As obras de restauro e revitalização do Castelo de Pedras Altas, localizado no município homônimo, foram entregues em solenidade ocorrida na sexta-feira (23). Realizada via Pró-Cultura RS - Lei de Incentivo à Cultura (LIC), a captação de recursos para a primeira etapa do projeto foi autorizada pela secretaria estadual da Cultura (Sedac), com investimento de R$ 1.976 milhão.
A primeira etapa das obras contemplou a impermeabilização e a pavimentação da laje de cobertura do castelo nos locais de maior acesso e no andar superior, a remoção e a execução dos revestimentos internos, além de instalações elétricas e restauro da pintura das janelas metálicas. Já a segunda etapa garantiu a intervenção estrutural no terraço do castelo.
A proposta é que, a longo prazo, seja implantado um ecomuseu, com o objetivo de valorizar o território, a paisagem cultural e a memória local - perspectiva que busca reunir a história social do lugar, ancorada em seus referenciais arquitetônicos e paisagísticos, e contribuir para o desenvolvimento cultural da região
A secretária da Cultura, Beatriz Araujo falou sobre a entrega do restauro "É muito emocionante para quem trabalha com cultura, para quem investe fortemente em cultura, ver essa restauração avançando, isso é fruto de muito esforço, de muita crença e muita fé na cultura ", disse Bia.
O Castelo de Pedras Altas é um bem tombado como patrimônio cultural do Estado do Rio Grande do Sul, além de referencial histórico e arquitetônico gaúcho. A demanda pelo restauro existe há mais de 20 anos. O prédio foi construído a pedido de Joaquim Francisco de Assis Brasil - político, diplomata, produtor rural, intelectual gaúcho, patrono da agricultura do Rio Grande do Sul e que dá nome ao parque onde ocorre a Expointer, em Esteio.
A edificação data de 1913 e é um exemplar único de técnicas pioneiras de sistema construtivo e de infraestrutura de edificação, destacando-se por seu valor paisagístico e seu significativo acervo relacionado à trajetória de Assis Brasil.
Na biblioteca, encontram-se cerca de 15 mil livros, dentre eles exemplares raros de grande valor histórico. Na Revolução de 1923, o local foi palco da assinatura do tratado de paz que deu fim ao conflito entre chimangos e maragatos, documento que entrou para a história como o Pacto de Pedras Altas.