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Publicada em 05 de Julho de 2025 às 15:15

Alcolumbre escapa de ataques, enquanto Motta é alvo na crise do IOF

Motta acabou defendido pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT)

Motta acabou defendido pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT)

Câmara dos Deputados/DIvulgação/JC
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Agências
A crise com o governo em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) expôs estratégias diferentes dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Enquanto o primeiro tomou a dianteira na derrubada do decreto do presidente Lula (PT), e se tornou alvo de ataques da esquerda, o senador optou por postura mais discreta, nos bastidores, e passou quase incólume.
A crise com o governo em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) expôs estratégias diferentes dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Enquanto o primeiro tomou a dianteira na derrubada do decreto do presidente Lula (PT), e se tornou alvo de ataques da esquerda, o senador optou por postura mais discreta, nos bastidores, e passou quase incólume.
A pressão maior nas redes sociais sobre o presidente da Câmara fez com que ele se queixasse ao Palácio do Planalto. Motta acabou defendido publicamente pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e pelo líder de Lula na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), contra os "ataques pessoais".
Aliados de Motta disseram à reportagem que o deputado ficou muito exposto nessa situação. Além de ter partido dele a decisão de pautar o projeto para sustar o aumento do IOF, o que pegou o governo e até a oposição de surpresa, o parlamentar gravou um vídeo específico para as redes sociais para defender sua posição.
Motta e Alcolumbre foram procurados via assessoria de imprensa e não responderam. Dois interlocutores de Motta classificam até mesmo como um erro essa conduta e dizem que ele precisa compartilhar essa responsabilidade também com o Senado. Outros deputados se queixaram que a postura do presidente da Câmara fez com que os ataques fossem direcionados quase que exclusivamente à Casa e poupassem os senadores.
Essa percepção dos deputados é traduzida no volume de comentários nas redes sociais. De acordo com a consultoria Bites, o deputado foi citado em 1,08 milhão de posts desde 17 de junho, um dia após a Câmara aprovar regime de urgência para o projeto que sustou o aumento do IOF. No mesmo período, Alcolumbre foi mencionado em 212 mil publicações.
As menções ao presidente da Câmara, em apenas 15 dias, representaram quase 30% de tudo o que foi falado sobre ele em todo o ano de 2025. E se intensificaram nesta semana, após um ataque coordenado da esquerda para levar à internet o discurso de que Lula estaria atuando em favor dos mais pobres, enquanto o Congresso defenderia os ricos.
Somente na quarta-feira (2), Motta foi citado em 169,6 mil postagens no X (ex-Twitter), em contas relevantes de Instagram, páginas abertas de Facebook, Reddit, fóruns, blogs e sites de notícias. Foram outras 205,5 mil menções na quinta, ainda segundo a Bites. O presidente da Câmara nunca tinha sido objeto de tanta atenção até então.
Antes, ele só tinha passado de 100 mil menções mas redes em um mesmo dia em 20 de março (115,9 mil), quando era alvo do campo oposto, cobrado pela oposição bolsonarista para pautar o projeto de lei que anistia os condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Essa pressão continuou em abril, mas sem ultrapassar a marca de 100 mil comentários.
Alcolumbre, por outro lado, gerou mais atenção em outros momentos do ano, como quando foi alvo de bolsonaristas por suposto favorecimento a um assessor em repasses de emendas. O presidente do Senado também optou por fechar seu Instagram para comentários, após o volume de críticas crescer. Motta manteve seu perfil aberto e viu o número de comentários superar em três vezes o de curtidas.

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