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Publicada em 22 de Setembro de 2024 às 17:35

O que aprendemos com as inundações no RS?

Demétrius Jung Gonzalez, diretor geral da Agesan-RS e presidente da Associação Brasileira de Saneamento (Abrasan)

Demétrius Jung Gonzalez, diretor geral da Agesan-RS e presidente da Associação Brasileira de Saneamento (Abrasan)

Arquivo pessoal/Divulgação/JC
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Demétrius Jung Gonzalez
Demétrius Jung Gonzalez
Que as recentes enchentes no Rio Grande do Sul demonstram a necessidade de uma operação, manutenção e investimentos em sistemas de drenagem, isso é indubitável. No momento em que se observam inúmeros municípios com inundações ribeirinhas, especialmente ocasionadas pelas chuvas intensas que atingiram o Estado, não se pode simplesmente delegar essa catástrofe às mudanças climáticas. O clima pode ter ocasionado o excesso de chuva, mas, como lidamos com essa situação?
A falta de manutenção, de um ente único responsável e a gestão inadequada trouxeram-nos ensinamentos. Lições sobre o que fazer e o que falta fazer, além da necessidade de organização, com medidas de emergência, contingência e, inclusive, evacuação de áreas atingidas. A catástrofe demonstrou, também, que não estamos preparados para lidar com nenhuma situação dessas em nossa infraestrutura, seja em transportes, saneamento e energia elétrica; o que não pode ser uma rotina nas nossas vidas. Precisamos nos focar em encontrar soluções e, parece-nos, que tais maneiras estão centradas em ações de governança pública, especialmente com órgãos preparados para lidar com tal conjuntura.
Não é simplesmente uma catástrofe, mas, sim, equívocos de gestão e de coordenação de políticas públicas, essencialmente, na área de infraestrutura. Há a necessidade de termos entidades focadas em administrar este cenário, prévio e durante a crise. Constatamos que faltou o principal: uma coordenação de ações em âmbito regional. Essa ausência ocasionou iniciativas desfocadas e unitárias; e não soluções abrangentes, especialmente quando nos referimos à Região Metropolitana.
Há, desta maneira, a necessidade de estarmos preparados para as mudanças climáticas. Porém, mais organizados para agir nas situações, mitigando impactos e, em especial, ordenando atividades e planos para toda a população riograndense, sem guerra de poderes. Mas ações coordenadas e organizadas entre todos os municípios, o Estado e o Governo Federal.

Diretor geral da Agesan-RS e presidente da Associação Brasileira de Saneamento (Abrasan)
 

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