todas as consultas agendadas tanto para ontem, quanto para hoje.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) calcula que os estabelecimentos paralisados somam 60% dos leitos totais de internação e 66% das vagas do Sistema Único de Saúde (SUS) da Capital. Na Região Metropolitana, a fatia é de 40%. No total, 12 hospitais aderiram à paralisação: o GHC (Cristo Redentor, Fêmina, Conceição/Criança Conceição) e UPA Zona Norte), Clínicas, Moinhos de Vento, Mãe de Deus, São Lucas, Ernesto Dornelles, Parque Belém, Porto Alegre e Vila Nova.
Segundo o GHC, os atendimentos de urgência e emergência funcionaram como usual. Nos ambulatórios dos hospitais Cristo Redentor e Conceição, as consultas programadas foram reagendadas previamente para depois dos dois dias de paralisação. Os pacientes com os quais o estabelecimento não conseguiu contato foram informados na porta sobre o adiamento. As cirurgias de urgência também estavam sendo feitas, assim como as de proctologia, mastologia, urologia, gerais, vasculares e cardíacas. Os piquetes foram realizados o dia inteiro em frente às instituições de saúde. Os trabalhadores se revezavam para participar das manifestações e realizar os atendimentos.
O mesmo aconteceu com Ronaldo Ferreira da Silva, de 72 anos. "Vim fazer uma consulta e foi tranquilo. Demorou uma hora e meia mais ou menos, o que está dentro do normal", relata. O aposentado e sua esposa, Vaida Maria Silva, de 67 anos, souberam da paralisação através de anúncio na televisão, mas resolveram ir à consulta mesmo assim. "Sempre que há alguma alteração, eles ligam para nos avisar em reagendar. Como isso não aconteceu, viemos", explica Vaida. O único transtorno sentido pelo casal foi que, devido à movimentação gerada pelo piquete, a trajeto para acessar o Clínicas foi maior, uma vez que Ronaldo usa cadeira de rodas e só consegue entrar no prédio por acessos específicos.
A emergência do HCPA está funcionando com atendimento restrito, o que não tem a ver com a greve. A restrição se deve à limpeza do ar condicionado central, desde o dia 2 de novembro. Somente casos encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e situações com risco de morte estão sendo acolhidas. De 12 a 24 de novembro, o serviço ficará totalmente fechado.
 

Assembleia amanhã avaliará paralisação por tempo indefinido

Conforme o vice-presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (SindiSaúde-RS), Júlio Appel, a greve se dá em virtude da falta de avanços na negociação junto ao Sindicato de Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa). "Na terça-feira, fizemos uma audiência de conciliação e, seis horas de reunião depois, a única proposta era a anterior, de 4,95% de reajuste, o que repõe apenas metade da inflação deste ano. No último momento, eles nos ofereceram 6%. É muito abaixo ainda, então não aceitamos", relata. A categoria reivindica 15% de aumento. Amanhã, às 7h, os trabalhadores de hospitais têm nova assembleia geral, na qual definirão se manterão a greve por tempo indeterminado ou não.
O SindiSaúde-RS aponta adesão de 600 trabalhadores do GHC, a maioria do bloco cirúrgico, e de 700 profissionais do Clínicas, representando 50% dos serviços. No Cristo Redentor, foi feito um revezamento, sempre com cerca de 30 pessoas participando dos piquetes. A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Zona Norte, de acordo com o sindicato, aderiu totalmente à paralisação, não realizando nenhum atendimento que não fosse de emergência.
Appel revela que a própria categoria decidiu manter o atendimento acima do previsto em lei, de pelo menos 30%. "Onde tem dez funcionários, quatro cruzam os braços e seis ficam trabalhando, e depois eles trocam. Será assim enquanto a administração dos hospitais não radicalizar nas cobranças. Se houver corte de ponto, a adesão será de 70%", garante.