Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Contas Públicas

- Publicada em 02 de Outubro de 2023 às 17:56

Com venda da Corsan e queda de ICMS, RS tem R$ 6,3 bilhões de superávit no ano

Relatório do segundo quadrimestre foi apresentado pela secretária da Fazenda, Pricilla Santana

Relatório do segundo quadrimestre foi apresentado pela secretária da Fazenda, Pricilla Santana


Mauro Nascimento/Palácio Piratini/Divulgação/JC
Apesar da queda de arrecadação do ICMS, principal tributo estadual, o Rio Grande do Sul tem tido um 2023 azul, valendo-se dos recursos da privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). De janeiro a agosto deste ano, o Estado teve resultado orçamentário positivo de R$ 6,3 bilhões. O resultado financeiro do segundo quadrimestre do ano, apresentado na sede da Secretaria da Fazenda do Estado, aponta saldo positivo de R$ 6,6 bilhões, sem contar operações intraorçamentárias (dupla contagem contábil).Vale destacar a entrada de recursos extraordinários da privatização da Corsan, vendida à Aegea por R$ 4,1 bilhões, em leilão realizado em dezembro de 2022 e contrato assinado em julho deste ano. “É um dos resultados de mais potência dos últimos anos. Com esse dado fica parecendo que a gente está rico. Adoraria, mas não. Esse dado tem forte influência de uma alienação patrimonial. Só a Corsan foi R$ 4 bilhões que ingressou no caixa do Estado em julho. Esse valor está no resultado orçamentário”, afirmou a secretária da Fazenda, Pricilla Santana. O resultado primário também foi positivo, na ordem de R$ 2,8 bilhões. O resultado orçamentário são todas as receitas do Estado em comparação às despesas totais. O resultado primário poderia ser descrito como a capacidade de poupar do Estado, considerando receitas primárias e despesas ordinárias, sem considerar recursos extraordinários como o de privatizações ou pagamento de dívida, juros e amortização. “Essa variável é importante para o Rio Grande do Sul, que é um estado muito endividado. É por aí que eu vejo se sou capaz de ir pagando meus compromissos de dívida, sem entrar no que se chama de ‘dívida explosiva'. Quando o investidor olha para o Estado, olha pra isso. Não tem problema ter dívida, o fundamental é ter capacidade de continuar pagando”, afirmou Pricilla.A Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado, considerando os últimos 12 meses antes do fechamento do segundo quadrimestre do ano, está em R$ 53,1 bilhões, ante R$ 50,6 bilhões no segundo quadrimestre do ano passado, R$ 53,8 bilhões em 2021, R$ 42 bilhões em 2020 e R$ 39,7 bilhões em 2019. O resultado é similar ao do segundo quadrimestre de 2021, desconsiderando-se o ajuste inflacionário. Porém, destaca-se novamente a entrada de recursos extraordinários da venda da Corsan, enquanto a receita da venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee) só ingressaram no terceiro quadrimestre de 2021.“Está abaixo de 2021 em termos nominais, que é o que mais assusta. Não considera a inflação. Isso mostra que a gente precisa dar um dinamismo maior. A agenda de desenvolvimento e crescimento econômico começa a fazer pressão sobre nós. A gente precisa voltar a crescer para voltar a arrecadar”, disse a secretária da Fazenda. Principal tributo estadual, a arrecadação bruta de ICMS caiu 3%, de R$ 29,6% bilhões para R$ 28,7 bilhões. Houve perda bruta de R$ 863 milhões e líquida de R$ 505 milhões em comparação, principalmente pelos impactos da Lei Complementar 194/22, que limitou a cobrança do imposto. “A queda do ICMS é o que mais preocupa e desafia”, definiu Pricilla.Neste quadrimestre, o Rio Grande do Sul foi compensado em R$ 334 milhões pela União por conta do acordo do governo federal com os estados após a perda de arrecadação do ICMS. Do montante, foram transferidos R$ 134 milhões aos municípios (25%) e Fundeb (15%).Nominalmente, houve aumento de R$ 6 bilhões (16%) na receita total efetiva, na comparação entre o segundo quadrimestre de 2023 (R$ 42,9 bilhões) e 2022 (R$ 37 bilhões). O principal fator foi o ingresso de recursos da venda da Corsan (R$ 4 bilhões) e de seus dividendos sem fluxo de caixa (R$ 1,4 bilhão). O Estado também teve aumento de gastos. A despesa com precatórios aumentou de R$ 498 milhões para R$ 1,1 bilhão, como reflexo de melhorias processuais que aceleraram o fluxo de pagamento - despesa que deve aumentar ainda mais após finalizada a contratação de US$ 500 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A despesa com pessoal cresceu 8%, impulsionada pela revisão geral de 6% para o funcionalismo público, pelo reajuste do Piso Nacional do Magistério e alteração de cargos em comissão e funções gratificadas.Assim, o percentual da despesa com pessoal em relação à RCL ultrapassou o limite prudencial de 46,55% da Lei de Responsabilidade Fiscal, atingindo 46,99% e aproximando-se do limite legal (49%). O investimento caiu 50% no quadrimestre. Contudo, a base de comparação é alta visto que em 2022 o Palácio Piratini praticava os investimentos do Programa Avançar, que foi o maior programa de investimentos com recursos livres do Tesouro do Estado que o Executivo já fez.No segundo quadrimestre do ano, foram investidos R$ 588 milhões (1,6% da despesa total), sendo E$ 127 milhões em pavimentação, R$ 55 milhões na construção de rodovias e R$ 42 milhões na aquisição de equipamentos agrícolas.
Apesar da queda de arrecadação do ICMS, principal tributo estadual, o Rio Grande do Sul tem tido um 2023 azul, valendo-se dos recursos da privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). De janeiro a agosto deste ano, o Estado teve resultado orçamentário positivo de R$ 6,3 bilhões.

O resultado financeiro do segundo quadrimestre do ano, apresentado na sede da Secretaria da Fazenda do Estado, aponta saldo positivo de R$ 6,6 bilhões, sem contar operações intraorçamentárias (dupla contagem contábil).

Vale destacar a entrada de recursos extraordinários da privatização da Corsan, vendida à Aegea por R$ 4,1 bilhões, em leilão realizado em dezembro de 2022 e contrato assinado em julho deste ano.

“É um dos resultados de mais potência dos últimos anos. Com esse dado fica parecendo que a gente está rico. Adoraria, mas não. Esse dado tem forte influência de uma alienação patrimonial. Só a Corsan foi R$ 4 bilhões que ingressou no caixa do Estado em julho. Esse valor está no resultado orçamentário”, afirmou a secretária da Fazenda, Pricilla Santana.

O resultado primário também foi positivo, na ordem de R$ 2,8 bilhões. O resultado orçamentário são todas as receitas do Estado em comparação às despesas totais. O resultado primário poderia ser descrito como a capacidade de poupar do Estado, considerando receitas primárias e despesas ordinárias, sem considerar recursos extraordinários como o de privatizações ou pagamento de dívida, juros e amortização.

“Essa variável é importante para o Rio Grande do Sul, que é um estado muito endividado. É por aí que eu vejo se sou capaz de ir pagando meus compromissos de dívida, sem entrar no que se chama de ‘dívida explosiva'. Quando o investidor olha para o Estado, olha pra isso. Não tem problema ter dívida, o fundamental é ter capacidade de continuar pagando”, afirmou Pricilla.

A Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado, considerando os últimos 12 meses antes do fechamento do segundo quadrimestre do ano, está em R$ 53,1 bilhões, ante R$ 50,6 bilhões no segundo quadrimestre do ano passado, R$ 53,8 bilhões em 2021, R$ 42 bilhões em 2020 e R$ 39,7 bilhões em 2019.

O resultado é similar ao do segundo quadrimestre de 2021, desconsiderando-se o ajuste inflacionário. Porém, destaca-se novamente a entrada de recursos extraordinários da venda da Corsan, enquanto a receita da venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee) só ingressaram no terceiro quadrimestre de 2021.

“Está abaixo de 2021 em termos nominais, que é o que mais assusta. Não considera a inflação. Isso mostra que a gente precisa dar um dinamismo maior. A agenda de desenvolvimento e crescimento econômico começa a fazer pressão sobre nós. A gente precisa voltar a crescer para voltar a arrecadar”, disse a secretária da Fazenda.

Principal tributo estadual, a arrecadação bruta de ICMS caiu 3%, de R$ 29,6% bilhões para R$ 28,7 bilhões. Houve perda bruta de R$ 863 milhões e líquida de R$ 505 milhões em comparação, principalmente pelos impactos da Lei Complementar 194/22, que limitou a cobrança do imposto. “A queda do ICMS é o que mais preocupa e desafia”, definiu Pricilla.

Neste quadrimestre, o Rio Grande do Sul foi compensado em R$ 334 milhões pela União por conta do acordo do governo federal com os estados após a perda de arrecadação do ICMS. Do montante, foram transferidos R$ 134 milhões aos municípios (25%) e Fundeb (15%).

Nominalmente, houve aumento de R$ 6 bilhões (16%) na receita total efetiva, na comparação entre o segundo quadrimestre de 2023 (R$ 42,9 bilhões) e 2022 (R$ 37 bilhões). O principal fator foi o ingresso de recursos da venda da Corsan (R$ 4 bilhões) e de seus dividendos sem fluxo de caixa (R$ 1,4 bilhão).

O Estado também teve aumento de gastos. A despesa com precatórios aumentou de R$ 498 milhões para R$ 1,1 bilhão, como reflexo de melhorias processuais que aceleraram o fluxo de pagamento - despesa que deve aumentar ainda mais após finalizada a contratação de US$ 500 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A despesa com pessoal cresceu 8%, impulsionada pela revisão geral de 6% para o funcionalismo público, pelo reajuste do Piso Nacional do Magistério e alteração de cargos em comissão e funções gratificadas.

Assim, o percentual da despesa com pessoal em relação à RCL ultrapassou o limite prudencial de 46,55% da Lei de Responsabilidade Fiscal, atingindo 46,99% e aproximando-se do limite legal (49%).

O investimento caiu 50% no quadrimestre. Contudo, a base de comparação é alta visto que em 2022 o Palácio Piratini praticava os investimentos do Programa Avançar, que foi o maior programa de investimentos com recursos livres do Tesouro do Estado que o Executivo já fez.

No segundo quadrimestre do ano, foram investidos R$ 588 milhões (1,6% da despesa total), sendo E$ 127 milhões em pavimentação, R$ 55 milhões na construção de rodovias e R$ 42 milhões na aquisição de equipamentos agrícolas.