A programação da 6ª edição do Festival de Cinema Polonês chega à Capital gaúcha nesta semana. O evento começa na quinta-feira e ocorre até o dia 3 de agosto, com sessões no Cine Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028). A mostra reúne seis longas-metragens de ficção e seis curtas, todos realizados por novos talentos do país e produzidos entre os anos de 2012 e 2015. Os títulos podem ser assistidos em sessões às 15h, 17h e 19h,
Conforme Ewa Zukrowska, curadora-assistente e produtora do evento no Brasil, o objetivo da atividade é destacar nomes interessantes, que desenvolveram obras impactantes ou que foram premiadas, a fim de ampliar o leque de diretores do país conhecidos. Figuras como Andrzej Wajda, Krzysztof Kieslowski, Jerzy Skolimowski ou Roman Polanski, já reconhecidas por suas trajetórias, estão fora da lista.
A moça do armário, por exemplo, é o longa-metragem de estreia do diretor Bodo Kox e lhe rendeu um prêmio do júri no festival de cinema independente de Roma, além de láureas e indicações em sua terra natal. A narrativa acompanha três vizinhos solitários. Enquanto Jacek busca contatos pela internet, seu irmão Tomek tem uma disfunção cerebral. Magda, por sua vez, vive reclusa em seu apartamento e uma vez tentou o suicídio. A história do trio começa a mudar quando o primeiro viaja e a última fica incumbida de cuidar de Tomek.
A lista de longas também inclui o début de Michal Otlowski, Jeziorak, com a elogiada atriz Jowita Budnik. A intérprete faz o papel de uma policial que atua em um pequeno vilarejo. Grávida e em meio à investigação sobre a morte de uma jovem, a personagem se vê envolvida também na busca de dois oficiais desaparecidos em serviço - entre eles seu próprio companheiro e pai dos gêmeos que estão para nascer.
Já Deuses, de Lukasz Palkowski, tem sessão comentada. Pesquisador na área de cultura polonesa e diretor da Casamundi Cultura, Tiago Halewicz fala sobre o filme na exibição de quinta-feira. Biográfico, o drama concorreu às principais categorias do Polish Film Awards de 2015 e rendeu o prêmio de melhor ator a Tomasz Kot. Ele faz o papel do cardiologista Religa, que em 1985 realizou o primeiro transplante de coração na Polônia após vencer uma série de complicações.
Completam a seleção A promessa, em que a cineasta Anna Kazejak destaca a vingança de uma garota traída pelo namorado, e Prédios flutuantes, de Tomasz Wasilewski. O segundo título aborda a história de um atleta que descobre sua homossexualidade - o filme revela um realizador em alta: Wasilewski recebeu um Urso de Prata de melhor roteirista em Berlim neste ano, com o filme United States of love. Quem fecha a programação é Varsóvia 44, de Jan Komasa.
O último é o único título que envolve a guerra: o filme acompanha Stefan, que batalha para sustentar a família em plena Varsóvia ocupada. Quando começa um levante contra os alemães, o protagonista decide juntar-se ao combate.
Já os curtas-metragens foram divididos em dois recortes e têm curadoria da Fundação de Cinema em Cracóvia - dedicado a curtas e animação. Entre os títulos, estão Nossa maldição, indicado ao Oscar de melhor documentário em curta-metragem, e O objeto, vencedor da menção especial no Festival de Sundance em 2015.