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Publicada em 09 de Outubro de 2025 às 14:08

Após 69 anos, Esqueletão, no Centro Histórico, está oficialmente demolido

Edifício Galeria XV de Novembro, no Centro da Capital, começou a ser construído em 1956 e foi desocupado em 2021; desmonte custou R$ 4,3 milhões  

Edifício Galeria XV de Novembro, no Centro da Capital, começou a ser construído em 1956 e foi desocupado em 2021; desmonte custou R$ 4,3 milhões 

CÁSSIO FONSECA/ESPECIAL/jc
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Cássio Fonseca
Cássio Fonseca
A demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre, está oficialmente concluída. Nesta quinta-feira (9), a prefeitura realizou a última vistoria no local, que corria sérios riscos de desabamento e teve sua demolição encerrada em setembro. Estiveram no último ato do prédio que começou a ser construído em 1956 e nunca foi concluído, o prefeito, Sebastião Melo, e os secretários municipais de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores, e de Planejamento e Gestão (SMPG), Cezar Schirmer.
A demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre, está oficialmente concluída. Nesta quinta-feira (9), a prefeitura realizou a última vistoria no local, que corria sérios riscos de desabamento e teve sua demolição encerrada em setembro. Estiveram no último ato do prédio que começou a ser construído em 1956 e nunca foi concluído, o prefeito, Sebastião Melo, e os secretários municipais de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores, e de Planejamento e Gestão (SMPG), Cezar Schirmer.
Foram R$ 4,3 milhões pagos pela administração da Capital a uma empresa privada para pôr abaixo o local. Agora, cabe à Justiça decidir com quem ficará o terreno, que possui cerca de 50 proprietários e acumula dívidas de IPTU. Fica pendente, também, o ressarcimento aos cofres públicos pelos gastos com a demolição. Em 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o prédio em R$ 3,4 milhões.
Melo destaca, primeiro, “que depois de 67 anos, o Esqueletão está no cemitério e isso é uma conquista para a alma da cidade, que é o Centro Histórico”. Depois, afirma que irá “cobrar tintim por tintim”. Fala em localizar os proprietários e levar a conta da desapropriação, da demolição, do laudo e do IPTU. Flores completa que há um acréscimo de 15% sobre o valor da derrubada por conta do código de obras.
Com a tendência do terreno ser repassado ao poder público, o prefeito também fala sobre os próximos passos no local. “Agora, o desafio é a destinação. Vou desapropriar esta área, e talvez do lado também, e aqui terá uma destinação de um equipamento público”, explica. A previsão é que um shopping de "equipamentos públicos" funcione na área.
No local, observa-se uma pequena pendência. Nos cantos, ainda resta um pequeno pedaço da estrutura do Esqueletão. E, por ora, ficará ali, conforme o secretário Flores: “Optou-se por não remover para não colocar em risco as estruturas dos prédios que ficam do lado. Então, quando for ser feita a construção, elas vão ser removidas. É uma questão que esteticamente parece ruim, mas o prédio está totalmente demolido”.
Também detalha que foram 340 viagens com material de caliça de obra, mais 70 viagens com material de ferro e outros recicláveis. Ao todo, 6.300 toneladas de materiais saíram do local com 17 operários trabalhando quase que simultaneamente. 
Na rua Marechal Floriano Peixoto, o Esqueletão passou por diversas fases no debate sobre o que fazer com sua estrutura. Por um tempo desocupada, também foi habitada por comerciantes de camelô e pessoas que não tinham para onde ir e fizeram daquele o seu lar. Sua construção começou em 1956 e foi abandonada em 1959. Desde então, ficou inacabado e foi ocupado irregularmente até 2021, quando a prefeitura o desocupou por completo. 
O processo de demolição, após anos de debate, iniciou em janeiro de 2024, foi interrompida no mês seguinte por conta do risco aos trabalhadores no local e retomada em setembro daquele ano, e teve seu fim decretado pelo prefeito nesta quinta. Os escombros de um terreno que parecia maior quando ocupado pela estrutura, dada sua magnitude de 19 andares, ainda estão por lá. O secretário Schirmer, por sua vez, esteve ao lado dos demais na vistoria, mas não se manifestou como os demais.

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