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Publicada em 13 de Novembro de 2023 às 18:58

Prefeitos da Região Metropolitana pedem ajuda para conter crise da saúde

Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre se reuniu com deputados gaúchos

Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre se reuniu com deputados gaúchos

Granpal/Divulgação/JC
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Diego Nuñez
A Associação dos Municípios da Região Metropolitana da Grande Porto Alegre (Granpal) se reuniu com a bancada gaúcha do Congresso Nacional e com deputados estaduais do Rio Grande do Sul para debater os temas críticos às cidades da região. No centro do debate, a saúde. Mesmo que outros temas tenham sido tratados, como pontos da reforma tributária e recursos para rodovias federais que perpassam a região, como a BR-290 e a BR-116, o foco das conversas foi no programa Assistir, do governo Eduardo Leite (PSDB). Lançado em agosto de 2021, o programa Assistir tem sido alvo de divergências desde então. Na manhã desta segunda-feira (13), os prefeitos da Grande Porto Alegre expuseram aos deputados a situação dos hospitais, que convivem com drástica redução nos repasses de recursos do governo do Estado após a implantação do programa.“Não aceitamos que sejam feitos novos cortes, que geraram um colapso na região como um todo”, afirmou o prefeito de Esteio e presidente da associação, Leonardo Pascoal (PL*). Com a continuidade do programa no formato atual, os hospitais da região devem perder, em média, 74% de sua receita anual. De acordo com a entidade, as unidades que mais perderiam recursos seriam os dois hospitais municipais de Canoas: o Hospital Universitário (- R$ 43,8 milhões) e o HPS (- R$ 42,9 milhões), o Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul (- R$ 40,6 milhões), o Caridade, de Viamão (- R$ 28,2 milhões), e o HPS de Porto Alegre (- R$ 25,1 milhões).Quatro mil vidas podem ser perdidos com a continuidade dos cortes estipulados pelo programa, estima a Granpal. Os cortes devem resultar em 1,4 milhão de exames, 730 mil tratamentos clínicos e 90 mil cirurgias a menos por ano. Ainda há alerta sobre possíveis fechamentos de serviços como SRTN (teste do pezinho); CRAI (Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juvenil); emergências pediátricas, obstétricas e ginecológicas; maternidades e ambulatórios de gestação de alto risco; emergências 24h (Neurocirurgia, Bucomaxilofacial, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Traumatologia); e UTI de Queimados.Enquanto enfrentam diminuição de repasses, os hospitais observam aumento nas filas. A demanda para consultas de cardiologia subiu 392% de 2022 para 2023. Na ortopedia, o aumento foi de 63%.A Granpal pede a suspensão imediata no corte de recursos aos hospitais a fim de evitar o fechamento de serviços. Também sugere a reavaliação da matriz de referência para a definição dos repasses dos recursos no programa Assitir. Também busca a revisão geral do financiamento das portas de emergência e das linhas de cuidado.Enquanto o Rio Grande do Sul não cumpre os mínimos constitucionais para a saúde, os prefeitos argumentam que a responsabilidade recai sobre os municípios. “Quem está respondendo a essas perdas são os municípios, com investimento percentual muito acima do previsto na Saúde”, relata Pascoal. Os 20 municípios da Região Metropolitana tem aportado, em média, 20,41% de sua receita corrente líquida na saúde, enquanto o percentual do Estado está na casa dos 12,19%.
A Associação dos Municípios da Região Metropolitana da Grande Porto Alegre (Granpal) se reuniu com a bancada gaúcha do Congresso Nacional e com deputados estaduais do Rio Grande do Sul para debater os temas críticos às cidades da região.

No centro do debate, a saúde. Mesmo que outros temas tenham sido tratados, como pontos da reforma tributária e recursos para rodovias federais que perpassam a região, como a BR-290 e a BR-116, o foco das conversas foi no programa Assistir, do governo Eduardo Leite (PSDB).

Lançado em agosto de 2021, o programa Assistir tem sido alvo de divergências desde então. Na manhã desta segunda-feira (13), os prefeitos da Grande Porto Alegre expuseram aos deputados a situação dos hospitais, que convivem com drástica redução nos repasses de recursos do governo do Estado após a implantação do programa.

“Não aceitamos que sejam feitos novos cortes, que geraram um colapso na região como um todo”, afirmou o prefeito de Esteio e presidente da associação, Leonardo Pascoal (PL*).

Com a continuidade do programa no formato atual, os hospitais da região devem perder, em média, 74% de sua receita anual. De acordo com a entidade, as unidades que mais perderiam recursos seriam os dois hospitais municipais de Canoas: o Hospital Universitário (- R$ 43,8 milhões) e o HPS (- R$ 42,9 milhões), o Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul (- R$ 40,6 milhões), o Caridade, de Viamão (- R$ 28,2 milhões), e o HPS de Porto Alegre (- R$ 25,1 milhões).

Quatro mil vidas podem ser perdidos com a continuidade dos cortes estipulados pelo programa, estima a Granpal. Os cortes devem resultar em 1,4 milhão de exames, 730 mil tratamentos clínicos e 90 mil cirurgias a menos por ano.

Ainda há alerta sobre possíveis fechamentos de serviços como SRTN (teste do pezinho); CRAI (Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juvenil); emergências pediátricas, obstétricas e ginecológicas; maternidades e ambulatórios de gestação de alto risco; emergências 24h (Neurocirurgia, Bucomaxilofacial, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Traumatologia); e UTI de Queimados.

Enquanto enfrentam diminuição de repasses, os hospitais observam aumento nas filas. A demanda para consultas de cardiologia subiu 392% de 2022 para 2023. Na ortopedia, o aumento foi de 63%.

A Granpal pede a suspensão imediata no corte de recursos aos hospitais a fim de evitar o fechamento de serviços. Também sugere a reavaliação da matriz de referência para a definição dos repasses dos recursos no programa Assitir. Também busca a revisão geral do financiamento das portas de emergência e das linhas de cuidado.

Enquanto o Rio Grande do Sul não cumpre os mínimos constitucionais para a saúde, os prefeitos argumentam que a responsabilidade recai sobre os municípios. “Quem está respondendo a essas perdas são os municípios, com investimento percentual muito acima do previsto na Saúde”, relata Pascoal. Os 20 municípios da Região Metropolitana tem aportado, em média, 20,41% de sua receita corrente líquida na saúde, enquanto o percentual do Estado está na casa dos 12,19%.
*Leonardo Pascoal, eleito prefeito duas vezes pelo PP, deixou o partido rumo ao PL. Sua filiação ocorrerá na sexta-feira (17), em ato com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro

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