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Bruna Suptitz

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Publicada em 11 de Agosto de 2025 às 00:25

Polarização marca audiência pública sobre novo Plano Diretor de Porto Alegre

Evento para debater planejamento de Porto Alegre mobilizou público

Evento para debater planejamento de Porto Alegre mobilizou público

/TÂNIA MEINERZ/JC
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Durou quase 10 horas – com uma de intervalo para almoço – a audiência pública do Plano Diretor de Porto Alegre, realizada no sábado, dia 9 de agosto, no auditório Araújo Vianna. Os aplausos que prevaleceram sobre as vaias na parte da manhã, quando o prefeito Sebastião Melo (MDB) abriu oficialmente a audiência, foram substituídos por manifestações acaloradas no início da tarde.
Durou quase 10 horas – com uma de intervalo para almoço – a audiência pública do Plano Diretor de Porto Alegre, realizada no sábado, dia 9 de agosto, no auditório Araújo Vianna. Os aplausos que prevaleceram sobre as vaias na parte da manhã, quando o prefeito Sebastião Melo (MDB) abriu oficialmente a audiência, foram substituídos por manifestações acaloradas no início da tarde.
Gritos e bate-boca em muitos momentos abafaram o som das falas dos participantes. Durante muitas manifestações, prevaleceu o barulho das vaias e de contagem regressiva do tempo restante dos dois minutos que cada participante dispunha para expor seu ponto de vista. Militantes de esquerda já conhecidos e vereadores de oposição ao governo foram os principais alvos. Do outro lado, integrantes de movimentos sociais e grupos contrários às propostas da prefeitura gritavam “retira”, em alusão a não levar os projetos de lei ao Legislativo.
A tensão, no entanto, foi arrefecendo mais para o fim da tarde, conforme parte dos presentes deixava o local. Das 3.131 pessoas que preencheram formulário online para participar da audiência, 1.512 se credenciaram na manhã de sábado para ingressar no auditório Araújo Vianna. Mais pessoas estiveram presentes, como autoridades e seus assessores, mas nem todos foram contabilizados. À tarde, menos da metade da capacidade do auditório estava ocupada. Ao final da audiência, que seguiu até quase oito horas da noite, menos de 100 pessoas permaneciam no local.
Ameaçada de não acontecer menos de um dia antes, a disputa judicial não desmobilizou o público, que teve a participação de movimentos que apoiam as medidas do governo, como o Porto Alegre+, e grupos contrários à proposta, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), atingidos por barragens e em defesa de florestas urbanas da Capital. Tanto os favoráveis à proposta da prefeitura quanto aqueles contrários estavam munidos de faixas. A contrariedade mais evidente tratava das alturas propostas para novos prédios e questionamentos a pontos específicos dos projetos de lei - e até a todo o processo.
Algumas das perguntas foram respondidas pelos representantes da prefeitura entre os blocos de fala do público e todos os questionamentos feitos – presencialmente ou pelo formulário online - serão respondidos até o fim do mês em um novo relatório. Conforme Germano Bremm, secretário de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, alguns pontos poderão ser contemplados na redação final dos projetos de lei do Plano Diretor Urbano Sustentável e da Lei de Uso e Ocupação do Solo. A expectativa do governo é finalizar a redação ainda em agosto e logo enviá-los para a Câmara Municipal.

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