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Publicada em 05 de Novembro de 2025 às 12:38

Pela primeira vez, união estável supera casamentos civis e religiosos no Brasil

Censo indica aumento na porcentagem da população em situação conjugal em relação à última atualização

Censo indica aumento na porcentagem da população em situação conjugal em relação à última atualização

/TÂNIA MEINERZ/JC
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Cássio Fonseca
Cássio Fonseca
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (5), o Censo Demográfico 2022 - Nupcialidade e Família, com um aumento na porcentagem da população em situação conjugal em relação à última atualização, em 2010. À época, 50,1% daqueles com 10 anos ou mais no País tinham uma união conjugal, e agora são 51,3%, equivalente a 90,3 milhões de pessoas. Outro ponto destacado é que, pela primeira vez na história, o número de uniões consensuais — união estável — superou a proporção de casamentos civis e religiosos, com 38,9% ante 37,9%. Os dados também apontam que pela primeira vez menos da metade das famílias são formadas por casais com filhos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (5), o Censo Demográfico 2022 - Nupcialidade e Família, com um aumento na porcentagem da população em situação conjugal em relação à última atualização, em 2010. À época, 50,1% daqueles com 10 anos ou mais no País tinham uma união conjugal, e agora são 51,3%, equivalente a 90,3 milhões de pessoas. Outro ponto destacado é que, pela primeira vez na história, o número de uniões consensuais — união estável — superou a proporção de casamentos civis e religiosos, com 38,9% ante 37,9%. Os dados também apontam que pela primeira vez menos da metade das famílias são formadas por casais com filhos.
Em 2000, o Censo apontou que 56,4% das uniões eram acompanhadas de um primogênito. Em 2022, apenas 42%. Consequentemente, casais sem filhos são os que mais cresceram neste século, de acordo com o comparativo do Instituto, indo de 13,0% em 2000 para 24,1% em 2022. Totalizando 13,9 milhões de pessoas. A região Sul detém a maior quantidade de casais sem filhos, com 28,9%.
Ainda no ritmo crescente, as uniões homoafetivas foram de 58 mil em 2010 para 480 mil em 2022, indo de 0,1% para 0,7% do total. No Censo recém divulgado, 77,6% dos casais homoafetivos viviam em união consensual e 13,5% apenas no civil. Neste recorte, 58,2% são relações entre mulheres e 41,8% entre homens. Dentre as regiões, o Sudeste reserva o maior índice, com 48,1% do total.
Sobre cor e raça, as predominâncias estão bem definidas. Brancos e amarelos registram alta incidência nos casamentos civil e religioso, com 46% e 48,2% de sua população, respectivamente. Por outro lado, a união consensual predomina na população indígena (56,0%), preta (46,1%) e parda (43,8%).
No âmbito religioso, católicos e evangélicos aparecem no casamento civil e religioso com 40% e 40,9% de sua população, enquanto 62% daqueles sem religião optaram pela união consensual. A relação entre união estável e casamento também é clara quando dividida por faixa etária, evidenciando novas tendências. Os mais jovens, até os 39 anos, optam principalmente pela união consensual, enquanto aqueles com mais de 40 anos seguem o caminho tradicional do casamento.
Além disso, um trecho do Censo do IBGE retrata as razões econômicas dessas escolhas: "Observou-se que a união consensual estava relacionada a condições socioeconômicas mais precárias, na medida em que as pessoas nas faixas de menor rendimento domiciliar per capita tiveram maior representação nesse tipo de união".
Para quem recebia até um salário-mínimo e meio, 52,1% das uniões eram consensuais. E as proporções de casamento civil e religioso aumentavam de acordo com o crescimento da renda, "chegando a 54,3% para aqueles cujo rendimento era de mais de 5 salários-mínimos."

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